Na década de 1980, iniciou-se a ocupação  da  Baixada  de  Jacarepaguá com a abertura da Av. das Américas e  Alvorada,  antiga  Ayrton  Senna. Passados 35 anos, com a maturação deste  ciclo  de  expansão  da  cidade do Rio de Janeiro surgem novas perspectivas  para áreas  desocupadas para  além  do  Maciço  da  Grota  Funda, na Baixada de Sepetiba. A região da  vez  chama-se  Guaratiba.

Na década de 1980, iniciou-se a ocupação  da  Baixada  de  Jacarepaguá com a abertura da Av. das Américas e  Alvorada,  antiga  Ayrton  Senna. Passados 35 anos, com a maturação deste  ciclo  de  expansão  da  cidade do Rio de Janeiro surgem novas perspectivas  para áreas  desocupadas para  além  do  Maciço  da  Grota  Funda, na Baixada de Sepetiba. A região da  vez  chama-se  Guaratiba.

Esta  localidade  encontra-se  dentro da área de influência de um pujante polo  industrial composto  por  grandes  unidades  siderúrgicas,  portuárias  e  metalúrgicas.  A  infraestrutura  viária  existente  está  praticamente  concluída  e  modernizada  com  a duplicação  do  acesso  à  rodovia  Rio-Santos e o arco metropolitano do Rio de  Janeiro que  atualmente  integra 7  municípios  fluminenses.  Tais  atrativos  provocam  a  natural migração e a ocupação do solo por habitações.

Por  ser  uma  região  de  baixada  litorânea  a  expansão  urbana  é  facilitada  pelo  relevo acolhedor.  Contudo muita atenção deve ser dada para a infraestrutura  urbana,  pois  dela  é
que  depende  a  qualidade  de  vida  e a  sustentabilidade  das  ocupações futuras. Sem uma rede de drenagem eficaz  e  a  manutenção  da  desobstrução  dos  rios  e  canais,  o  risco de enchentes  é  considerável  em  tempos  em  que  a  flutuação  das  mudanças climáticas  é  evidente.  A  coleta regular  e  o  descarte com  o  devido tratamento  dos  resíduos  sólidos  é fundamental  para  evitar  os  criadouros de vetores e o assoreamento dos rios e baías. Desta forma entende-se que  os  cuidados  da  infraestrutura urbana  e  os  serviços municipais  são de  extrema  importância.  Temáticas como  o  controle  do  uso  e ocupação do solo dentro dos códigos de posturas  municipais,  existência  da  malha de  vias secundárias,  calçamentos, garantia da qualidade das águas pluviais,  transporte público  de qualidade, iluminação pública e um plano de estruturação  urbana  definido  são condições basilares para o desenvolvimento  municipal  sustentável.

A  região  de  Guaratiba  possui  qualidades  ambientais,  urbanas  e  econômicas diferenciadas  que  lhe  confere  um  enorme  potencial  para  geração de empregos e impostos, condição  extremamente  interessante para o momento de crise que passa o estado.  A  existência  de  enormes áreas  livres  para  a  ocupação  e  a agricultura, permeada  por  uma  natureza  bela  e  exuberante,  permite uma  oportunidade  ímpar para expansão urbana e de empregos.  Assim  outras  vocações  econômicas, além da indústria pesada, são o polo gastronômico,  o  cinturão  agrícola  e de  paisagismo,  a  pesca,  o turismo dentre  outros  que  podem  ser  desenvolvidos  e  explorados  gerando mais  renda e  emprego.

O  desenvolvimento  e  a  ocupação da  zona  oeste  do  Rio  de  Janeiro são  inexoráveis  e depende  apenas da decisão se queremos realiza-lo com qualidade ou entrega-lo a sua própria sorte. Neste sentido  o  futuro  governo  municipal deve  se  empenhar  em  conduzir com  planejamento  e  equilíbrio social.  Afinal  este  tem  até  uma dívida política pela confiança com estes  15% de  cariocas  desta  região  que  o  conduziram  à  prefeitura  do Rio  de  Janeiro.

A  sociedade  deve  agora  discutir  e definir  seus  anseios  para  a  região e entender as limitações legais, ambientais e econômicas existentes. A classe  empresarial  deve  planejar seus  futuros  investimentos  olhando também  com  respeito  as  demandas sociais  e ambientais.

Somente  com  a  união  dos  interesses  comuns  e  a  integração  de  esforços destes 3 setores da sociedade  (governo,  empresas  e  população) dentro do propósito de uma expansão  urbana  de  qualidade,  talvez possamos transformar a crise atual numa grande oportunidade para um novo  ciclo  de  desenvolvimento  econômico  para  o  município  do Rio  de Janeiro  com  sustentabilidade  ambiental  e  social.

Prof.  David  Zee
Vice-Presidente  da  Câmara  Comunitária  da  Barra  da  Tijuca