Em uma entrevista exclusiva, Alexandre Accioly revela os detalhes de seu mais recente projeto, o Jardim de Alah. Leia a entrevista completa desta conversa inspiradora a seguir. Não perca essa oportunidade de conhecer os bastidores de uma das transformações mais importantes da cidade.

 

Marcelo Alves: Estamos iniciando o programa Marketing Business dessa semana e eu trago um empreendedor que é uma referência para o mercado e eu hoje posso, com muita tranquilidade, fazer uma referência a ele. Realmente, o Rio agradece o seu empreendedorismo, a sua maneira de conduzir projetos, o seu lado visionário, o seu lado realmente de comprar a briga e fazer acontecer. E realmente, para nós cariocas, a gente deve muito pela audácia dos seus empreendimentos e audácia dos seus projetos em fazer acontecer e realmente entregar isso para a cidade de uma forma brilhante. Trago hoje a Alexandre Accioly, empreendedor e empresário. Alexandre, prazer enorme te receber aqui no programa.

 

Alexandre Accioly: Oi Marcelo, obrigado. Bem, já ganhei o dia. Com essa abertura, já posso ir embora. Eu acho que eu vou tentar dar uma descansada. Bem, é um prazer estar aqui contigo. Sempre fui teu fã desde a época dos eventos. É verdade. Tem história. É uma alegria estar aqui, ainda mais no estúdio de um amigo querido, uma pessoa que eu conheci há pouco tempo e que tem me ajudado muito nos meus empreendimentos, que é o nosso Magnavita, do Correio da Manhã. Então, eu chegar aqui no estúdio do Magnavita, no seu programa, é um privilégio.

 

Marcelo Alves: É um privilégio nosso ter você aqui, contando um pouco da tua história, dos teus projetos, do futuro da tua empresa, do que virá pela frente. Mas antes disso, eu queria fazer uma pergunta pessoal. Alexandre, o que te gera tanta energia para empreender e para fazer acreditar essa cidade tão bela nos teus projetos? Encantadores. De onde vem isso?

 

Alexandre Accioly: Com a pandemia, fecharam 100 academias de Bodytech pelo Brasil. Imagina que em janeiro de 2020 eu tinha 150 mil clientes na Bodytech, três meses depois nós tínhamos 50 mil clientes na Bodytech. Nós perdemos 100 mil clientes. Porque as academias estão fechadas. E o pior, as academias de ginástica, especialmente a Bodytech, 80% dos planos são planos anuais. Então imagina, da noite pro dia, você ter uma base de 150 mil clientes, virar 50 mil clientes, em que a maioria desses 100 mil clientes que não renovaram, não só não renovaram, mas iam numa Bodytech, eu quero meu dinheiro de volta. Porque você tinha um contrato anual, fechou a academia. Então caos total. Nós tínhamos 6 mil funcionários, nós tínhamos que reduzir para 3.500 funcionários. O setor de fitness não tem. Qualquer ajuda do governo, então realmente foi um trauma muito grande, restaurantes fechados, academias fechadas, o setor turístico parado, e aquele caos que eu não gosto nem mais de lembrar. Passou. Passou, foi. Mas ali teve um episódio extremamente importante, como todos nós, enclausurado em casa, eu sempre fui muito ativo, e um belo dia meu sócio Urquiza, que é meu sócio da vida toda e é o presidente da Bodytech, meu sócio na Bodytech, foi meu sócio na 4A e fez a 4A comigo, Urquiza vem na minha casa, a gente janta, e ele fala assim para mim, ‘Alexandre, os próximos dez anos da nossa vida têm os melhores dez anos da nossa vida, essa pandemia mostrou que a gente tem que estar mais leve, está mais calmo, quando acabar a pandemia, vamos focar na Bodytech, vamos parar de abrir frente’.

Foto: Reprodução/TVC

E aí, ele foi embora. Isso foi numa quinta-feira. Ele foi embora e eu fiquei sem dormir quinta, sexta, sábado e domingo. Porque eu fiquei com isso na cabeça. ‘Será que eu paro de empreender? Será que eu paro de fazer negócio?’. Na segunda-feira eu ligo pro Urquiza. ‘Urquiza, você tá vindo pro Rio?’. ‘Não, essa semana eu não vou pro Rio, não’. ‘Então tá bom, deixa eu falar uma coisa pra você. Eu acho que você tem razão. ‘Os próximos dez anos da vida, a gente tem que ter o compromisso de ser muito feliz. Então, meu amigo, a partir de amanhã eu vou empreender pra caramba. Eu vou acelerar como eu nunca acelerei’. Que é o que me faz... Isso é o que me deixa feliz. É a minha vida. Aí, ali, eu... Casa Tua... E são notícias engraçadas. Por exemplo, o antigo Metropolitan, que hoje é o Qualistage, eu abro o jornal, vejo uma nota do Anselmo Góes, assim, ‘Time for Fun devolve o imóvel para a Aliansce, que hoje é a atual ALLOS’, que é a dona do Shopping. Aí eu pego o telefone e ligo para o Sérgio Pessoa, que é o superintendente da ALLOS. ‘Sérgio, é verdade que a Time For Fun devolveu o imóvel do antigo Metropolitan para o Shopping?’ ‘É sim’. ‘Eu quero’. Aí ele: ‘você quer? Já estava negociado com o supermercado’. Falei: ‘Não vai ser um supermercado não, a gente vai ter que continuar sendo casa de show’. Conclusão, procurei o Bernardo Amaral, que coincidentemente já estava olhando esse projeto sem eu saber, e me juntei com o Bernardo, chamei o Dody, pô, eu precisava trazer mais alguém. Eu estava muito longe do mercado de entretenimento, muito focado no setor de fitness, lembra que eu trouxe o grupo Fasano para o Rio há 20 anos atrás. Mas fui sócio deles no Rio até 2020, que eu saí da sociedade. Então, naquele momento, eu estava fora do mercado de entretenimento, vou pegar uma casa para 10 mil pessoas, da importância e da relevância que tinha do histórico do Metropolitan criado pelo meu irmão querido Ricardo Amaral e com a gestão do Fernando Altério, outro monstro, outro gigante do entretenimento. Então a responsabilidade era muito grande.

E aí eu convidei o Dody Sirena e o Cicão, que é da DCSet, para serem meus sócios, eles obviamente aceitaram na mesma hora, e a gente pegou e aí começou o Qualistage. Então respondendo, de onde vem isso sou eu, acho que é mais forte que eu. Por exemplo, eu me apaixono muito pelos projetos, eu me entrego de alma aos projetos. Eu estava conversando com um amigo meu, hoje a gente recebeu oficialmente. O espaço do Jardim de Alah, e eu conversando com esse meu amigo, eu falei assim, eu estou há três anos no projeto Jardim de Alah. Sabe o que aconteceu durante três anos? Eu me apaixonei pelo projeto. Você começa como um empreendedor vendo uma oportunidade, uma necessidade, que é o trabalho do empreendedor. Só que depois que a gente começa a conhecer a história do Jardim de Alah, de Dom Helder Câmara em 55, da cruzada São Sebastião, das necessidades, das discriminações que existem, quando você começa, você vai se apaixonando, hoje o Jardim de Alah para mim deixou de ser um projeto empresarial, passou a ser uma causa. Para mim, para os meus sócios, para o Miguel Pinto Guimarães, para o Sérgio Caldas, para o João Machado, para o Célio, pro Dody. Eu montei um grupo de pessoas, a grande maioria cariocas, apaixonados pela cidade, com a maior sinceridade do mundo, há três anos a gente não olha Business Plan daquele negócio. ‘Precisa disso, a Cruzada pediu isso, a Cruzada pediu uma creche, a Cruzada’, a gente foi colocando porque a causa virou mais importante. Então, essa coisa do cidadão carioca com a coisa carioca e do empreendedor. Então, eu posso te falar que hoje eu acho que estou vivendo o meu momento empresarial mais feliz da minha vida, porque eu estou fazendo coisas que eu amo, com pessoas que eu amo, na cidade que eu amo.

 

Marcelo Alves: E que realmente movimenta não só, quer dizer, não só o lado do empreendedorismo, que é de pegar algo e fazer acontecer, mas as pessoas não entendem o volume de empregos que você gera, o volume de alegrias que você gera, o volume de receitas que você gera. Então, isso para o Rio de Janeiro, por isso que eu fiz essa introdução, quer dizer, a reverência do empreendedor que faz pelo Rio acontecer. E aí eu queria voltar num segmento que nós, eu particularmente militei um tempo atrás e que amamos com o turismo, e evidentemente o Rio de Janeiro. Você é apaixonado pelo Rio de Janeiro e você faz o turismo acontecer. Essa paixão veio de onde pelo Rio de Janeiro? Você é carioca, evidentemente. Mas é uma paixão a mais do que todos, que você briga pelo Rio, investe no Rio e realiza no Rio.

 

Alexandre Accioly: A verdade é o seguinte, eu acho que são as grandes crises que se acontecem as melhores oportunidades e eu sou uma prova disso, eu sou a prova nato disso, o Jardim de Alah 50 anos abandonado. Peraí, está faltando vontade para fazer. De repente com a pandemia se fecharam todos os cinemas de rua da cidade. E não foi por causa da pandemia que fecharam os cinemas de rua da cidade. Foi porque os cinemas foram para os shoppings. Com a pandemia, os estúdios online, Netflix, Color Play, enfim, todos explodiram. Então, as pessoas, aquela vontade de ir ao cinema, de ir ao cinema de rua e tal, isso deu uma esfriada total durante a pandemia e mais do que isso, a rede de cinema se estabeleceu em shopping centers, que é seguro, que tem estacionamento, são tecnológicos e tudo mais. Então, por exemplo, Copacabana tinha 17 salas de cinema, Rian, Cinema 1, Condor Copacabana… 17 salas de cinema. Uma delas mesmo, há 15 anos atrás, nós pegamos para fazer uma Bodytech, que era o cinema Copacabana, Condor Copacabana, que hoje é uma Bodytech em Copacabana. A última sala que ainda existia era o Roxy. Era a última sala que existia. Então, estava fechada. E lá ia ser uma loja de departamentos... Essa história, quando eu falo do Roxy... Ia ser uma loja de departamentos esportivos. Então, por que o Roxy estava fechado? Porque mudou a cultura de ser eu ao cinema. As pessoas querem ir ao cinema num shopping, num lugar seguro, que tenha estacionamento e tal. Então, de repente, eu olho aquela casa ali... Aí, eu vou voltar um pouco o tempo, falando especificamente da resposta do mercado de turismo. O Rio de Janeiro recebe 13 milhões de turistas nacionais por ano. No ano passado, 2013, recebeu 1,2 milhão de turistas estrangeiros na cidade. Eles ficam em média... Aí, tem várias informações. Tem aquele que fala que fica em média cinco noites na cidade. Tem estudo que fala que fica dez noites na cidade. Mas eu procuro ser mais pessimista nesse aspecto e o turista fica em média três noites da cidade do Rio de Janeiro, que geralmente é de terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo ele está fazendo o checkout dele do hotel, está voltando, e o turismo não é forte no turismo de negócios, agora está aquecendo bastante, mas veio parado, foi tudo para São Paulo, e a nossa maior vocação é o turista de lazer, turismo de lazer. Então, o que aconteceu? Com a pandemia, eu comecei a pensar, eu quero investir em entretenimento turístico, aí eu peguei um avião, fui para Gramado, para entender o que Gramado tem, uma cidade que tem 30 mil habitantes e tem 40 mil cômodos de hotéis e Airbnb. O que tem em Gramado, que as pessoas ficam lá cinco, seis noites, e aí eu fui para Gramado, passei três dias em Gramado e peguei uma resposta simples. A dizer que é a serra, desculpa, tem Itaipava, Petrópolis, Nova Friburgo, o Rio tem serra, tem mar, tem, pelo amor de Deus, tá certo, eu não tô falando mal do Gramado, mas não dá. É incomparável. Gramado recebe sete milhões de turistas por ano. Por quê? Você chega lá... E uma rua, né? E basicamente uma rua, né? A pena que hoje já é uma rua que vai até Canela, né? Mas o desenvolvimento da cidade se deu todo em cima do turista nos últimos 30 anos. Focada nisso. Então você chega lá, você tem o Minimundo, você tem o Snowland, você tem o Space Adventure, que é do Dody, você tem um conjunto de... O hotel, o Natal Luz, ele fica três meses relacionando. Casas de chocolate, o mercado de multipropriedade cresceu muito lá e é o que é que gerou muita oferta a baixo custo de hotelaria. Então, aí eu voltei de gramado falando assim, caramba, eu tenho Cristo, eu tenho as praias, eu tenho a marca. O prato do Roxy, eu aprovei ontem, ele tem Roxy em cima e embaixo eu mandei botar Rio de Janeiro, porque ele é mais Instagramável do que a marca Roxy ou qualquer outra marca. O cara quer a marca Rio de Janeiro, é a melhor marca do mundo. Essa marca Rio, da maneira que você escreve, qualquer cidadão do mundo pode estar falando de qualquer outro rio, mas vai ligar o Rio de Janeiro.

 

Marcelo Alves: Você está ligando uma coisa importantíssima, quer dizer, pela tua vivência, tua experiência e pela tua competência de enxergar as coisas, ligando a marca Rio e Carnaval e samba, qual o lugar do mundo que você fala em Carnaval, em samba e as pessoas não se arrepiam? Então você está fazendo a principal casa, a famosa Roxy Dinner Show, de um show samba de Carnaval, é isso? As imagens de gente falando, ilustrando o que você está. 

 

Alexandre Accioly: É mais do que isso. Então dentro do projeto, nesse meu momento dessa conversa, eu tenho que pensar coisas para o Rio aonde estão as oportunidades no turismo e eu agora estou focando em equipamentos turísticos. Inclusive, já acabei de fechar um outro projeto que eu não vou poder relevar, que vai ser no Porto Maravilha, um espetacular que eu devo anunciar nos próximos 60 dias, mas já está fechado, que vai continuar essa coisa para o turista, só que nesse caso para o turista nacional. Mas aí o que acontece, eu resolvi fazer uma casa de espetáculo como o Moulin Rouge, como o Senhor Tango em Buenos Aires. Só que você vai a Buenos Aires, tem o Senhor Tango e outras vinte casas de tango. Só que o argentino só tem o tango. Você vai para Paris, aquela bela época que dá, é o Moulin Rouge, é o Crazy Horse, é o Lido, é tudo mesmo. O Brasil não tem o samba. Tem o samba, tem o frio, tem o candomblé, tem o axé, tem a música sertaneja, você tem uma diversidade musical, folclórica e gastronômica, que são poucos os lugares do mundo, eu agora aqui refletindo, pode ser que eu fale uma bobagem, não tem um país no mundo com a diversidade cultural e com a riqueza do folclore brasileiro. Então, eu resolvi buscar uma casa para fazer um dinner show, uma casa como é o Moulin Rouge, como é o Sr. Tango, como foi no passado, como foi, “o Scala, o Oba-Oba e o Plataforma”. A diferença é que esse era um casa de show, você não chegava lá e jantava, você tinha um petisco e tal, eu queria fazer uma experiência gastronômica. Como é o Moulin Rouge? Eu fui já várias vezes no Moulin Rouge, nessa minha imersão pelas casas de shows do mundo. Eu saí de lá com uma ótima impressão do atendimento, os pratos espetaculares, a comida francesa espetacular. Agora, a comida brasileira é muito mais rica do que a comida francesa. Desculpa, do que churrasco no Rio Grande do Sul. A comida brasileira é o vatapá, é o churrasco, é o bijupirá, é o...

Então, eu quis fazer uma casa que eu conseguisse levar o público turista que estivesse no Rio, ele fazia um passeio pelas cinco regiões do Brasil através das suas características folclóricas, culturais, musicais e gastronômicas. E aí ia fazer um espetáculo que não tem a sua samba. É óbvio que o nosso espetáculo, 50%, acontece no Rio de Janeiro, samba carnaval. Mas eu vou para o Sul, eu vou para Evidências. Eu vou para a Bahia, para o Pelourinho, o Olodum, os Filhos de Gandhi, eu vou para a Amazônia, eu vou para o bumbódromo lá na Amazônia, o caprichoso, o vermelho contra o azul no bumbódromo da Amazônia, então a gente traz Parintins para dentro do Rocks. É um tour. É um espetáculo com 80 pessoas, artistas em cena, entre cantores, bailarinos, percussionistas e passistas, só que a equipe de produção são 140 pessoas. E aí eu resolvi fazer esse projeto. O único lugar que eu encontrei foi o Hotel Nacional, o teatro do Hotel Nacional. Isso é emblemático. E aí eu procurei o teatro do Hotel Nacional, fui lá para falar, olha, eu quero fazer um show aqui. E na época eu negociei com o Hotel Nacional, fechei com o Hotel Nacional, ia ser no Hotel. Hotel Nacional, fiz o projeto todo para o Hotel Nacional, é todo para o Hotel Nacional, só que no meio do caminho teve uma mudança societária, trocaram os investidores do Hotel Nacional, e o meu grupo de WhatsApp, que eu tinha todas as pessoas envolvidas conectadas, pararam de me notificar, mandavam mensagem, ‘e aí?’, eu falei, ‘Pronto, os novos acionistas não devem estar querendo mais isso’, eu não tinha o contrato assinado ainda, e eu com isso na cabeça, eu vou fazer essa casa de show no Rio de Janeiro. Peguei minha moto, uma scooter, que eu ando o scooter para cima e para baixo, e fui, essa casa tem que ser em Copacabana, eu fiquei pensando. Aí não vinha ideia, aí tinha o Villa Lobos, aí eu pensei no antigo espaço do cinema Ricamar, que hoje é um espaço cultural da prefeitura, e eu não vinha. Aí eu falei, ‘Quer saber de uma coisa?’. O tempo estava meio nublado e tal, peguei a minha escuta, e comecei a rodar pelas ruas do Copacabana para ver se eu via algum lugar que viesse. De repente eu parei no sinal. Olhei para o Roxy. Olhei para o Roxy: Fechado.

Quando eu olhei para o Roxy, eu, com a moto ligada, eu tenho uma boa relação com o grupo Severiano e Ribeiro, porque eu tenho algumas bodytechs em imóveis deles. Pega o telefone e liga para o Mauricio Benchimol, que é o CEO do grupo do Severiano e Ribeiro. Liga para o Mauricio. Com a moto ligada. ‘Mauricio! Oi, é o Accioly. Tudo bom?’, ‘Tudo bom!’, ‘Cara, eu estou aqui em frente ao Roxy. O que vocês vão fazer com o Roxy?’, e ele ‘Cara, a gente acabou de alugar.’, ‘Ai, não brinca’. Aí me falou o nome da loja, uma loja de departamentos, ‘Mas cara, agora, se a gente tivesse falado duas, três semanas, eu acho até que o contrato deve ser assinado essa semana’, ‘O contrato deve ser assinado essa semana? Pera um minutinho’, peguei o celular, botei na coisa da moto, subi do lado de uma banca de jornal que tem em frente ao Roxy, desliguei a moto e peguei o celular e falei assim: ‘Maurício, você não vai alugar para essa loja de departamento que não tem momento nenhum. Você não vai. Procura o Luiz, fala com a família toda Severiano e Ribeiro, que é um absurdo, isso não pode ser uma loja de departamento, você tem que continuar na cultura, na arte, isso é um teatro, isso é um cinema, isso eu quero fazer’, aí eu contei a história do show para ele, mandei ele conversar com a família, eu tinha certeza que eles iriam rasgar esse contrato. manter o maior ícone arquitetônico da cidade, faz parte da cultura, da história, da arte da cidade, vira uma casa de departamento, como já virou no Leblon. Eu vou brigar, eu vou fazer... Eu vou conversar com a família. Aí, eu mandei o projeto todo, conversou com a família, palmas para a família Siberiano Ribeiro, que rasgaram, rasgaram o contrato com essa loja de departamento e fez uma parceria comigo e me alugou o imóvel para que eu pudesse fazer o Roxy Dinner Show. Então, e aí nasceu o projeto do Roxy. Agora tem uma história interessante, que é um pouco antes disso, que é o Roxy, a gente está restaurando ele a 1930, que são os anos dourados. O Roxy foi inaugurado em 1938. Então, ele é um imóvel tombado, aquela fachada dele, o lobby, tombado. Então, resolvi. A gente contratou o Sérgio Dias e a Ana Lúcia Jucá, que são dois engenheiros espetaculares, que conhecem profundamente a história da cidade. Um, inclusive, foi secretário de urbanista da cidade. Eles trouxeram... A gente foi no IRPH, para poder ver todas as possibilidades, o que não pode mexer, o que pode mexer, contratamos José Astorga, que é um dos maiores restauradores do Brasil, para restaurar todo aquele lobby. Então a gente montou um time forte, mas o Abel, a história um pouco antes, quando eu peguei ainda o Hotel Nacional, o Abel é meu amigo de 40 anos, o padrinho de casamento, meu irmão, ele, a Sheila, a família toda, a gente tem um vínculo muito grande. Eu ligo para o Abel e falo, ‘Abel, vamos almoçar? Aonde? A Casa Tua?’, ‘Não, vamos aqui em Ipanema, a gente vai almoçar na Esplanada’. Eu e o Abel. Abel sentou, eu falei, ‘Abel, eu recebi uma proposta maravilhosa e eu quero pegar’. Ele perguntou qual era a proposta e eu respondi: ‘Disney está fazendo um empreendimento hoteleiro em Las Vegas e são oito salas de teatro residentes’. O que é o teatro residente? que a casa é construída em função do espetáculo, e não o inverso, aquele palco inglês e que o espetáculo é feito num palco inglês, não. Ai ele: ‘Cê tá falando, sério?’ Mentira, claro que não existia, isso tava na minha cabeça. ‘Estou, sério, a Disney tá fazendo e cada sala daquela vai ser um musical da Disney diferente, mas eles resolveram fazer um musical de entretenimento adulto e querem levar o Brasil pra lá, com muita brasilidade’. Aí ele via e diz: ‘É, um super espetáculo residente lá em Las Vegas’. Eu disse que estava afim e fui convidado para fazer esse negócio. Nisso eu precisava convencer ele e disse: ‘E cara, eu quero que você faça’. Aí ele: ‘nossa, cê tá brincando comigo e tal’. ‘Eu to falando sério, Abel. Nunca falei tão sério’. Até eu já tava me convencendo que era verdade.

Foto: Reprodução/TVC

Conclusão, ele topou. Dai eu disse: ‘Agora, tem um problema. Tem que fazer um pit stop no Hotel Nacional. Se der certo no Hotel Nacional, a gente vai pra Las Vegas’. E a história foi essa. Aí o Abel criou o espetáculo, né, para o Hotel Nacional, que é um passeio pelas cinco regiões do Brasil. E aí, quando esfriou, a gente ajustou o projeto pro Roxy, que é, entre nós, que upgrade, né? 65% da hotelaria do Rio de Janeiro está na Zona Sul. Copacabana tem 170 hotéis. Como é que eu vi isso? Porque eu entrei no booking.com, botei de 1 estrela a 5, somos 179 hotéis. O Roxy, naquele ponto, não só é um presente pra Copacabana, é um presente pra cidade, é um presente pro Brasil, porque não tem nenhuma casa… O investimento, pra você ter noção, o investimento no projeto do Roxy são 65 milhões. Foram seis meses pra conseguir demolir as paredes, porque pra cada parede eu tinha que ir no urbanismo, eu tinha que ir no estrutural, eu tinha que ir no RPH, ‘pode essa aqui, não pode essa aqui’, então foi muito complexo. Imagina que o Roxy fica no meio de uma quadra inteira. Nossa Senhora de Copacabana, Xavier da Silveira, Boliva e Ari Saldanha. Então as pessoas olham aquela esquina ali, só o lobby fica debaixo do prédio. O miolo da quadra inteira e a Roxy. Um dia desse eu fui a convite pra conhecer o planetário aqui do Rio, na Gávea, e aí o administrador lá virou pra mim e falou assim, ‘Não, essa aqui é a maior abóbada da América Latina’. Eu falei: ‘Vamos lá no Roxy. Vamos lá no Roxy’. Então assim, esse projeto, respondendo a sua pergunta, no momento de crise, surgem as grandes oportunidades, porque se eu não tivesse tido aquela crise, eu não teria pego o Roxy. 

 

Marcelo Alves: Agora, tem que ter disposição, né?

 

Alexandre Accioly: Eu acho que é o seguinte, quando você faz uma coisa que você tem convicção.

 

Marcelo Alves: Você tem muito isso, né?

 

Alexandre Accioly: É, quando você acredita naquilo, as trombadas que você vai tomando, entre a ideia e a realização, esse caminho vai fazendo com que você vai se ajustando e vai ganhando mais.

 

Marcelo Alves: São muito valorosas, tenho certeza disso, eu sei que vai dar certo, eu sei que tem obstáculos, e tem que passar, mas eu tô tomando a frente.

 

Alexandre Accioly: É isso, então, é essa coisa da paixão, eu sou uma pessoa apaixonada na minha vida, eu sou muito intenso.

 

Marcelo Alves: Falando em paixão, você tem diversos empreendimentos, você fica aqui falando detalhadamente de todos, o programa vai durar mais de duas horas. Você tem um Qualistage, que é a principal hoje casa de shows, espetáculos do Rio de Janeiro, no antigo Metropolitan, do nosso querido Ricardo Amaral, super estruturada, e a gente vai mostrar um pouquinho o Qualistage. Casa Tua, que é um restaurante charmosíssimo, está pensando em outros?

 

Alexandre Accioly: É o melhor restaurante do Rio.

 

Marcelo Alves: É charmosíssimo, delicioso, está pensando em outros já?

 

Alexandre Accioly: Eu sinceramente estou pensando em outros para o Jardim de Alah, mas não serão operações nossas. No Jardim de Alah, nós vamos ter cinco grandes restaurantes de alto padrão e eu estou tentando trazer três marcas internacionais, uma de japonês, uma de carne. Eu ia fazer o Casa Tua no Jardim de Alah, mas eu desisti de fazer porque o Casa Tua do Jardim Oceânico, 40% do meu público vem da Zona Sul. 40% do cliente vem da Zona Sul. Hoje não tem mais aquele… Eu acho que o grande legado olímpico que a gente teve foi o investimento em mobilidade, principalmente a duplicação. Então hoje você sair da Zona Sul para o Jardim Oceânico em 15 minutos. Então se eu monto um Casa Tua no Jardim de Alah, eu podia botar em risco essa operação. Então vai ter um italiano, eu vou escolher um italiano, mas eu não quero estar em outra operação, que não esteja com meu parceiro e meu amigo Alves, que trabalhou comigo 20 anos no grupo Fasano, saiu do grupo Fasano e eu montei o casa tua por causa do Alves, quando ele me procurou, assim, eu tenho um lema que uma figurinha repetida no completo álbum.

 

Marcelo Alves: Alves, para quem não conhece, é um gestor da casa.

 

Alexandre Accioly: O Alves foi a pessoa responsável que montou os três Gero’s do Rio do Janeiro. O Gero de Ipanema, o Gero da Barra e o Gero do shopping Leblon. Ele era um dos professores do grupo Fasano. Ele não era aluno do grupo Fasano. E o grupo Fasano dispensa... É o maior grupo gastronômico hoteleiro, na minha opinião, do mundo. Então, o Alves se desligou do grupo e aí me procurou pra ver se eu não queria comprar aquele ponto da Barra pra montar com ele. Aí, só contando uma história rápida... Fale, por favor, que vocês estão vendo imagens. Eu perfeito. Aquela casa foi feita pela gente com o projeto Isay Weinfeld, e aí, eu convidei o Miguel Pinto Guimarães pra fazer o ajuste dele pra um novo restaurante e criar o antigo forneria que a gente tinha em Ipanema, do lado, com pizza, sanduíche, que também era italiano. E aí, veio a hora do nome. Como é que é o nome? E eu sou apaixonado pelo Casa Tua de Miami. Eu sou apaixonado pelo Casa Tua de Miami. Eu passei meu aniversário, que é julho, geralmente férias, eu tinha apartamento em Miami, oito anos consecutivos no Casa Tua de Miami. E aí me surgiu a ideia de pegar o licenciamento da marca Casa Tua de Miami. Só que obviamente, antes de você procurar o pretenso proprietário da marca, você tem que ir ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, no INPI, no Brasil, perguntar como é que é a situação jurídica dessa marca no Brasil. E aí eu fiz essa consulta e eu descobri que existia um restaurante Casa Tua, no Center Norte em São Paulo, um restaurante dentro de um shopping, um praça de alimentação, no meio da pandemia fechado, como todos os restaurantes fechados, e eu descobri que esse restaurante existia há dez anos, ele tinha registro de marca há dez anos. Registro! Ele tinha o domínio, o registro da marca era dele, então não tinha mais qualquer cabimento eu ir lá no Casa Tua de Miami tentar fazer a concessão da marca, porque a marca não era dele, a marca dele é dele em Miami, nos Estados Unidos, aqui não é, aqui era de um cara no Center Norte, e aí eu procurei o pessoal do Center Norte, comprei a marca Casa Tua brasileira, comprei, então, e aí dado que eu tinha a marca Casa Tua e dado que eu tinha o Alves, eu não preciso, eu ensino para eles e não preciso aprender, e aí a gente montou o Casa Tua, dois anos de total sucesso, enfim…

 

Marcelo Alves: É o melhor italiano do Brasil, sem dúvida, é um lugar charmosíssimo, gostoso, a toda hora gostoso, parabéns, parabéns. Antes que eu fale do grande projeto que hoje. Você acabou de receber a licença, você tem as chaves do Jardim de Alah, acabou de publicar isso no Diário Oficial, depois de uma longa luta, batalha, e evidentemente que é o teu perfil de desafios, eu queria falar um pouco da Bodytech. São quantas Bodytech’s?

 

Alexandre Accioly: Nós tínhamos 100 antes da pandemia, após a pandemia virou acho que 93, a gente tem que fechar umas 7, eu tinha 6 mil profissionais colaboradores trabalhando, eu desci para 3.500, ontem nós inauguramos uma nova Bodytech em Campinas, espetacular no Shopping Iguatemi de Campinas, o mês retrasado a gente inaugurou uma nova Bodytech em Fortaleza, primeira de Fortaleza, espetacular, a Bodytech dentro desse mercado high-end, que a gente tem uma rede dentro de um target, de um público muito específico, a gente tem total dominância nas principais capitais brasileiras, no Rio de Janeiro são quase 30 academias, em São Paulo são 20 e poucas academias, em Belo Horizonte são 4 ou 5, em Brasília são 4 ou 5, Recife, Fortaleza, Santa Catarina são 4, Rio Grande do Sul são 4. Então a gente expandiu por todo o Brasil, em algumas capitais a gente tem um sócio local, a operação não é da própria Bodytech, mas tem um sócio local, o que acaba tendo as conexões locais, aquela coisa toda, isso acontece em Minas, com a Ana Gutierre, isso acontece em Brasília, isso acontece no Sul, acontece em Salvador e Vitória, o resto do Brasil, todas as Bodytech são da própria rede, e então agora é Bodytech em 2024 voando, né, Bodytech voando, já batemos 200 mil clientes, antes da pandemia estava com 150 mil, e com 7 academias a menos. A maior do Brasil hoje, sem dúvida, é a Smart Fit, que é um projeto espetacular, que está num segmento de low cost, o Edgar Corona é um monstro, fez uma empresa hoje que vale 15 bilhões em bolsa, realmente é um case de total sucesso.

 

Marcelo Alves: Mas para esse segmento a Bodytech é maior?

 

Foto: Reprodução/TVC

Alexandre Accioly: Não, no segmento high-end a Bodytech é maior, e aí você tem um segmento low cost, que aí você tem um potencial absurdo, nós temos 5.600 municípios no Brasil, você não consegue entrar com uma Bodytech, qualquer município desse você bota uma academia de low cost, então você tem hoje um mercado do low cost muito forte, com o Smart Fit, Blue Fit, Just Fit, Cell Fit, esse Fit virou um sinônimo, uma referência de academias low cost, com excelente padrão, as academias são espetaculares, eles fazem academias espetaculares, são craques. Então, é um mercado que se consolida muito. É um mercado bacana, porque você vai numa low cost, eles chegam a ter 5 alunos por metro quadrado. Você vai numa Bodytech, você tem 0.08 aluno por metro quadrado. A Bodytech é uma empresa voltada para o serviço, é diferente, por isso eu tenho um preço 5, 6 vezes maior. A gente, muitos professores, especialização, e o próprio investimento de uma academia club, como é uma Bodytech, é infinitivamente maior do que uma academia. Mas a Bodytech, graças a gente, economicamente a empresa está voando, obviamente a gente ainda sofre muito financeiramente por causa da pandemia, para você ter noção, a pandemia gerou uma dívida de balanço na Bodytech de 250 milhões de reais. E mais, você sai de uma pandemia com uma taxa de juros de 2% e vai para 13,75%, o spread bancário de 4 para 6. Então imagina, ninguém aguenta isso. É insano. Graças a Deus a Bodytech se equilibrou, se organizou e agora estamos indo adiante.

 

Marcelo Alves: Realmente são exemplos como esse que o Brasil tem que aplaudir e ajudar, no sentido de não dar a palavra, mas apoiar, porque é o que eu falo, quantos empregados na Bodytech?

 

Alexandre Accioly: Hoje a Bodytech deve estar com uns 4 mil e pouco e o meu grupo, considerando já o Roxy, sem o Jardim de Alah, são 5.500 colaboradores.

 

Marcelo Alves: São 5.500 colaboradores responsáveis por famílias. Então realmente o governo tem que apoiar e não atrapalhar cada vez mais para que a gente possa, porque empreendedores estão aí querendo investir, querendo fazer acontecer e o Accioly é um deles, com toda a sua garra e determinação fazendo acontecer. Accioly, antes que eu fale do Jardim de Alah, você que é apaixonado pelo Rio de Janeiro, apaixonado pelo negócio turismo, evidentemente investindo pesado nisso, o Rio de Janeiro pode muito mais. O que falta para o turismo do Rio de Janeiro na sua visão? Eu que militei lá, entendo um pouco a carência de investimentos, de Accioly’s entendendo essa potência que é o negócio turismo. O que que falta na tua visão para que o turismo do Rio seja de fato uma Las Vegas, uma Orlando, uma Punta Cana e outras cidades que entenderam que o turismo é o principal negócio?

 

Alexandre Accioly: Eu acho que o carioca de raiz, o carioca de raiz, aquele que conhece a cidade, que entende a cidade, que consegue enxergar na cidade os potenciais que ela te oferece, por exemplo, turismo. Eu acho que está precisando. O que eu acho que aconteceu com o Rio de Janeiro, e eu não sou um especialista em análises econômicas, de segurança e tal, aí eu sou um leitor de jornal e acompanho pelo jornal as coisas todas. Mas o fato é, o Rio de Janeiro, o capital saiu do Rio de Janeiro foi para São Paulo, hoje você vai para São Paulo, meu Deus do céu, é uma coisa... Segunda a segunda você não vê um lugar vazio no almoço, no jantar, é todo dia... A economia está bombando. O Rio de Janeiro perdeu muito o capital, o Rio de Janeiro perdeu na minha opinião não só o capital como a inteligência, e eu vou te falar muito sincero, você pega essa molecada toda aí de 17, 18, 19 anos que eu vou falar, eu não vou falar a palavra infelizmente não, eu vou falar felizmente. O meu filho quer estudar, vai estudar, vai fazer economia na faculdade de Chicago, é uma opção dele, claro que eu estimulo, mas ele com 19 anos, olha, se eu não for pra lá pra fora eu quero estudar em São Paulo, eu quero fazer FGB em São Paulo.

 

Marcelo Alves: O Rio não está no roteiro dele, tá?

 

Alexandre Accioly: Não está no roteiro dessa molecada, não é dele não, porque eu vejo todos os amigos deles que se formaram com ele, eu acho que 50% deles, sem medo de errar, ou está indo pra fora, eu estou indo pra São Paulo, então essas pessoas, esses cariocas de raiz, estão começando a se enraizar em outros lugares.

 

Marcelo Alves: Que são os futuros Accioly’s.

 

Alexandre Accioly: Eu acho isso muito complicado, obviamente, eu sou burro velho, eu sou carioca, gosto da cidade, mas eu gosto de lá pegar dinheiro em São Paulo, semana passada. Eu fiquei quinto e sexto em São Paulo para buscar dois parceiros financeiros para botar dinheiro no Jardim de Alah, para botar dinheiro no Rio, então eu gosto de ir para São Paulo para pegar dinheiro dele para botar aqui. Agora a grande maioria tira o dinheiro daqui para botar em outros lugares. Portugal teve um boom de crescimento, eu vi isso na Bodytech, na Bodytech o que eu perdi de planos há quatro, cinco, seis anos atrás, que as pessoas falavam que estão indo morar fora. A gente sentia isso, como a gente está num mercado high-end, a gente sentia isso. Então esse é um ponto que eu acho que é política, política de educação, política para reter esses talentos. O segundo, obviamente, eu não preciso falar que é o mais do mesmo, que é a segurança pública. A coisa bacana que hoje eu, particularmente, sou fã da gestão. Eduardo Paes eu sou fã de carteirinha, porque é um cara, é um prefeito maravilhoso, e eu não falo. É meu amigo, conheça, é claro, prefeito da minha cidade, sou um empresário que invisto aqui, tenho boas relações com todos os políticos dessa cidade, no entanto, são pessoas que realizam, que se dedicam, assim, quando eu vejo o prefeito do Rio falar: ‘Cara, eu não quero perder esse emprego, eu tenho o melhor emprego do mundo’, eu acredito nisso, eu acredito nisso, tem convicção, tem vontade, quando a gente procurou a prefeitura para falar do projeto Jardim de Alah, que é o projeto Jardim de Alah, uma MIP, uma manifestação de interesse privado em área pública, e essa lei foi regulamentada no governo Temer, o Rio de Janeiro, a primeira MIP foi a nossa, que só tinha sido feita em São Paulo, então assim, quando você pega uma prefeitura, e aí eu falo prefeito e secretários, quando eu vejo o secretário da raiz, quando eu vejo o secretário da raiz, quando eu vejo o secretário da raiz, quando. Todo mundo engajado em projetos de desenvolvimento para a cidade. Então, eu pego o nosso governador, Cláudio Castro, com todos os problemas de segurança que a gente tem. São problemas sérios. E da vida toda, entendeu? Mas você vê uma conexão do governo do estado com o governo municipal, com o governo federal. Agora a questão do aeroporto do Galeão, se não fosse essa conexão dos três, estaria do jeito que está. Então, eu vou ser sincero, eu sou muito otimista com a cidade. Muito otimista. Eu ouço, eu estou falando sério, acho que a coisa que eu mais ouço é assim, ‘Accioly, o que você está vendo no Rio de Janeiro que eu não estou vendo?’. Porque no Rio de Janeiro, se você pegar os 4, 5 anos, os únicos investimentos que existem é abrir bar e farmácia. Na verdade foi tomada de botequins e farmácias. E a verdade, que grande projeto tem? Tirando os antigos como Rock in Rio e tal, que graças a Deus são grandes projetos empreendendo a cidade. Mas o projeto do Jardim de Alá vai ser o sexto projeto urbanístico mais importante da cidade do Rio de Janeiro. O sexto, porque tem pessoas que falam pra mim que é o sexto, e eu acho que é o quinto, porque eu não conheço o sexto. Então como carioca eu tenho que me render aqui. O mais importante da cidade, o Aterro do Flamengo. Quando foi feito o Aterro do Flamengo, o Burle Marx, em 50 se não me engano. Depois, o mais importante da cidade, a Avenida Atlântica. Quando foi construída a ampliação da Avenida Atlântica, o nosso calçadão, Avenida Atlântica. Depois, o Rio Cidade. A conexão da orla do Rio de Janeiro inteiro. Depois, o Porto Maravilha. Peito do nosso prefeito derrubar aquela perimetral. As pessoas falaram que o prefeito tava roubando viga. E hoje, todo mundo aplaude. Não tem mais ninguém que não aplauda. Aí, pra mim, o quinto, o Parque do Jardim de Alah. Região como a Zona Sul. Tem uma estação de metrô que é a menos utilizada do Rio de Janeiro. Porque só para quem vai no Shopping Leblon e quem vai na Cruzada. Aquilo ali é um parque conectado na cidade. Eu acredito que o quinto projeto urbanístico mais importante da cidade é o nosso Parque do Jardim de Alah. Mas quem conhece o de Madureira, o Parque Madureira, diz que ele é o quinto. Então, como eu não conheço, eu vou respeitar.

 

Marcelo Alves: Mas, olha, você falou uma frase muito importante, quer dizer, que te perguntaram por que você continua investindo, criando, realizando Rio de Janeiro? Porque você acredita. E o que falta realmente, na grande maioria, é acreditar, quer dizer, o que você bem falou, existem essas fugas para fora, mas o Rio é tão especial e com acreditar faz acontecer. Quer dizer, realmente, o potencial que isso aqui tem, a nossa população que nós temos aqui, a alegria, até os empresários que aqui estão querendo investir, querendo coisas boas, é só acreditar e fazer acontecer, porque a gente tem um tesão fodido de fazer acontecer. No sangue, uma vontade de entregar e saber. Está aí o Roberto Medina entregando o Rock in Rio brilhantemente. Você entregando… E entregando algo que o mundo não sabe entregar na magnitude, na complexidade de um Rock in Rio.

Accioly, para terminar um pouquinho, Jardim de Alah. Você acabou de pegar a chave do Jardim de Alah. É um projeto que você, como disse, é a tua nova paixão, você dorme e acorda com ele. É a tua causa. O que realmente eu vi o projeto é lindíssimo junto com o Miguel. Fala um pouquinho, as imagens vão estar ilustrando, mas você está revitalizando aquilo de uma forma lindíssima, com grandes instalações. Fala um pouquinho pra gente.

 

Alexandre Accioly: O Jardim de Alah, esse projeto, não da maneira que ele está concebida hoje, ele foi... Eu quando contratei o Miguel para estar fazendo o Casa tua. Eu fui um dia na casa do Miguel, é coisa do empreendedor na veia, para ver o projeto do Casa Tua. E aí eu sento do lado da mesa dele, ele tem um Mac, aquele computador para arquiteto, e ele foi passando os projetos para chegar no do Casa Tua. Quando chegou no projeto do… antes de chegar no projeto Casa Tua, ele tinha um slide, que é uma imagem antiga e muito próxima da atual, porque na verdade mudou muito o que tem embaixo, o que tem em cima era um projeto que o Miguel fez lá atrás. E aí eu: ‘Peraí, pere... Volta esse slide aí’. Exatamente assim. ‘Volta esse slide aí. Isso é o Jardim de Alah?’. Aí ele falou que era e eu perguntei: ‘Só tem esse slide?’. Aí ele mostrou uma ilustração, né? Outras três ilustrações. Mas ele tinha quatro ilustrações, que são essas imagens parecidas com as de hoje, porque o conceito mudou, era um projeto de não arquitetura. Aí eu falei, ‘cara, que genial. E de quem é isso?’. O Fajardo, que foi um secretário antigo de urbanismo do Rio, na segunda gestão do Eduardo Paes. O metrô do Rio fez lá a obra e o metrô do Rio tinha que reurbanizar, tinha. Revitalizar aquela parte ali em cima. E o metrô do Rio não fez. E aí o Fajardo pediu ao Miguel e ao Sérgio Caldas para que ele junto criasse um projeto de revitalização daquela área do metrô. Aí eles criaram o projeto tal qual, ou esse projeto não arquitetura, está lá hoje. E eles pegaram o estacionamento da rua, que você tem ali na rua 160 vagas aproximadamente dos dois lados e tal. Eles tiraram os estacionamentos da rua e cresceram o parque para aumentar a área permeável até a calçada. Acabou com aquele estacionamento todo, então com isso você fez o parque alargar, unificar as praças, que ali são três praças, unificar as praças e fazer um Parque Verde no meio do Leblon e Ipanema, conectando o Lagoa e Ipanema, a Orla da Marítima, então assim, quando eu vi aquilo eu falei ‘caramba, o Miguel, deixa eu te fazer uma pergunta. Quem é o dono desse projeto?’, exatamente assim, aí o Miguel, ‘Ué, eu. Eu, o Sérgio e o João, que é o meu sócio’. Eu não conheci o João ainda, eles tem uma empresa chamada Opan, que são os três sócios, ‘Alguém pagou a vocês por esse projeto, não, ninguém deu um chequinho?’. Porque se alguém deu um chequinho, alguém era o dono do projeto. ‘Não, não, esse foi um projeto de risco que a gente propôs, só que não andou’, o Eduardo perdeu a eleição, o Eduardo nem tinha, não conhecia o projeto, isso foi tudo no âmbito do Fajardo, e aí eu perguntei para ele, ‘Vem cá, tem como botar umas lojas aí na extensão do canal, meio Porto Madeira na Argentina?’.

Ele respondeu: ‘Claro que tem, a gente sobe, porque o Jardim de Alá está 2,5 metros abaixo, a gente constrói 2,5 metros acima, faz o jardim em cima’. Teto verde? Que teto verde, isso é uma caixa de terra de 80 centímetros, todas, 85% das árvores são preservadas e a gente constrói mais 40% de árvores, as árvores são todas, são centenárias, estão na beira da rua e nenhum vai ser mexida. E hoje não é nada ali, é ponto de crack, de prostituição, de assalto, de mendingo. Aí eu: ‘Tem como fazer um mercado, tipo o da Ribeira, de Portugal, ali, com várias operações comunitárias, gente, a melhor forma de levar segurança é ocupando, né?’. Aí o Miguel: ‘Claro!’. Aí eu falei assim: ‘Eu não quero comprar o projeto não, eu quero que você seja meu sócio, você, o Sérgio… Você entra com o projeto e eu tiro do papel e faço acontecer’. Aí eles: ‘Deixa eu pensar’. Na semana seguinte nós fomos almoçar. E aí a gente começou a pensar nas soluções jurídicas, aí a gente descobriu que existia essa lei que estava em São Paulo, que é MIP, Manifestação de Interesse Privado em Área Pública. Qualquer empresário ou cidadão, pela lei hoje, pode, ‘ah, eu vou pegar a praia do Arpoador, lá, a pedra do Arpoador e vou construir um clube lá em cima’, papel aceita qualquer coisa. Você propõe, manda para os órgãos, os órgãos vão avaliar, os órgãos não têm sequer a obrigação de te retornar. Agora, se o órgão, se a entidade pública gostar daquela ideia, o que que ela faz? Ela publica uma MIP e ela chama fases de estudos, chama toda a sociedade, empresários, para que possam participar dos estudos.

A prefeitura do Rio fez isso. Abriu, aí entrou um segundo grupo, que foi o grupo do Roberto Medina, que era o Roberto Medina com a Dream Factory, junto com o Sérgio, uma turma, só gente competente, eles foram contratar arquitetos na Bélgica, eles tiveram um puta projeto também, sabe? Pessoas sérias, todos cariocas natos, que conhecem profundamente a cidade e tem respeito pela cidade, que não adianta só conhecer. Aí participou, entrou só os nossos dois grupos fazendo estudos, a gente apresentou a nossa ideia, a gente foi sempre convicto com a nossa ideia, eles apresentaram as ideias dele e encerrou o período de estudos, aí o que aconteceu? A prefeitura podia ignorar e deixar do jeito que está, ela deu mais um passo, ela pegou aqueles dois estudos e fez os órgãos da prefeitura, todos os órgãos, CET-Rio, Urbanismo, IRBH, todo, Secretaria de Parques e Jardins, fez avaliar, olha, esses projetos são bons? Ah, eu gostei desse aqui. ‘Ah, eu gostei parte desse aqui’. ‘Ah, mas aqui a CET-Rio deu uma ideia assim’. E saiu um novo projeto. Com certeza o nosso foi a base maior. Óbvio, porque tanto é que derrubou como o melhor projeto, então óbvio, né? A gente sempre teve a nossa convicção, né? A convicção não era minha. A convicção era do Sérgio Caldas e do Miguel Pinto Guimarães. O projeto deles nunca foi mexido urbanisticamente. Com a inteligência, competência deles, eu estimulei como é que eu consigo monetizar isso. Afinal de contas tem que ter 110 milhões para investir ali. E mais do que isso, são 35 anos de concessão. Então, a cada ano são 20 milhões de reais o custo de carrego. Só a operação de 8 mil metros quadrados de abl, de locação de lojas, não paga isso, tem que ter patrocínio, você tem agenda, a gente tem um projeto social incrível, conveniado com a CBF, com a NBA, com o Flamengo, com o Vasco, com o Botafogo, estamos fazendo um ginásio fechado com ar-condicionado para a cruzada. É, o Tablado vai fazer as oficinas de arte gratuita, quem é que paga isso? Tem? Tem. Somos nós, a concessão do parque, e isso, lojista não paga, tem que ser patrocinador, nós vamos ter só 5 patrocinadores para esse parque inteiro, então, esses 5 patrocinadores tem que existir, se não acontecer patrocinador, a gente vai ter que se virar em 20 milhões por ano para botar ali, porque locação de 8 mil metros quadrados de locação, não paga 30% disso.

 

Marcelo Alves: Isso as pessoas não sabem, né?

 

Alexandre Accioly: Sabem…

 

Marcelo Alves: Só não ligam. Só querem criticar.

 

Alexandre Accioly: O Miguel deve ter feito 100 apresentações, cada uma com média de 15 pessoas. Todas as pessoas que nos procuraram para fazer a apresentação, a gente fez. Fez em teatro, fez na Gávea, fez no Caiçaras, fez no Paissandú. Amanhã nós fomos fazendo uma no Clube Monte Libano. Fizemos na rua, o Miguel, a semana retrasada, fez no meio da cruzada, fechou lá. A cruzada botou um telão para os moradores todos. Gente, todo mundo conhece o projeto. Quem não conhece o projeto é porque não quer conhecer o projeto. Agora, você tem um grupo ali, você vê, é uma coisa tão doida. Nós temos apoio total e integral da Associação dos Moradores de Ipanema, da Associação dos Moradores do Leblon, da Associação dos Moradores da Afranio de Melo Franco, da Selva de Pedra, Associação dos Moradores da Cruzada São Sebastião, Associação das  pessoas representativas dos cachorros que cuidam daquela área, de bebês, todas as associações nos apoiam. Aí vem um grupinho de 20 pessoas e criam com data de um ano atrás, eu estou nesse projeto, há três anos trabalhando nesse projeto. Eu, Miguel e os outros sócios trouxemos um grupo fortíssimo. Investindo, trabalho, projeto. Financeiro, tempo. Aí a gente vem um grupo, juntam 20 pessoas e criam associação dos moradores do Jardim de Alah. Por quê? Jardim de Alah não é bairro. Jardim de Alah é aquelas praças, tá? Bairro é Leblon e Ipanema. Então eles não concordando com a posição de Leblon e Ipanema, um grupo de 20 moradores faz uma associação de moradores Ipanema, assinado pelos 20. O cartório você vai lá e vê, tem um ano, um ano e três meses que eles criam. Para combater o projeto, eu procurei a presidente dessa associação diversas vezes, para ouvir, para mostrar. A gente apresentou o projeto várias vezes, só quando eu procuro a presidente de uma associação, eu estou falando institucionalmente, entendendo que a pessoa tem representatividade, reconhecendo a representatividade do Leblon e Ipanema, mas que mais um grupo, vamos sentar. Eu e Miguel sentamos diversas vezes, mas eles vão lá a faixas. ‘Aqui vai ser um shopping’, não vai ser shopping nada. Sabe onde eu passei há um mês atrás, onde eu estava circulando? Na galeria River em Ipanema, sabe o que é a galeria River em Ipanema? Só um carioca sabe o que é a galeria River em Panema, é a galeria dos surfistas, dos skatistas. Sabe o que eu estava fazendo lá? Escolhendo loja para convidar para o Jardim de Alah. Que barato, que é o ponto, né? Que é a ponte. Eu estou discutindo loja de tecnologia. Eu estou discutindo restaurantes de alto padrão que incrementam o turismo, que incrementa a cidade, a ocupação daquilo ali, então assim, ter um grupo... 

 

Marcelo Alves: Mas é minoria, né? É minoria da minoria. 

 

Alexandre Accioly: Não, é minoria total. Infelizmente, são pessoas que por algum motivo próprio, então ficam brigando, mas enfim, faz parte, também Jesus Cristo teve... 

 

Marcelo Alves: É lógico, e é bom, até por isso gera ainda mais desafios e está aí. Você conquistou, realmente começou, já começa a tapumar agora? 

 

Alexandre Accioly: É, então hoje, graças a Deus, foi publicado no Diário Oficial, o início de obras, então a partir de hoje... Não entregou as chaves, porque entregar as chaves é muito forte. Ela entregou, passou a responsabilidade, porque o terreno continua sendo do cidadão carioca. Continua sendo o poder público, só que o Jardim de Alah. Eu vou falar até na câmera, o Jardim de Alah, quando for inaugurado, vai ser um oásis dentro da cidade do Rio de Janeiro em segurança, em manutenção, em entretenimento, em lazer, em atividades sociais, esportivas, em inclusão social. O Jardim de Alah terá seguranças privadas em toda a região do Jardim de Alah, 24 horas por dia, o carioca, o turista vai poder sair da lagoa pelo Jardim de Alah não tendo que ir para as ruas do bairro, atravessar porque lá vai ser seguro, com sistema de monitoramento inteligente de câmeras, com segurança privada. A manutenção do parque será da iniciativa privada, será nossa responsabilidade. Sabe por quê? Porque se amanhã ou depois a gente tivesse a falta de sorte de ter uma prefeitura, um prefeito ou um governo municipal que abandonasse a manutenção do parque e ia voltar tudo ao que era antes, só que com empreendimento particular e o investimento da iniciativa privada. Então nós tomamos a decisão de, na nossa MIP, assumir responsabilidade do parque. A placa de trânsito na Borge de Medeiros e na Epitácio Pessoa, se der um problema, somos nós que temos que resolver. A placa de trânsito. Então o Jardim de Alah vai ser uma área que durante 24 horas, se alguém quiser bater bola, atravessar, vai fazer com segurança. Hoje é ponto de crack, prostituição, sexo à noite debaixo daquela ponte, você pode passar lá, quem quiser, vai ter lá a vontade. Assaltos, escuridão. Então assim, eu tinha um restaurante, um investimento chamado Gero Ipanema, que eu abria 22 anos atrás, durante o almoço eu não conseguia trazer quem morava no Leblon e quem trabalhava no Leblon para frequentar o almoço do Gero Ipanema na Aníbal de Mendonça. Sabe por quê? Porque eles não queriam o cliente, o público, tinha receio de atravessar o Jardim de Alah. Como é que eu resolvi isso? Tive que montar um Jero no Shopping Leblon. Eu tinha dois Gero’s, um de cada lado do Jardim de Alah. Por quê? Porque tinha um Jardim de Alah abandonado. Hoje não vai ter mais isso. Aquela região vai ser uma nova região, vai ser uma região muito mais inclusiva, participativa, vai ser uma das áreas mais importantes da cidade, para o lazer, para o turismo e mais do que isso, para o carioca. 

 

Marcelo Alves: Olha, é com esse depoimento emocionado, que brilham teus olhos, até pelo desafio que você vem…

 

Alexandre Accioly: É uma causa.

 

Marcelo Alves: É uma causa que há três anos você vem trabalhando, vem lutando, e felizmente o resultado está aí e é muito, quer dizer, como você bem falou, nem Jesus agradou a todos, mas inadmissível, quer dizer, o investimento, o trabalho, não tem nada de errado, porque as pessoas são contra. Pelo contrário, tinha que estar aplaudindo e querendo nas suas praças também, quer fazer acontecer que principalmente os seguintes, esses 20 do Jardim de Alah, certamente moram no Jardim de Alah. Quanto vale o imóvel hoje e quanto vale o seu imóvel amanhã? Pelo amor de Deus. Eu acho que ninguém gosta de andar para trás. Então realmente...

 

Alexandre Accioly: O Magnavita… Uma vez eu estive com o Magnavita mostrando o projeto do Jardim de Alah, como a gente fez, a gente mostrou para todo mundo, e o Magnavita falou assim: ‘Accioly, sabe qual o problema? É porque aquele, as pessoas que devem estar reclamando. Morar de imóvel alugado, porque vai aumentar o valor do aluguel’. Ele fez esse comentário. Então assim, mas a gente consegue pontuar. Algumas pessoas, o prédio não tem estacionamento, ele usa o estacionamento da prefeitura, chega lá, para o carro, tá bom, é a vaga dele. Isso vai acabar. Isso é um fato. Copacabana, 80% dos prédios não tem vagas. O carro tem que ser banido.

 

Marcelo Alves: Que bom que o final está sendo feliz e pela luta por esse trabalho incansável, pela sua causa, vai acontecer brilhantemente. Estamos chegando ao fim, mas eu queria, como sempre, deixar para uma audiência muito segmentada que nós temos, que são os estudantes que nos acompanham, esses grandes empresários, executivos que aqui estão, a sua mensagem de como chegar lá. Eu sei que a sua trajetória, como você bem disse no início, aqui nos bastidores, começou com 17 anos, vendendo, você sempre foi vendedor, o que dava dinheiro que você estava atrás. Eu queria que você falasse para eles o que fazer, como seguir, que atitude tomar para amanhã ser um Alexandre Accioly?

 

Alexandre Accioly: Marcelo, eu acho que se acreditar nas suas ideias, nas suas convicções, eu sempre falei muito que se você tem um grande projeto, o dinheiro vem. Eu vou dar um exemplo, Jardim de Alah, Roxy, o dinheiro inicial para o projeto, para essa coisa toda, nesse caso nem projeto, porque eu trouxe os arquitetos para ser meu sorte, num sonho, numa ideia, não teve nem dinheiro. E agora, teve 25 milhões que já foram investidos, 18 de outorga, 7 em Advogados, todo o processo do Jardim de Alah, e agora tem 110 milhões para ser envolvido. Teve um amigo meu que falou um dia assim para mim assim: ‘Accioly, eu vi aí o Jardim de Alah e o Roxy. Esses dois projetos têm investimento na cidade de 180 milhões. 65 do Roxy e 121 do Jardim de Alah. Pô, como é que você bota 180 milhões no negócio?’. ‘Aí eu virei para eles, se eu estivesse com 180 milhões líquido, eu também nem botei nada não, meu irmão. Eu vou pegar dos outros’. E conclusão, tenho dois projetos espetaculares e eu estou ouvindo pedidos para ser patrocinadora. Ouvindo pedidos, o meu WhatsApp é uma loucura de gente, principalmente de São Paulo, grandes restaurantes de São Paulo, querendo vir para cá. Querendo estar aqui, e eu estou me dando luxo de falar assim, eu só vou conversar sobre isso no ano que vem, porque agora não é momento pra isso, o mix eu vou adotar, ali vai ser um mix muito voltado pra serviços. 

 

Marcelo Alves: É uma obra de quanto tempo? 

 

Alexandre Accioly: Vai levar 16 meses, a gente, agora a gente começa a tapumar a área toda, a parte da área toda, aquela parte da Prudente Moraes até a Praia, a gente não vai mexer, mas vai ter segurança privada, vamos iluminar melhor, vamos botar sistema de câmera no parque todo, porque o parque não tá pronto, a gente tá assumindo o jeito que tá, mas nós já vamos ficar com essa manutenção de limpar, vamos tapumar entre a Prudente Moraes e a Epitácio Pessoa, a prefeitura ainda vai tirar nos próximos 90 dias a comlurb lá de dentro, vai tirar aquilo tudo, nós vamos fazer um tapume incrível, a Notre Dame de Paris quando pegou fogo, eles fizeram um tapume, contaram a história da Notre Dame no tapume, nós vamos contar a história do Jardim de Alah. 

 

Foto: Reprodução/TVC

 

Marcelo Alves: Já começa bem, né?

 

Alexandre Accioly: Essa parte a gente vai estar tapumando, aí vai começar mobilização de escritório, de movimentação de terra, aquelas coisas todas, enquanto sai o licenciamento da prefeitura. O licenciamento da prefeitura deve terminar em agosto. Terminando em agosto, até final de setembro, a gente começa a obra e são 16 meses. 

 

Marcelo Alves: 2026? 

 

Alexandre Accioly: Não, dezembro de 2025 eu quero, eu quero o verão de 2026, todo mundo, não é mais vamos invadir a sua praia. 

 

Marcelo Alves: Olha, gente, eu realmente queria ficar muito mais tempo, só que nós temos um tempo limitado, uma conversa que tem muita história, tem muita informação, tem muita curiosidade. Accioly, muito obrigado. 

 

Alexandre Accioly: Eu que te agradeço, uma delícia estar aqui. 

 

Marcelo Alves: Prazer enorme tê-lo aqui com a gente, ter a sua história. 

 

Alexandre Accioly: Você é um amigo querido, nosso magna. 

 

Marcelo Alves: Não, você realmente, como eu repito o que eu falei no início, o Rio te agradece. 

 

Alexandre Accioly: Eu que agradeço ao Rio, eu sou o que eu sou graças à cidade. 

 

Marcelo Alves: É uma troca, né? Mas você faz acontecer. Olha, tivemos esse papo maravilhoso. Com Alexandre Accioly, esse empreendedor que o Rio merece e o que o Rio precisa de mais Accioly’s. Parabéns. Continue acreditando na nossa cidade e que realmente a gente possa cada vez mais aplaudir os seus empreendimentos e vivenciar os seus projetos e as suas realizações. Parabéns. Olha, terminamos esse papo com Alexandre Accioly, aqui diretamente dos estúdios da TVC, e realmente fique ligado que mais e mais entrevistas virão aí com grandes personalidades do mundo do marketing e do mundo de negócios. Forte abraço a você.

 

 

O Bate-papo você confere em: https://youtu.be/EA8FXikzWtc?si=AoXH2OkuT0uX01m0