Metal invade o festival e mostra a cara do Rock’n Roll

Por: João Victor Ferreira

Não poderia faltar muito metal nessa edição do Rock in Rio. No dia 04/10 (sexta-feira) o evento contou com diversas atrações que redimiram os fãs do “rock raiz” com apresentações de bandas antológicas dos anos 1980 e 1990, entre outras mais recentes.

O dia começou no palco Sunset com a banda Nervosa, trio feminino e protagonista na cena do heavy metal. A representatividade da banda foi muito relevante na discussão do machismo em um meio predominantemente masculino do rock. À parte disso, o show teve muita pegada e força, para já começar um dia muito animado. A banda Torture Squad tocou no mesmo palco, com uma apresentação não tão potente, mas igualmente representativa. A banda paulista, protagonizada por Mayara Puertas – que começou a apresentação vestida de deusa hindu –, deixou a tarde dessa sexta ainda mais quente para o que estava por vir.

Abrindo o palco Mundo tivemos Sepultura, ressaltando e sacramentando a importância brasileira no cenário internacional do rock e do metal. A banda marcou a sua presença como uma das grandes bandas brasileiras, além de dar a devida importância internacional para o gênero de rock n’roll, sendo influência aqui e lá fora. A banda ainda homenageou o recente falecimento de André Mattos, o maior nome do metal brasileiro, ex-vocalista da banda Angra.

O Anthrax teve a sua estreia no Rock in Rio no palco Sunset, quando já havia escurecido. A banda de new metal fez uma bela apresentação, animando todos no pequeno palco e tocando diversos hinos dos fãs de metal como Madhouse e, inclusive abrindo o show com o início do riff de Cowboys from Hell, da banda Pantera.

Logo em seguida, tivemos Helloween no palco Mundo. A banda alemã acabou ficando em desvantagem em relação a todas as outras, já que entrou nos 45 do segundo tempo, depois do cancelamento de Megadeth. Apesar dos problemas envolvidos a banda conseguiu fazer um show com pegada e a clássica animação do power metal.

Slayer fechou o palco Sunset e também as suas apresentações no Brasil, já que a banda anunciou a turnê que veio para o Rock in Rio como a última da banda. O show não falta elogios, com muitas rodas, sons pesados e clássicos que todos queriam ver como Raining Blood.

Mesmo não fechando o dia, o destaque da noite foi a grandiosa banda Iron Maiden, veteranos de longa data no Rock in Rio, mas que mesmo assim, não deixaram de marcar seu lugar na história com um show antológico. Mesmo depois de diversos problemas envolvendo a banda britânica de heavy metal, como o câncer na língua que o cantor Bruce Dickinson, a noite não poderia ter sido melhor para os fãs. A apresentação foi pirotécnica, poética e até escatológica: o show do Iron Maiden quase que contava uma história com o palco, enquanto a música rolava e os fãs gritavam. Músicas icônicas como The Trooper, Number of the Beast e Fear of the Dark deixaram o público insano. A banda também alegrou os fãs de longa data, tocando músicas menos conhecidas, mas ainda assim incríveis como The Clansman. A banda se despediu com gosto de “quero mais”, deixando assim a promessa de volta para o Brasil.