Montagem brasileira, assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho, traz Marcelo Serrado, Dani Calabresa, Totia Meireles, Fernando Caruso e muitos outros

 

 

*Lucas Costa*

Lançado em 1974 nos cinemas, O Jovem Frankenstein, de Mel Brooks, ganhou adaptação para o teatro musical em 2007, se tornando um grande sucesso da Broadway. O clássico mundial da comédia ganhou sua primeira montagem brasileira, assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho, e chegou no dia 18 de agosto, ao Teatro Multiplan, no Shopping VillageMall, na Barra da Tijuca. 

O elenco contemporâneo da montagem brasileira inclui nomes como Marcelo Serrado, Dani Calabresa, Totia Meireles, Malu Rodrigues, Fernando Caruso, Bel Kutner, Hamilton Dias e muitos outros, além de uma big band com nove músicos sob a regência do maestro Marcelo Castro.

Charles Möeller, em entrevista recente, falou sobre como a produção tentou ser o mais fiel possível ao filme original:

“Estamos com um elenco só de feras. Tentamos ser bastante fiéis ao filme, mais do que ao próprio musical. Há também uma cenografia grandiosa, com cortes quase cinematográficos. Como a peça é baseada em um filme, ela tem um jeito de mostrar os cenários se abrindo e se fechando como se a fosse a ótica da lente de uma filmadora. É um espetáculo que tem o melhor dos melhores”, afirmou adianta Möeller.

Na trama, o neurocirurgião Dr. Frederick recebe de herança um castelo na Transilvânia, onde encontra um livro deixado pelo avô, Frankenstein, sobre a experiência em reanimar mortos e resolve testar a teoria, mas...

Para o protagonista Marcelo Serrado, que dá vida ao personagem Dr. Frederick Frankenstein, o espetáculo é garantia de muita risada.

“Eu vi o filme na minha infância e era apaixonado pela peça, que é muito engraçada. Não pensei duas vezes para aceitar o convite”, contou Serrado.

Opinião do Jornal da Barra

Na segunda-feira (21), o jornalista Lucas Costa esteve presente na sessão especial para convidados, e conferiu o espetáculo de perto. 

Apesar de ser um clássico, a montagem brasileira traz diversos elementos da atualidade no seu texto, como a gíria ‘peguete’ que é usada pela personagem de Totia Meireles, para se referir ao falecido Victor Frankenstein, com quem ela tinha um caso.

Logo de cara, somos arrebatados pela grandiosidade que o espetáculo nos apresenta com cenografias e iluminação. A cada troca de localidade, somos impactados com uma riqueza de detalhes nos cenários, que nos ajuda a entender ainda mais sobre a história contada e pelo show de iluminação. Cada detalhe faz diferença, e o palco se transforma durante todo o espetáculo. É a mágica do teatro acontecendo diante dos nossos olhos, em uma super produção que merece todo reconhecimento e palmas.

Outro ponto que chama muito atenção, são os figurinos usados pelos personagens, que fazem toda a diferença, e se destacam a cada troca, pela beleza que cada um carrega. O figurinista João Pimenta mostra que entende do que faz, e trouxe peças incríveis para cima do palco.

As coreografias são essenciais na montagem de um musical, e Roberta Serrado e Joane Mota são as responsáveis por um grande deleite que o público presencia. Todo o corpo de ballet merece o reconhecimento pelo trabalho lindo que apresenta aos espectadores. 

Por último, mas não menos importante, esse elenco de primeira linha. Quero começar falando sobre Dani Calabresa, que estreou no teatro musical, e já vem mostrando toda sua força e seu poder, com a carismática e engraçada Elizabeth Benning. A cada fala sua, uma risada (por mais discreta que seja), é tirada do público. Também temos que reconhecer Totia Meireles, como a governanta Frau Blücher (aqui infelizmente não temos o som de cavalo ao pronunciar o nome), que está totalmente entregue ao papel. Uma mulher misteriosa, e não tão pura quanto aparenta. Malu Rodrigues faz a engraçada e sensual Inga. Uma jovem com muita fartura, e que com toda sua sensualidade seduz o personagem Frankenstein, que por sua vez é feito brilhantemente por Marcelo Serrado. Ele mostra uma sintonia incrível com todo elenco, principalmente com a personagem Inga, que você fica o tempo todo torcendo para ficarem juntos. Hamilton Dias dá vida ao Monstro, que é um personagem encantador, diferente do que muitos imaginam quando pensam na produção. Um personagem enorme em tamanho, e em bondade. Ele que só quer ser amado, é uma das melhores adições do elenco, pois deu o tom certo de humor ao grandalhão. E sem me alongar muito, preciso falar da performance incrível de Fernando Caruso, no papel de Igor (lê-se Aigor), um fiel companheiro do Dr. Frederick Frankenstein durante sua aventura pela Transilvânia. Caruso conseguiu de forma incrível dar o tom certo de comédia do personagem, e se destaca pelas boas sacadas que dá durante a apresentação. Digno de todos os aplausos que recebe.

Outros nomes merecem reconhecimento como Bel Kutner, que faz a Inspetora Hans Kemp, e Claudio Galvan, que dá vida ao personagem Ermitão. 

Nota do jornal: 10/10

SERVIÇO:

O Jovem Frankenstein - Um Musical de Bel Brooks

Temporada: de 18 de agosto a 8 de outubro

Dias: Quintas e sextas às 20h / Sábados às 16h e 20h / Domingo às 16h.

Local: Teatro Multiplan - Village Mall

Endereço: Av. Das Américas, 3900 - Barra da Tijuca

Ingressos: de R$ 37,50 a R$ 280,00 pelo https://www.sympla.com.br