Primeiro fim de semana tem baile da realeza com a escritora Julia Quinn

 

 

*Lucas Costa*

A Bienal do Livro Rio está oficialmente aberta. Durante os próximos dias, o visitante que estiver entre os pavilhões do Riocentro, na Barra da Tijuca, é recebido por um mundo literário, que vai muito além das páginas, e chega até os corredores tomados por histórias das mais diversas culturas. A edição de 2023 marca os 40 anos do evento, que faz a alegria dos leitores através do tempo. 

Logo no primeiro fim se semana, os visitantes são recebidos com um baile da realeza de Bridgerton, com a autora Julia Quinn, responsável pela série de livros. Quinn está lançando um novo título: Rainha Charlotte. Figura importante nas duas primeiras temporadas da série de streaming Bridgerton, a personagem não existia até então na trama. O projeto nasceu a partir dos roteiros criados por Shonda Rhimes para contar na TV a história de amor que agitou a alta sociedade do século XIX.

“Escrever esse livro foi um processo totalmente novo para mim. Shonda criou os roteiros e eu os transformei em um romance. Foi um desafio que eu curti muito fazer. Este ano voltarei ao Brasil para participar da Bienal Internacional do Livro Rio. Estou muito feliz, os fãs brasileiros são os melhores!”, revela.

A Bienal acontece de 1 a 10 de setembro, no Riocentro. (Foto: Divulgação)

Os livros de Julia já foram traduzidos para 41 idiomas e, no Brasil, já venderam mais de 2,5 milhões de exemplares.

Sextou com Simas

Uma das novidades da edição deste ano, é que nas duas sextas-feiras da Bienal, o professor e escritor Luiz Antonio Simas transforma o Café Literário num botequim carioca, onde a literatura brasileira e a cultura popular se misturam. Com convidados especiais em cada sessão, os encontros trazem a rua e a festa para a celebração dos 40 anos da Bienal do Livro. 

O Café Literário fica no Pavilhão Verde, e os encontros acontecem às sextas, sempre às 18h.

Primeiro fim de semana

Neste primeiro fim de semana de evento, alguns escritores estão confirmados na programação oficial, e o Jornal da Barra foi atrás deles para poder bater um papo, e conhecer mais sobre eles, suas obras, e o que os leitores irão encontrar.

 

Clara Alves é autora e esse ano assume lugar na curadoria da Bienal do Livro. (Foto: Reprodução/Internet)

À frente do projeto de curadoria estão nomes com vasta experiência no universo cultural. Com forte conexão com o público jovem, Clara Alves é autora do aclamado romance “LGBTQIAP+ Conectadas”, de “Romance real”, “De repente adolescente” e “Sobre amor e estrelas”, e bateu um papo com o JB, sobre a Bienal e onde ela estará nos dias de evento: 

Jornal da Barra: Você vem de um caso de muito sucesso nas últimas edições da Bienal, muito sucesso na internet, e agora está como curadora do evento. Como você vê esse rumo que sua vida profissional tomou? Ser curadora é algo que você almejava, que você já tinha imaginado?

Clara Alves: Eu nunca me imaginei curadora, pra falar a verdade. Não porque não goste do trabalho, só nunca vi isso como uma possibilidade. Então quando a organização da Bienal entrou em contato comigo, pensei: deve ser um convite pra programação, legal. Fiquei muito surpresa com o convite, mas também muito feliz. Pra mim, ele representa todo o destaque que a literatura YA está tendo. A Bienal do Rio convidar uma autora YA para ser curadora é uma declaração de que esse é um público importante do evento que eles querem atingir. É uma responsabilidade enorme, mas muito gratificante também. E tem sido enriquecedor como autora e profissional do livro.

JB: Você vai estar presente como mediadora em duas mesas, no dia 09 (segundo sábado). O que os leitores podem esperar dessas conversas?

CA: Muitos surtos e risadas, eu diria! Poder mediar duas mesas tão importantes pra mim nessa Bienal é incrível, e eu estou empolgada para estar desse “outro lado”. Espero conseguir trazer um pouco do dinamismo e da leveza que estamos propondo para toda a programação — sem deixar de falar sobre assuntos importantes de um jeito novo. É um desafio.

JB: Além das mesas, quem quiser te encontrar, pegar autógrafo, tirar uma foto, bater um papo e tudo mais, deve fazer como? Você vai ter alguma sessão de autógrafos?

CA: Sim! Após a minha primeira mesa, no dia 1, terei uma sessão de autógrafos na praça oficial da Bienal. No dia 9, minha sessão oficial está programada para 12h30, também na praça. Nos dias 5 e 8, tenho sessão de autógrafos no estande da Companhia das Letras. No dia 7, na Rocco, para autografar a antologia “Sobre amor e estrelas (e a cabeça nas nuvens)”, de que faço parte. E também no dia 8 tem o lançamento da antologia “Finalmente 15”, pela Galera Record. Ufa! Muita coisa. A programação completa está no meu perfil do Instagram, com todas as informações sobre limite de senhas e de livros.

 

Juan Jullian é autor dos livros "Querido Ex", "Maldito Ex" e "Viralizou". (Foto: Reprodução/Internet)

O escritor Juan Jullian está confirmado na mesa Mundos Paralelos, no sábado (02/09), às 13h, batendo um papo com Maria Freitas e Lavínia Rocha, com mediação de Tiago Valente. 

O autor volta ao evento de 2023 para divulgar sua terceira obra, Viralizou, recheada de referências à cultura pop e a tretas da internet. No enredo, uma funkeira e um jornalista de celebridades que destruiu a carreira dela se unem para sobreviver em meio a um apocalipse zumbi - ele não esconde que a inspiração foi a briga entre a cantora Anitta e o colunista Léo Dias. Assim como em seus dois livros anteriores, o protagonismo da história é de pessoas LGBTQIAP+, e a proposta do autor é construir com a literatura um lugar de liberdade e celebração para a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero.

Jornal da Barra: No dia 02, você vai estar em uma mesa com Maria Freitas e Lavínia Rocha, e a mediação é do Tiago Valente. O que você pode nos falar sobre essa mesa? O que os leitores podem esperar?

Juan Jullian: Então, eu tô muito animado pra essa mesa, porque eu acho que ela é bem sintomática do tempo que a gente tá vivendo. Até pouco tempo atrás, a gente tinha pouquíssimos livros com protagonismo LGBTQIA+, protagonismo não-branco, escrito por autores LGBTQIA+, escrito por autores não-brancos no catálogo das grandes editoras e nas livrarias. E acho que isso era refletido nos grandes eventos literários, porque a gente sempre se via sendo convidado para falar sobre os mesmos temas. No caso, pautas como é ser um autor LGBT, as dificuldades de ser um autor LGBT no Brasil, o que é muito importante, o que tem seu papel, mas é muito feliz quando a gente também tem a oportunidade de falar de outros temas. E a curadoria deste ano na Bienal foi muito feliz fazendo isso, porque eu acho que se você dá uma passada por todas as mesas, por todos os debates, você vai encontrar autores de diferentes lugares, com diferentes backgrounds, diferentes identidades de gêneros, orientação sexual. Então tá numa mesa extremamente diversa com outros autores LGBTQIA+, e não necessariamente falando sobre como é ser um autor LGBTQIA+, é muito animador pra mim. Até porque eu me vejo neste momento na minha carreira literária, né, quando a gente pensa em livro jovem adulto e livro jovem adulto nacional com protagonismo LGBT, a gente automaticamente pensa em romance. E o Viralizou, meu último livro, que é, enfim, sobre uma funkeira tentando sobreviver ao apocalipse zumbi no Rio de Janeiro, apesar dele ter um protagonismo LGBT, um protagonismo preto, é uma história de terror, uma mistura de terror com comédia. Então tá em uma mesa pra poder falar sobre histórias pro público jovem adulto pra lá. Além do romance, me deixa bem empolgado. Sem falar que a constituição da mesa é incrível, né? A gente tem o Ransom Riggs, que é um autor que eu amo, de O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares. A gente também tem a Maria Freitas, que é uma grande amiga, então compartilhar a mesa ali com ela também é bem especial, a Lavínia. As expectativas estão gigantescas, estou bem animado.

JB: Essa não é sua primeira vez na programação oficial da Bienal. Uma marca sua, ao longo da sua carreira de autor, é as campanhas promocionais que você faz para mimar seus fãs. Pensando nisso, quem estiver no evento, pode se preparar para brindes e muito mais? Consegue adiantar algo pra gente?

JJ: Então a Bienal é muito importante pra mim. Acho que tanto pessoal quanto profissionalmente ela faz parte do meu processo de formação como leitor e como autor. Eu tenho memória de ir na Bienal ficar quatro horas na fila para ver o Eduardo Spohr para conseguir um autógrafo dele. E é muito legal perceber que hoje, por exemplo, a gente é publicado pela mesma casa editorial. Em 2019 a gente também tem aquele episódio bem triste da tentativa de censura de livros com protagonismo LGBTQIA+, pelo então prefeito Marcelo Crivella, e que foi o momento onde o Querido Ex, né, o meu primeiro livro foi descoberto pelo grande público, foi quando, enfim, em um único dia ele teve 10 mil e-books vendidos, assim, é muito como resposta a essa tentativa de censura. Então a Bienal do Rio tem um lugar muito especial no meu coração. E aí eu tento sempre retribuir, enfim, essa importância que o evento tem pra mim, o carinho que eu recebo ao longo do ano dos meus leitores no evento. E aí, esse ano, eu mandei fazer uma cartela de adesivo comemorativa da minha jornada literária até aqui. Então, é cheia de referências que os leitores que me conhecem vão entender, vão poder acompanhar. Ela vai estar sendo distribuída no estande do grupo Editorial Record para quem comprar meus livros e também para quem for à minha sessão de autógrafo do dia 2 de setembro. É o tipo de coisa que é simples, mas que, enfim, eu sempre tento pensar formas diferentes de agradar aos leitores e de não deixar passar momentos que para mim são importantes como a Bienal em branco.

Serviço: 

Bienal do Livro Rio 2023

Data: de 01 à 10 de setembro

Horário: de segunda a sexta de 09h às 21h / sábados e domingos de 10h às 22h

Ingressos: R$ 39,00 (Inteira) / R$19,50 (Meia-Entrada)

Endereço: Riocentro - Avenida Salvador Allende, 6555 - Barra da Tijuca