Riocentro se transformou em um parque literário e recebeu mais de 740 mil visitantes, atingindo recorde histórico desde a inauguração do festival. Confira os destaques da edição
Após dez dias intensos de livros, muita arte e interações maravilhosas entre autores e leitores, a Bienal do Livro 2025 se destacou como uma das mais grandiosas e potentes edições desde a sua criação, em 1983. Neste capítulo efervescente, 740 mil pessoas exploraram os pavilhões literários entre a pré-estreia do dia 12 de junho e o último dia, 22 de junho. O festival apresentou um crescimento de 23% de visitantes a mais do que a edição anterior, de 2023, quando 600 mil visitantes estiveram presentes. Além das novidades na edição e atrações do Book Park, o evento também celebrou o título carioca de Capital Mundial do Livro, concedido pela UNESCO, e superou as expectativas do público e da venda de livros.
Em um país em que 53% da população afirma não ter o hábito de ler, segundo a Pesquisa Retratos da Leitura 2024, feita pelo Instituto Pró-Livro, o sucesso da Bienal significa uma chama que resiste em amor pela literatura.
“O que vivenciamos aqui foi um movimento coletivo, potente e emocionante! Sem dúvidas, essa Bienal foi única, especialmente pela forma como conectou o público a autores e histórias, permitindo que as pessoas pudessem viver e experimentar o universo literário com profundidade, leveza e diversão. Esse foi o nosso maior sucesso: promover um festival que estimula o gosto pela leitura, a formação de novos leitores e autores, respeitando o interesse de cada um e seu jeito de se relacionar com a literatura”, afirma Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions, organizadora do evento ao lado do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Book Park foi destaque com Roda Gigante, Escape Room e Labirinto Literário
O conceito inédito de Book Park transformou o Riocentro em um imenso parque literário, capaz de trazer à vida as histórias mais queridinhas do público por meio de ativações e experiências imersivas. Os destaques foram a Roda-Gigante Leitura nas Alturas Light, com 16 cabines envelopadas com histórias, personagens e áudios relacionados aos livros; o Labirinto de Histórias Paper Excellence, com decorações de livros como Wicked, Alice no País das Maravilhas e Corte de Espinhos e Rosas; assim como o Escape Bienal Estácio, escape rooms de 10 minutos, com quatro opções de cenários, incluindo a presença de romances como o de Agatha Christie e um desafiador mistério de Raphael Montes.
Roda Gigante oferecia uma vista privilegiada do evento, com cabines personalizadas com personagens literários. (Foto: Divulgação/Filmart)
Sucesso de vendas são consequência de novas abordagens mais imersivas
As atrações interativas e imersivas foram destaque como um diferencial na 22ª edição, registrando números altos: Cerca de 6,8 milhões de livros vendidos (23% a mais do que em 2023), pelas mais de 700 editoras presentes no evento. Refletindo ainda mais o sucesso, os expositores registraram recordes de vendas e alguns chegaram a um crescimento de 100% em comparação com 2023.
Na HarperCollins, por exemplo, o faturamento foi dobrado em comparação com a edição anterior; na Globo Livros, o crescimento foi de 70%, enquanto na Companhia das Letras e Record, alcançaram um aumento de cerca de 65%. As editoras Sextante e Arqueiro tiveram alta de 60%, seguidas por Intrínseca e Ediouro, com avanço de 45% nas vendas. A Rocco registrou um incremento de 59%.
“O sucesso da experiência mais imersiva apresentada nesta edição da Bienal deixou claro que a literatura precisa ir até o público sob diferentes abordagens. Por isso, a Bienal é essa potência que impulsiona o universo literário como um todo e que foi crucial para o Rio conquistar o título de Capital Mundial do Livro, e se mostra um poderoso instrumento para a tão necessária ampliação do universo de leitores no país”, destaca Dante Cid, presidente do SNEL.
A Biblioteca Fantástica garantiu um espaço de diversão para as crianças e cenários instagramáveis para os visitantes. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
O evento garantiu um espaço de discussão importante e destacou a música, teatro, novelas, games, audiovisual e conteúdos digitais, que se entrelaçaram para criar experiências imersivas e memórias sensoriais na Bienal do Livro 2025. Uma curadoria plural e de peso definiu a programação do Café Literário Pólen, Palco Apoteose Shell, Biblioteca Fantástica, Praça Além da Página Shell, Artists Alley, abordando assuntos contemporâneos importantes para a sociedade e destacando múltiplas vozes e sua bibliodiversidade.
Bienal tem impacto econômico de mais de 500 milhões de reais na cidade do Rio
A 22ª edição do festival literário bateu um recorde inédito de público e proporcionou um impacto econômico de R$535,4 milhões na cidade do Rio. A estimativa faz parte de um estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, e leva em consideração as 740 mil pessoas que foram à Bienal e os gastos do público, com ingressos, compra de livros, alimentação, transporte e hospedagem.
O balanço de dados foi apresentado durante coletiva de imprensa, no encerramento da feira literária, em que participaram o prefeito em exercício do Rio, Eduardo Cavaliere, e os secretários Lucas Padilha (Cultura) e Renan Ferreirinha (Educação).
“A Bienal tem o poder de mostrar que o Rio de Janeiro, mais do que continuar lendo, continua sendo lido. Nas mais variadas formas de expressão cultural e artísticas, o livro é o denominador comum que faz com que o Brasil e o mundo sigam lendo o Rio de Janeiro. O título de Capital Mundial do Livro cumpre esse papel de fazer com que a gente entenda a dimensão da nossa cidade e do nosso país na Literatura”, disse o vice-prefeito Eduardo Cavaliere.
22ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro marcou edição histórica. (Foto: Divulgação)
Segundo o estudo, a venda de livros atingiu a marca de 6,8 milhões de exemplares, o que representa, em média, 9,2 livros por pessoa. O faturamento estimado das editoras foi de R$215,4 milhões. Do total de visitantes, 88% eram moradores da capital e da Região Metropolitana, enquanto 12% eram turistas de outros estados. Apenas os gastos dos turistas no período geraram um impacto de R$188 milhões na cidade. Já os gastos dos cariocas e moradores do entorno, como alimentação e transporte, somaram R$44,6 milhões.
Programação contou com mais de 1.850 autores e 1.200 horas de conteúdo
A edição de 2025 contou com novidades em todas as áreas, principalmente na programação e dinâmica do evento. Este ano, pela primeira vez, a Bienal abriu as portas um dia antes, com a “Pré-Estreia Bienal para Você”, promovida pelo TikTok para 10 mil pessoas. A partir de então, os visitantes puderam viver novas experiências, interagir com seus autores preferidos, conhecer novos gêneros e escritores, compartilhar histórias, descobrir e se reconectar com o prazer da leitura em meio a ativações lúdicas e interativas, encontros memoráveis e uma programação vibrante distribuída pelos 130 mil metros quadrados do festival – 40 mil a mais do que em 2023.
Mais de 1.850 autores nacionais e internacionais participaram do festival na programação oficial e em eventos paralelos promovidos pelas editoras e patrocinadores. Além de sessões de autógrafos, muitas dessas agendas tiveram curadoria própria, com ricas trocas e geração de conhecimento em palestras e mesas. Foram mais de 1.200 horas de conteúdo, que percorreu os mais diversos gêneros literários e temas da atualidade, de romantasia, thrillers psicológicos, afroliteratura, fé e uma série de temáticas do universo feminino. A Bienal foi de Machado de Assis e Aílton Krenak a novelas e criadores de conteúdo digital sobre literatura.
Teve ainda o sucesso do Artists Alley, que valorizou quadrinistas, ilustradores e artistas independentes, e um importante intercâmbio internacional, que promoveu trocas e momentos especiais entre vozes brasileiras e de diversas partes do mundo, como o encontro marcante entre a premiada escritora Conceição Evaristo, a cubana Teresa Cárdenas e a sul-africana Zukiswa Wanner, em uma conversa profunda e simbólica sobre memória e resistência. A participação da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em um bate-papo mediado por Taís Araújo, também reafirmou o papel da Bienal como um espaço onde o mundo escuta o Brasil, e o Brasil escuta o mundo.
Nesta edição especial, os visitantes tiveram uma facilidade extra na palma da mão: o aplicativo oficial do festival. Ao todo, mais de 73 mil bienalers baixaram o app e aproveitaram uma série de facilidades. Com ele, foi possível personalizar a agenda, montar listas de compras, explorar o mapa interativo do Riocentro, acompanhar a programação completa e receber notificações em tempo real. Os leitores também criaram bibliotecas virtuais: mais de 256 mil livros foram registrados no app, uma média de 3,5 por usuário.
Confira os livros mais vendidos no evento
Além do Book Park, das célebres mesas de conversa, encontros com autores e atrações da Bienal, os livros foram os protagonistas da festa. De acordo com a lista divulgada pela assessoria do evento, confira o ranking dos livros mais vendidos por editora nesta edição:
- Companhia das Letras:
O autor brasileiro Raphael Montes liderou as cinco primeiras posições dos livros mais vendidos da editora, com os títulos:
- “Jantar Secreto”
- “Dias Perfeitos”
- “Suicidas”
- “Uma Família Feliz”
- “O Vilarejo”
- Globo Livros:
- "Assistente do Vilão", Hannah Nicole Maehrer
- "No Ritmo do Jogo", Bal Khabra
- "Uma janela sombria", Rachel Gillig
- "Minha melhor parte", Hannah Bonam-Young
- "Maxton hall: Salve-me", Mona Kasten
- Rocco:
- "Amanhecer na Colheita", Suzanne Collins
- "A hora da Estrela", Clarice Lispector
- "O Abismo de Celina", Ariani Castello
- "Powerless", Lauren Kate
- "Amendoas", Won-pyung Sohn
- HarperCollins Brasil:
Do selo HarperCollins:
- Bobbie Goods (Os quatro livros - "Do dia para a noite", "Dias quentes", "Dias Frios", "Isso e aquilo")
- "Diário de uma garota esquisita", Thalita Rebouças
- "Criaturas fofinhas", Coco Wyo
- Box Pocket Luxo de "O Senhor dos Anéis", J. R. R. Tolkien
- "Um Natal quentinho", Coco Wyo
Do selo Harlequin:
- "Amor às causas perdidas", Paola Aleksandra
- "O despertar da lua caída", Sarah A. Parker
- "O roubo em três atos", Paola Aleksandra
- "Como arruinar um casamento", Alison Espach
- "Escrito nas estrelas", Aione Simões
Do selo Thomas Nelson Brasil:
- "Como se tornar um cristão inútil", Rodrigo Bibo
- "O Deus que destrói sonhos", Rodrigo Bibo
- "Eu, meu pavio curto e Deus", Lisa Bevere
- "Cartas de um diabo a seu aprendiz", C. S. Lewis
- "Collapse", Gabriela Costa
- Record:
- "A Biblioteca da meia-noite", Matt Haig (Ed. Bertrand Brasil)
- "Verity", Colleen Hoover (Ed. Galera Record)
- "Nunca Minta", Freida McFeidan (Ed. Record)
- "Tudo É Rio", de Carla Madeiro (Ed. Galera Record)
- "É Assim que Acaba", Colleen Hoover (Ed. Galera Record)
- Intrínseca:
- "Melhor do que nos filmes", Lynn Painter
- "Não é como nos filmes", Lynn Painter
- "Apostando no amor", Lynn Painter
- "Casas estranhas", Uketsu
- "Táticas do amor", Sarah Adams
- TAG Experiências Literárias:
- "A Contagem dos Sonhos", Chimamanda Ngozi Adichie
- "Como arruinar um casamento", Alison Espach
- "Oração para desaparecer", Socorro Acioli
- "E se eu morrer amanhã", Filipa Fonseca Silva
- "Um rio na escuridão", Masaji Ishikawa
- Ediouro:
- Coleção "Elo Monsters Books", Enaldinho
- Kit "Mistborn", Brandon Sanderson
- Livro coquetel "Caça-palavras", Coquetel
- "Assassinato na Família", Cara Hunter
- "Eu te amei em outra vida", David Arnold
- Sextante:
- "A morte é um dia que vale a pena viver", Ana Claudia Quintana Arantes
- "As coisas que você só vê quando desacelera", Haemin Sunim
- "Nada pode me ferir", David Goggins
- "A Biblioteca dos sonhos secretos", Michiko Aoyama
- "A Coragem de ser imperfeito", Brené Brown
- Arqueiro:
- "A Hipótese do amor", Ali Hazelwood
- "Amor problemático de verão", Ali Hazelwood
- "Amor teoricamente", Ali Hazelwood
- "A Empregada", Freida McFadden
- "No fundo é amor", Ali Hazelwood
- Cortez Editora:
- “O mundo não é igual e nenhum lugar”, Allan Pevirguladez
- “Manual Prático de Educação Antirracista”, Allan Pevirguladez
- “Cortella, o professor que levou a sala de aula para o mundo”, Silmara Rascalha Casadei
- “Bullying não é amor!”, Silmara Rascalha Casadei
- “O aniversário de Seu Alfabeto”, Luiz Gesini
- VR Editora:
- "Diário de um Banana 1", Jeff Kinney
- "Diário de um Banana 19", Jeff Kinney
- "A princesa e o queijo quente", Deya Muniz
- "Não perturbe a floresta", C.G. Drews
- Box "Diário de um Banana" 10 volumes, Jeff Kinney
- Elo Editorial:
- "Eletricista", Daniel Kondo e Augusto Massi
- Coleção Encantadas - Literatura para Bebês e crianças: "Sofia de Castor e Andorinha" e "Salada de Frutas", ambos de Carol Naine e Daniel Kondo
- "Samaumeira, a árvore da vida", Márcia Wayna Kambeba
- "O Bebe Lê o Mundo", Jonas Ribeiro
- "Coragem de Danso", Kiusam Oliveira
- Gutenberg:
- "Era uma vez um coração partido", de Stephanie Garber (Ed. Gutenberg)
- "Apaixonada por você", Paula Pimenta (Ed. Gutenberg)
- "Caraval", Stephanie Garber (Ed. Gutenberg)
- "Espetacular – edição de colecionador", Stephanie Garber (Ed. Gutenberg)
- "O que você pensa quando falo África", Lavínia Rocha (Ed. Yellowfante)
- Grupo Editorial Aleph:
- "Condição Artificial", Martha Wells
- "Alerta Vermelho", Martha Wells
- Box "Jurassic Park", Michael Crichton
- Darkside Books:
- "Wicked", Gregory Maguire
- "Lady Killers: Assassinas em Série", Tori Telfer
- "Saboroso Cadáver", Agustina Bazterrica
- "Contos de Horror da Mimi", Junji Ito
- "Alice no País das Maravilhas", Lewis Carroll