Pastor Everaldo possui histórico político repleto de críticas

Quais dos 3.154.771 de eleitores que votaram no candidato Wilson Witzel podem dizer que conhece realmente em quem votaram? No mesmo momento que foi anunciado que ele conquistou 41,28% dos votos validos do Rio e chegou no segundo turno, uma imensa lupa foi colocada na história do político.

Além de desconhecido do seu próprio eleitor, que votou por um impulso e na janela aberta pelo debate Global, Witzel tem revelado uma coleção de históricas polêmicas que vem colecionando ao longo da sua trajetória profissional.

Não é primeira vez que ele é mordido pela mosca azul da política. Ainda como defensor público entre 1998 e 2001, segundo a Folha de São Paulo, ele teria almejado se candidatar a deputado federal pelo PSDB, a mesma legenda que o procurou em 2018, antes dele se filiar ao PSC. Ele queria uma sigla mais robusta e sabia dos problemas do Pastor Everaldo, presidente do Partido, com o presidenciável Jair Bolsonaro. Sem alternativas, acabou caindo no colo de um dos mais controversos políticos do Rio.

É exatamente a presença do Pastor Everaldo Pereira, fuzilado pelo Bolsonaro através de dois violentos desabafos nas redes sociais em 2017, no qual revela o “modus operandi” do partido. Na sua cruzada pela correção, Jair Bolsonaro percebeu que a sua candidatura corria sérios riscos de ser contaminada pela atuação e negociações feita pelo Pastor, a sua revelia. A bomba explodiu quando o pastor apunhalou Bolsonaro fechando com o PCdoB no Maranhão, sem avisa-lo. Como Bolsonaro iria explicar aos seus eleitores que o seu partido estava apoiando os comunistas maranhense?

Para preservar a sua coerência política e os princípios que o colocaram como o mais votado em 2018, Bolsonaro não teve dúvida: denunciou o Pastor nas redes. Na primeira oportunidade, procurou uma legenda sadia e que pudesse receber o seu projeto político, sem contamina-lo com negociatas e denúncias. Brigar com Bolsonaro levou o Everaldo a perder a grande chance de fazer o partido crescer. O PSL, nesta eleição, saiu de oito deputados para ficar com 51 parlamentares; e o PSC, que tinha nove, ganhou uma cadeira a mais.

Na coletiva de imprensa na última segunda feira, a presença ostensiva do Pastor Everaldo ao lado do candidato, Wilson Witzel (foto), fez acender a primeira luz vermelha. Ele estava segurando a bandeira do Estado do Rio, como se estivesse garantido o seu quinhão neste latifúndio. Um dos maiores desafetos do Bolsonaro foi, ao mesmo tempo, um pífio candidato ao Senado, amargando o oitavo lugar, com apenas 2,58% dos votos validos.

As denúncias que começam a ser levantadas contra a estrutura partidária a qual se filiou em 2 de março de 2018, junto com a figura do Pastor Everaldo Pereira, só ajudaram a aumentar o ar de dúvidas com as notícias surgidas nas redes sociais sobre a atuação do próprio Witzel.