Demanda por alimentos e produtos livres de origem animal aumenta na Zona Oeste do Rio

No Brasil, 14% das pessoas se declaram vegetarianas. Isso é o que mostra a pesquisa feita pelo IBOPE em abril desse ano. O levantamento revela que são cerca de 30 milhões de brasileiros adeptos ao movimento.


Com o crescimento de vegetarianos nas grandes capitais, aqui no Rio não seria diferente. Na Barra da Tijuca, o shopping center BarraShopping convidou Ana Claudia Caula, sócia do Empório Veganza, para abrir a primeira loja sem nenhum produto de origem animal dentro do estabelecimento: "por incrível que pareça, nesses nove meses que estamos em funcionamento, nosso maior público são os não vegetarianos; eles comem, se surpreendem positivamente e indicam para mais pessoas", afirma Ana.


Para ela, a importância de se instalar no principal polo comercial da Zona Oeste foi atingir um público de diversas classes sociais: "muitas pessoas nem sabiam o que era o veganismo e os que já conheciam tinham um certo receio de experimentar a comida." Uma delas é a moradora de Jacarepaguá Bruna Shvartz, de 20 anos. A estudante de Biomedicina está em transição para o vegetarianismo há um mês e ainda sente dificuldade em encontrar alimentos com um bom custo-benefício na região: "antes, eu ia em um fast food e gastava uns R$ 20. Agora, não gasto menos que R$ 30 em um lanche vegetariano".


Preocupada em manter seus produtos com um preço justo para seus clientes no Veganza, a empresária Ana Claudia diz que não adianta ser conhecido como um "vegano caro". Apesar da maior procura e da abertura de mais restaurantes e lanchonetes vegetarianas pela Barra da Tijuca, o preço ainda é o principal empecilho na transição da maioria das pessoas.
Para o presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Ricardo Laurino, os dados divulgados pelo IBOPE são importantes pois dão maior visibilidade à causa: "as empresas entendem o potencial, as pessoas percebem como a atitude é viável e possível, o que gera uma reação em cadeia positiva."


Laurino acredita que o crescimento de 6% de vegetarianos em relação a última pesquisa, feita em 2012, é uma "confirmação de que a iniciativa valeu a pena e de que a gente tinha razão em apostar um futuro promissor. Nós temos potencial para isso."