O PIB brasileiro era de US$ 1,8 trilhão e deve cair para US$ 1,4 trilhão. O país seria ultrapassado por Canadá, Coreia do Sul e Rússia

A economia brasileira deve cair da 9ª para a 12ª posição mundial em 2020, considerando o efeito da retração do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e, principalmente, a perda de valor do real frente ao dólar, segundo cálculos dos pesquisadores Marcel Balassiano e Claudio Considera, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

"Essa mudança de posição do Brasil, passando de nona maior economia do mundo em 2019 para décima-segunda em 2020, é explicada principalmente pela variação cambial", afirmam os economistas, considerando que a desvalorização do real no ano ficará pouco acima de 30%.

Balassiano e Considera também calcularam o tamanho das economias mundiais com base na PPC (paridade de poder de compra), que reflete as diferenças de custo de vida entre os países. Neste caso, o Brasil terá uma recuperação, passando da 10ª para a 8ª posição.

Os dois cálculos consideram como hipótese as projeções divulgadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em outubro para quase 200 países.

"É importante frisar que essa desvalorização cambial é reflexo de problemas nossos. Aumento do risco, aumento da incerteza sobre o fiscal do ano que vem", diz Balassiano.

De acordo com a primeira métrica, os EUA são a maior economia mundial, com um PIB de US$ 21,4 trilhões em 2019, seguidos pela China (US$ 14,7 trilhões).

O PIB brasileiro era de US$ 1,8 trilhão e deve cair para US$ 1,4 trilhão. O país seria ultrapassado por Canadá, Coreia do Sul e Rússia.

Já pela PPP, a China (US$ 23,4 trilhões em 2019) já é a maior economia do mundo desde 2017. Os EUA ocupam o segundo lugar (US$ 21,4 trilhões). Essa diferença deve se ampliar para US$ 3,4 trilhões em 2020.

Por esse critério, o PIB brasileiro passaria de US$ 3,2 trilhões para US$ 3,1 trilhões. Ainda assim, o país ultrapassaria Reino Unido e França no ranking mundial.

"Em dólar PPC, a gente tira essa questão da oscilação cambial, e o Brasil melhoraria duas posiçoes, porque vai ter quedas menores do PIB do que esses dois países", diz Balassiano.