Edtech oferece aulas via streaming utilizando modelo de transferência linguística

No Brasil, cerca de 95% da população não fala inglês. Entre os motivos está a dificuldade de muitas pessoas com as metodologias tradicionalmente utilizadas para o ensino da língua. Desenvolvida com a missão de tornar o aprendizado do inglês mais acessível e com resultados rápidos e eficientes, a plataforma Transfer English oferece uma metodologia inovadora, por meio da transferência linguística, que permite ao aluno conquistar um nível operacional até 10 vezes mais rápido, comparado aos modelos mais tradicionais.

O professor Vergílio Melo, um dos poucos brasileiros qualificados com a certificação mais alta possível para licenciatura de inglês internacionalmente, o diploma Delta de Cambridge, é o responsável por coordenar a elaboração e refinar o material aplicado em aula, que atende hoje a estudantes dos 10 aos 75 anos. “Existem diversos fatores que podem influenciar essa dificuldade. Contudo, é inevitável pensarmos que, por muitos anos, o uso da nossa língua materna associado ao aprendizado do inglês foi literalmente demonizado. O resultado dessa prática criou uma barreira em aprendizes iniciantes que se depararam com um ambiente de aprendizagem castrante e que fazia pouco uso do repertório de saberes linguísticos do próprio aluno”, comentou Melo.

Ainda pouco difundido, o modelo de transferência linguística utilizado como base para a criação da plataforma, pode ser considerado uma evolução dos recursos pedagógicos conhecidos. Como explicou o professor, ele utiliza a “língua mãe” como ponto de partida para o raciocínio em inglês. A princípio, a técnica contraria o que, por muito tempo, foi defendido como o ideal para quem deseja aprender uma nova língua: não pensar em português. Estudos realizados nas últimas décadas por acadêmicos da Alemanha e do Canadá comprovam os benefícios dessa forma de aprendizagem, entre eles, o aproveitamento da base linguística já construída em português.

“A transferência linguística consiste na nossa capacidade de identificarmos as semelhanças e diferenças entre a nossa língua mãe e a língua adicional, para tentarmos estabelecer um estado de interlanguage (interlíngua). Este termo foi cunhado pelo linguista americano Larry Selinker em 1969 e se define como um sistema linguístico que se forma na mente do aprendiz da segunda língua”, explica Vergílio, acrescentando: “O que a ciência nos diz hoje é que estar consciente das similaridades e diferenças entre as duas línguas possibilita ao aprendiz criar hipóteses replicáveis para o uso da língua. Por exemplo, pela observação da similaridade translinguística entre os sufixos "-or", que designa profissões (Ex.: professor, escritor, cantor), com o "-er" da língua inglesa (teacher, writer, singer), os alunos conseguem estabelecer seus próprios conjuntos de regras sobre a morfologia do inglês. Isso acelera grandemente o tempo em que o aprendiz consegue se mover da função operacional da linguagem em direção à proficiência”.

Antes de ficar disponível para o grande público, a metodologia aplicada pela Transfer English foi testada ao longo de dois anos, em grupos de empresários e personalidades, entre outros, que tinham a necessidade de aprender rapidamente a língua. Entre esses alunos estava a atriz Bia Arantes, que se tornou embaixadora da marca após o lançamento. Hoje, a plataforma já conta com mais de 10 mil alunos, em mais de 30 países ao redor do mundo, número que vem escalando rapidamente mês a mês.

A metodologia da Transfer English utiliza 5 pilares que permitem o desenvolvimento dos alunos: (1) Paralelos linguísticos: o uso de cognatos e estruturas com padrões similares, o que gera fácil assimilação; (2) Blocos: a utilização de frases, ou pedaços de frases (chunks) ao invés de palavras, trazendo imediatamente mais fluidez na comunicação; (3) Inibidor de esquecimento: a repetição do que foi aprendido antes do conteúdo novo; (4) Adaptação: ao invés de utilizar frases genéricas, o conteúdo é personalizado para a necessidade da pessoa; e (5) Vocabulário ativo: estrutura baseada nas palavras mais usadas em inglês.

Além das aulas já disponíveis, a plataforma possui outras sessões em constante aprimoramento, como novos cursos para diferentes níveis, além de quadros como o Transfer Music e o Transfer Movies. A ideia é que o conteúdo seja “on demand” para que o aluno tenha a opção de diferentes trilhas de aprendizagem. À medida em que os alunos avançam, novos conteúdos são produzidos e desbloqueados. Pelo sistema da plataforma, a pessoa que inicia no primeiro ranking de desenvolvimento, o Falante Operacional, já consegue realizar diálogos nas situações mais comuns, como uma viagem ou uma entrevista de emprego, a partir de 4 semanas. Em seguida, ele passa para categorias cada vez mais avançadas a modo de alcançar a Proficiência.

“Talvez um dos grandes problemas do ensino do século XX foi achar que os professores são "causadores" da aprendizagem, e que os alunos têm um papel passivo nesse processo. As pessoas são diferentes, com histórias diferentes e interesses diferentes. Seria incoerente forçarmos os nossos alunos a se tornarem iguais, como produtos feitos em linha de produção. Trilhas de aprendizagem permitem que o aluno faça escolhas e que se torne mais independente e autônomo no processo. O protagonismo está no aluno, onde a aprendizagem acontece”, destacou o professor Melo.