‘O Rio precisa de um gestor com experiência e liderança’, afirma o vereador

Por Guilherme Cosenza e Marcelo Perillier

O Jornal da Barra realizou uma entrevista exclusiva com o vereador Carlo Caiado, que falou sobre os seus planos para a Barra da Tijuca e para a cidade carioca. Confira a entrevista completa:

Como está sendo fazer a eleição dentro do período de pandemia?

Não estou tendo dificuldades, não sei os outros candidatos, mas como eu já tenho um trabalho desempenhado de forma intensa nas ruas e durante a pandemia, a gente acabou trabalhando com o diálogo com as pessoas através do Zoom, esse acaba sendo um momento diferente, porque a campanha eleitoral quando ela se inicia para quem tem trabalho igual eu, não dizendo que outros parlamentares não tem, é um momento de colher. Quem está indo para a reeleição, como eu, plantou o seu trabalho e vai colhendo agora os resultados disso.

Há momentos em que você se reúne presencialmente?

Sim. Só que logicamente, mudou um pouco em relação aos cuidados, um exemplo: eu fiz uma reunião aqui na Barra, minha primeira reunião de campanha, às 9h da manhã. Geralmente nesse tipo de reunião eu colocava 200, 300 pessoas. Mas com a pandemia, nessa reunião, foram 70 pessoas. Porque tomamos os cuidados e transmitimos a reunião ao vivo para as outras pessoas acompanharem.

Você é um dos grandes políticos que temos na Barra. Como está sendo a receptividade nesse período eleitoral dos moradores?

Então é uma receptividade enorme, não falta reunião, todo mundo quer reunião. A população como ficou mais ou menos quatro meses trancada em casa, vamos dizer assim, está chamando até para ir dentro de casa conversar sobre os temas, sobre as coisas que discutimos lá atrás.

A ideia de uma campanha online é positivo?

Agrega mais valores para você otimizar, mas acho que nunca vai deixar nenhuma campanha eleitoral do olho no olho e o contato pessoal morrer. Mesmo agora na pandemia, como eu falei, estou tendo esse olho no olho diário, a única diferença é que temos um número menor de pessoas nas reuniões, mas a gente agrega um valor de fazer algumas reuniões pela internet, assim as outras pessoas acompanham. Nunca vamos perder o contato pessoal. Mas acredito que uma coisa mudou. Porque numa campanha eleitoral, e até mesmo que não seja campanha, com as reuniões pela internet, otimizamos alguns pontos como reuniões específicas, que não possuem uma necessidade de um encontro presencial, e que podem ser feitos pela internet. Dessa forma otimizando muito o trabalho.

Você está na chapa do Eduardo Paes. Por que apoiar ele?

Primeiro eu queria falar que eu não sou irmão, não sou primo, não sou nenhum parente do Eduardo Paes. Estou do lado dele por achar que é a melhor opção que nós temos para o Rio de Janeiro. Inclusive, sou presidente do partido e fiz muita força para que ele fosse candidato. Eu era cogitado e abri mão disso porque acho que ele atribui duas características que um gestor precisa hoje: experiência e liderança política. Ele foi vereador, deputado federal (duas vezes), secretário do Meio Ambiente, secretário de Esporte e prefeito por dois mandatos. Então ele sabe que é a prefeitura cheia de botão e sabe apertar todos. Ele pode ter apertado um botão que não foi no momento certo, mas agora o que pode consertar. Além disso, Rio de Janeiro precisa de uma liderança política, de alguém que saiba dialogar, já que política do Rio está desagregada. O governador foi afastado e um interino está no comando, mas que, acredito eu, logo será efetivado. O presidente do Brasil é do Rio. Gostem ou não do Bolsonaro a gente precisa e o Eduardo já demonstrou isso, que ele tem esse poder que o Rio precisa: de uma pessoa que tenha peso político para saber lidar com o cenário, pois o Rio está virando chacota. Um empresário não quer vir porque não acredita na cidade, pela instabilidade política. Por exemplo, nada contra, mas eu não gostava da gestão do Lula, só que era presidente do Brasil. E o Eduardo soube tirar proveito, como prefeito, para trazer as coisas para o Rio. Então acredito que ele agrega esses dois fatores.

Quais são os seus planos para a Barra?

Eu queria falar que desde o meu primeiro mandato até os dias de hoje acredito que eu tenha uma característica que vai continuar: a presença constante no bairro. E não só o Caiado, pois eu tenho também uma equipe que militância política da região. Segundo: acredito que eu não sou melhor que ninguém, mas sempre busco estudar todos os temas da cidade, como mobilidade, saneamento, segurança, educação, saúde etc e muitos deles tem a ver com a Barra, Recreio, Vargem, Jacarepaguá. Terceiro: continuar as várias ações que já fiz na região, como o Segurança Presente. Quarto: algumas vias que precisam ser reabertas, precisamos fazer o mergulhão do BarraShopping e o mergulhão da ABM, para tirar alguns gargalos da Avenida das Américas. Quinto: a Barra tem uma grande característica, que é a receptividade hoteleira, para fomentar o turismo, juntamente com o Parque Olímpico e o Riocentro. 

Temos que aproveitar mais esses equipamentos, pois as pessoas estão viajando menos internacionalmente. Temos que fazer um cronograma de agendamento e planejamento para atraí-los.

Qual a sua avaliação em relação à rotatividade de comandantes no 31º BPM?

Eu sempre acredito que quem esteja fazendo um trabalho sério e atendendo a expectativa da sociedade, em qualquer setor, precisa de uma política continuada. Essa troca não é boa, mas comandante que entrou é muito bom. Já foi do 31º BPM, inclusive. Contudo, respondendo de forma objetiva, se fosse um período que tivesse um planejamento, seria bom, até pela oxigenação, mas é feito pela política isso. Eu gostava muito do coronel Martins, fazia um bom trabalho, mas o novo já foi da região e o subcomandante será o major Jean, que coordena o Barra Presente. Espero que o comandante do 18º BPM não saia, que é o Dantas, pois ele é muito bom. Mas, se sair, temos que ter um cara que seja a altura dele.

Quais são seus planos, agora, para a cidade como um todo?

Eu acredito que o maior problema, hoje, da cidade é a falta de gestão. A gente precisa de uma máquina pública que realmente funcione. Se eu te perguntar qual a política pública do governo atual você consegue me dizer uma? Não. E qual é a política pública da gestão do César Maia? Eu te falo várias. Qual a gestão pública do Conde? Te falo várias. Qual a gestão pública do Eduardo Paes? Várias. Da atual, não tem nenhuma. Qual é a coisa, que sempre foi a essência do Rio e que segurou a receita da cidade? Logicamente que temos IPTU, o INSS etc. Mas é o turismo.

O Rio é cidade conhecida no mundo a fora pelas suas belezas naturais. Na nossa atual prefeitura temos sete órgãos que tratam do setor na cidade, inclusive, politicamente: Riotur, secretaria de turismo, CEOP, secretaria de eventos, subsecretaria de eventos, subsecretaria da atividade econômica, que tem a ver com turismo que é de agenciamento, e a secretária da casa civil. Então, hoje, sim, o que é Prefeitura precisa é gestão. Não falta dinheiro. Um exemplo disso é uma ação minha, pois Prefeitura iria adiantar, por 10 anos a participação dos royalties, e nós conseguimos, sobre meu trabalho, e nada contra o prefeito, não sou da situação dele, mas não estou aqui para poder prejudicá-lo e a gestão dele, mas pelo erro, pela declaração, se isso acontecesse, da falência do Rio, suspender essa licitação. Conseguimos comprovar, com um relatório muito técnico, de tributaristas, economistas e advogados que me ajudaram junto a TCM, que não necessitávamos disso. Se aumentou o IPTU, e sem necessidade, então se declara que falta gestão. E o quando eu falo em gestão, agrega liderança política também. Você não pode ter a Riotur brigando com o secretário do Meio Ambiente. Você não pode ter a secretaria de Eventos com Parque e Jardins nela. Por que se entregou na secretaria de Eventos a terceira idade? Política.

É verdade que o Eduardo Paes entregou a Prefeitura com déficit?

Não é verdade. Os números estão aí. O Tribunal de Contas do Município disse que deixou recursos em caixa. E mais ainda: a receita da Prefeitura atual é muito maior que a da gestão anterior. Teve equilíbrio. Pandemia? Foi agora. Em 2012, a receita do Rio era de R$ 19 bilhões. Em 2017, foi R$ 30 bilhões. Veio a crise e em 2018 nós perdemos R$ 1 bilhão. Então, você tem que enxugar a máquina. O Crivella aumentou a despesa contratando gente. Não teve gestão. E o que fez para compensar essa perda? Aumentou o IPTU. Então, não é verdade, os números estão aí, TCM já demonstrou.

Você comentou muito sobre gestão, experiência e liderança política. Conseguiria dar alguns exemplos disso?

Precisamos dar continuidade ao trabalho. Como, por exemplo, não deixar de fortalecer o Segurança Presente. Quando eu fiquei por um período como deputado estadual, conseguimos os recursos da Alerj para isso, criando um fundo para o programa. Quando voltei para a Câmara dos Vereadores, criei um Fundo Municipal de Ordem Pública, que ano passado arrecadou R$ 85 milhões. Outro é o saneamento. Conseguimos um termo de ajuste conduta entre Cedae, Rio Águas e o Ministério Público, que tem ser cumprido quando você assina, pois, se não cumprir, tem penalidades.

As Ecobarreiras estão sendo colocadas em função disso. Esses são exemplos que já estão acontecendo, agora tem outros, a longo prazo, que também tem que ser cumpridos, como o saneamento das comunidades. Espero que o Eduardo Paes, eleito, consiga recursos em Brasília inclusive para desassorear as Lagoas da Barra, para a gente implementar o transporte lagunar, pois melhoraria a mobilidade da região. Além disso, financiamento para levar o metrô até a Alvorada. O tatuzão está parado na Gávea. O legado olímpico faz bastante falta. O prefeito tem que colocar um ótimo secretário de Esporte, que agregado ao secretário de Eventos, para captar eventos esportivos ao Parque Olímpico. Mas tem que ter alguém liderando isso. Tivemos quatro anos de prefeitura onde ele não faz nada. É contra o carnaval, é contra o réveillon. Temos a etapa Mundial da Arquitetura, que vai ser no Rio. Então, temos que aproveitar isso.