O percentual de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela Covid-19 chegou ao menor patamar desde o início da pandemia: 50,7%. Os dados foram divulgados nesta quarta (6) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe.

Nos momentos mais críticos da emergência sanitária, em 2021, 96% dos casos virais de SRAG eram causados pela covid-19. A queda da participação da Covid nos casos de SRAG cede espaço ao vírus sincicial respiratório (VSR), que atingiu 29,7% do total de casos nesse período. As informações são da Agência Brasil.

Apesar da redução da participação da Covid entre os casos de SRAG viral, a doença ainda responde por 91,3% dos óbitos quando são contabilizados os casos da síndrome com testes laboratoriais positivos para vírus respiratórios nas últimas quatro semanas.

Se for considerado todo o ano de 2022, 56,7% dos 107 mil casos de SRAG registrados tiveram resultado laboratorial que confirmava a presença de algum vírus respiratório. Entre esses casos, 5,5% foram por Influenza A, 0,1% por Influenza B, 3,9% por VSR e 86,7% pelo Sars-CoV-2 (vírus causador da Covid) .

A incidência da SRAG em crianças manteve a tendência de alta, com sinal de ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro. O boletim explica que dados laboratoriais relacionam a alta ao VSR na faixa etária de até 4 anos. Já na população de 5 a 11 anos, houve interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios.

A Fiocruz mostra o aumento da incidência da SRAG infantil é a razão para que 11 das 27 unidades federativas apresentem sinal de crescimento da incidência da síndrome nas últimas seis semanas: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraiba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Já Rio Grande do Sul e São Paulo apresentam essa tendência apenas na análise das últimas três semanas.

A avaliação é de que a curva nacional de casos de SRAG mantém sinal de queda nas últimas seis semanas, mas apresenta tendência de estabilidade nas últimas três semanas, o que indica uma estabilização no patamar de 2,2 casos semanais por 100 mil habitantes.