Segundo a psicóloga Bete Monteiro, o fato de estarmos em quarentena não deve ser associado a solidão

Com o isolamento social esse ano a comemoração do Dia das Mães será diferente. A data que é considera uma das mais importantes do ano terá comemorações criativas para amenizar a distância.

Segundo a psicóloga Bete Monteiro, o fato de estarmos em quarentena não deve ser associado a solidão.

“É claro que isso (isolamento) tem um impacto. Porque de uma forma geral e coletiva é um dia de festa. Existe sim uma tristeza e até uma certa angústia porque não poderemos viver esse dia como habitualmente fazemos. Mas o contato ele permanece porque apesar de não ser físico a gente consegue transmitir afeto, carinho e amor através de outros meios. Como por exemplo: vídeo conferência e até uma ligação”, explica a especialista.

A criatividade na hora de demonstrar o afeto fez com que a esteticista Natalia Nascimento pensasse em uma maneira para comemorar com a mãe, que com 87 anos não tem facilidade com a internet, nesse domingo. Ela e o filho, único neto de Odette, irão de carro deixar flores e se encontrar, mesmo que só pela janeira do veículo, com a idosa.

“Esse ano a gente não vai ter o contato de abraçar e beijar a nossa mãe. Não poderemos fazer aquele almoço em família. Mas eu sei que isso tudo vai passar. E no ano que vem com certeza vamos retribuir de uma outra forma. E olhar esses pequenos momentos com mais sabedoria e mais amor”, comenta Natalia.

A comemoração também será adaptada na casa da especialista em desenvolvimento humano Ester Gomes. Ela e a irmã, que mora nos Estados Unidos, marcaram um almoço on-line com a mãe Benedita Ferreira.

“Esse ano será o primeiro que vamos passar separadas. Está sendo um pouco triste. Mas vamos fazer um brinde através de vídeo conferência. Eu vou recitar uma poesia para ela. Eu tento ressignificar o momento que estamos vivendo agora. Apesar do tempo que estamos separadas, quando a gente se reencontrar esse tempo será muito bem aproveitado”, comenta Ester.

A fonoaudióloga Laila Wajntraub, diretora do Clube da Fala, e seus seis irmãos também vão utilizar da vídeo conferência para conseguir festejar a data com a mãe.

Privilegiada por morar ao lado da mãe, são vidinhas de porta no prédio onde moram, a dentista Rita Ventura vai conseguir ter uma proximidade maior da mãe. Vão se vê no corredor, usando máscaras de proteção. Mesmo sem o abraço a filha conseguirá entregar o presente de dia das mães.

“Eu estou respeitado o isolamento social mas tenho alguns pacientes e casos emergenciais. Por isso, apesar de morar ao lado da minha mãe, não vamos conseguir ter o contato físico. Mas vamos ter a chance de nos encontrarmos no corredor”, explica Rita.