Local foi cedido ao centro de treinamento da Associação Carioca de WindSurf

 

 

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente investiga possíveis irregularidades nas obras de construção de um depósito de equipamentos de surf subterrâneo no calçadão da Praia do Pepê, na Barra da Tijuca. O local é um ponto cedido ao centro de treinamento da Associação Carioca de Windsurf. A Secretaria Municipal de Conservação também irá ao local para verificar se os trabalhos estão sendo executados conforme o projeto tinha sido aprovado.

De acordo com os moradores da região do Jardim Oceânico, as obras destruíram o espaço de corujas que existia no local e avançaram pela faixa de areia.

O INEA deu um prazo de 15 dias na última sexta-feira (12), para que a associação apresentasse as documentações do processo autorizado na Prefeitura do Rio. As obras do local estão paralisadas.

Vídeos divulgados nas redes sociais os frequentadores afirmam que são utilizadas retroescavadeiras no período noturno o que destrói a fauna e restinga da região. Na manhã de sábado, o grupo realizou um protesto pacífico.

Um membro da associação de moradores do Jardim Oceânico, questiona a realização das obras no local. Alexandre Costa também relatou que estranha a reação do funcionário que operava a retroescavadeira, quando perguntado sobre o serviço.

O INEA em 2020 já havia alertado para a necessidade de uma avaliação criteriosa dos riscos perante a ação de ressacas e ondas de tempestade e a recuperação das áreas sob intervenção, principalmente a vegetação. Além disso, o Laudo de Vistoria Ambiental Atual mostrou a existência de espécies animais, como os esquilos silvestres e a coruja buraqueira. Ainda assim, o projeto foi aprovado.

A Secretaria Municipal do Ambiente e Clima disse que a proposta de transferência da guarderia tem autorização da pasta, e que leva em conta o interesse do estabelecimento em questão a manutenção e preservação da vegetação no entorno. A Prefeitura afirma que tem acompanhado as intervenções e que um engenheiro florestal está orientando sobre o replantio dos coqueiros e da grama. Além do mais, informou que o ninho das corujas buraqueiras, que existia na região, não foi afetado em momento algum pela obra, condição também dada pela secretaria ao requerente.

Já a Associação Brasileira de Windsurf diz que o projeto é uma realização com autorização prévia da Prefeitura do Rio e com aval de biólogos que analisaram o local e o projeto.

O INEA não se posicionou ainda.