Cuidados bucais são fundamentais para evitar doenças sexualmente transmissíveis; confira dicas da especialista

 

O Carnaval já está às portas e, com ele, a probabilidade do aumento de doenças sexualmente transmissíveis (DTSs). Algumas delas são facilmente transmitidas pelo beijo, como é o caso da mononucleose, também conhecida como “doença do beijo”, que ocorre através do contato com a saliva infectada com o vírus Epstein-Barr. 

A mononucleose é caracterizada por feridas, bolhas, verrugas e lesões na boca ou região, que não cicatrizam, e caroços na região do pescoço. Na maioria das vezes, tais sinais são visíveis no rosto; em outros casos, o vírus fica escondido e somente é identificado na cavidade oral por meio de uma consulta ao dentista ou exame de sangue. Diante dos sinais nem sempre aparentes da doença, é necessário manter o alerta máximo. 

Pessoas infectadas apresentam como principais sintomas o cansaço, febre, irritação na pele e a sensação de glândulas inchadas. Mesmo com os sintomas, o diagnóstico só pode ser realizado com exames clínicos solicitados por clínicos ou dentistas. O profissional deve prescrever o melhor tratamento para a doença, incluindo, em geral, repouso e maior ingestão de líquidos.

De acordo com a cirurgiã-dentista Flávia Rabello de Mattos, do Centro de Reabilitação Rabello (CORR), no Rio de Janeiro, os cuidados com a saúde bucal  focados na prevenção, já afastam o risco de mononucleose. 

 

Flávia Rabello está há 27 anos à frente do Centro de Reabilitação Rabello (CORR). (Foto: Divulgação)

“Procure manter uma gengiva saudável sem sangramento, evitando, com isso, ter uma porta de entrada para infecções. Recomendo sempre uma boa higiene após as refeições. E se qualquer lesão permanecer na boca por mais de sete dias, o ideal é procurar um profissional”, acrescenta.

A dentista ainda ressalta a importância da vacinação para as DSTs: “A vacina para as doenças sexualmente transmissíveis está disponível gratuitamente nos postos de saúde. A pessoa imunizada tem menor impacto nas manifestações ao contrair essas doenças. E a vacina não só previne a mononucleose, como também combate herpes, hepatite e sífilis”, diz. 

Neste período de festas, blocos e muita gente reunida nas ruas, Flávia aconselha ainda que não se partilhe bebidas no mesmo copo ou garrafa. “É praticamente impossível saber se a saliva do outro está comprometida e também transmite gripe H1N1, doenças respiratórias e doenças do trato digestivo. As mãos são outros transmissores do vírus quando levadas à boca. Então, é melhor tomar cuidado. Por que acabar com a brincadeira mais cedo, não é?”, brinca a cirurgiã-dentista.