Uma operação conjunta do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e da Polícia Rodoviária Federal deixou ao menos 11 pessoas mortas nesta terça-feira (24) na Vila Cruzeiro, uma das 13 favelas do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.

Segundo a PM, o objetivo da operação era localizar e prender lideranças criminosas que estariam escondidas na comunidade, inclusive vindos de outros estados, como Alagoas, Bahia e Pará.

Ainda segundo a corporação, os agentes estavam se preparando para iniciar a operação quando teriam sido atacados pelos traficantes na parte alta da comunidade.

Após confronto em uma área de mata, a polícia diz ter encontrado 11 pessoas feridas no local e as encaminhado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. As forças de segurança dizem que as vítimas eram criminosos.

A direção do Getúlio Vargas afirma que recebeu na manhã desta terça-feira 12 pessoas baleadas na operação, sendo que dez morreram ainda na emergência e duas estão sendo atendidas no setor de trauma da unidade.

Durante a operação, foram apreendidos sete fuzis, quatro pistolas e 16 veículos (dez motocicletas e seis carros), que teriam sido usados pelos criminosos para fugir.

Em fevereiro, a Vila Cruzeiro já tinha sido palco de uma operação violenta. À época, oito homens foram mortos pela durante uma ação da Polícia Militar e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Os agentes tentavam prender Adriano de Souza Freitas, conhecido como Chico Bento e apontado como chefe do tráfico no Jacarezinho.

Como a favela foi ocupada pela polícia em janeiro para implantar o Cidade Integrada, programa do governador Cláudio Castro (PL), os criminosos teriam se escondido na Vila Cruzeiro, também dominada pela facção Comando Vermelho.

Segundo as corporações, na operação de fevereiro, foram apreendidos sete fuzis, quatro pistolas, 14 granadas, carga e veículos roubados, cocaína e maconha. Uma pessoa que não teve o nome divulgado foi presa, mas não foi Chico Bento.

A ação na Vila Cruzeiro que deixou 11 mortos acontece poucas semanas após o massacre no Jacarezinho ter completado um ano. A operação da Policial Civil realizada em maio do ano passado deixou 28 mortos na favela e se tornou a mais letal do Rio de Janeiro.