Maio teve um fim de semana místico. No dia 13, o mundo católico parou para as comemorações do Centenário da Aparição de Nossa Senhora, em Fátima

Por Cláudio Magnavita

Maio teve um fim de semana místico. No dia 13, o mundo católico parou para as comemorações do Centenário da Aparição de Nossa Senhora, em Fátima. Os voos para Portugal estavam lotados e o Papa Francisco canonizou os dois beatos Jacinto e Francisca, que passaram a ser santos. Mas as comemorações não pararam por aí. Maria é a
Mãe de Deus e, no dia 14, aconteceu no Brasil, a comemoração do Dia das Mães. As duas datas estão magicamente unidas e uma pessoa consegue materializar estes dois marcos: a apresentadora Ana Maria Braga.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Barra, Ana Maria fala do seu papel como mãe, filha e especialmente avó. Parte destes papeis é compartilhada no seu encontro diário na Rede Globo.

Nossa Senhora de Fátima tem um papel especial na vida da Ana. Fez parte do seu processo de recuperação de um câncer e canalizou uma forte corrente espiritual, que mobilizou artistas conhecidos, amigos e especialmente suas telespectadoras que fizeram espontaneamente uma corrente de orações no Brasil e no exterior.

Oficialmente, Ana Maria não foi ainda à capela em homenagem à Nossa Senhora de Fátima, que foi construída no Recreio. Sua ida no próximo dia 12 ainda está sendo analisada, devido a compromissos na agenda de gravação da apresentadora. Informalmente, alguns confidentes sabem que ela já foi até a capela, de forma anônima, levada pelo amigo Paulo Machado, que também foi convidado a escrever nesta edição. Ele a levou até lá como uma simples fiel, para um momento de oração, longe dos flashes e do assédio dos fãs.

Neste mês dedicado as mães, o Jornal da Barra compartilha com seus leitores a força desta mulher extraordinária, capaz de enfrentar obstáculos pessoais e problemas de saúde, protagonista de uma trajetória vitoriosa e, principalmente, uma pessoa amiga, simples e verdadeira, que abre o seu coração para o seu público todos os dias, em seu programa. Aquela que todas as mães gostariam de ter como amiga, nora ou vizinha. É essa Ana Maria Braga de muita fé, que nos concedeu esta entrevista franca e verdadeira.

Ana Maria: Com certeza, há algo de muito especial e iluminado que faça a união dessas duas datas que são muito especiais.

JB: Qual é a importância da sua fé nesta super mãe que é Maria?

Ana Maria: É uma força motriz. Tenho muita fé e sinto que ela está sempre do meu lado, me orientando e cuidando de mim.

JB: Como tem sido a sua relação com Nossa Senhora de Fátima até hoje?

Ana Maria: Uma relação de muita fé, proximidade, compaixão e, principalmente, agradecimento.

JB: Você conhece o Santuário do Recreio? O que acha de uma réplica do Santuário, que reproduz a capela de Fátima em Portugal ter sido erguida aqui?

Ana Maria: Ainda não consegui ir lá. Mas, acho um desafio maravilhoso e soube que é um lugar encantado.

JB: Você sempre trabalhou muito, mas também sempre conseguiu ser uma super mãe. Como é a Ana Maria Braga mãe?

Ana Maria: Sempre fui a melhor mãe que pude ser. Sempre fui muito atenta e próxima dos meus filhos, por mais que eu trabalhasse fora. Acho que consegui muita coisa positiva, porque meus filhos são ótimos e tenho muito orgulho deles.

JB: E a Ana avó?

Ana Maria: Como avó, acho que estou me saindo bem também. Não interfiro da educação deles, respeito a decisão dos meus filhos com relação a educação que eles querem oferecer aos meus netos, mas estamos sempre muito próximos. Eles sempre vêm passar alguns dias comigo no Rio, quando estou em SP, ficam em casa, dormem comigo. Também sempre estamos viajando juntos.

Devoção e amizade

Ana Maria Braga tem uma relação íntima com Nossa Senhora de Fátima. É à santa que a apresentadora da TV Globo, que este ano completa 40 anos de carreira, atribui a cura de um câncer, em 2001. Apresentada à Nossa Senhora pela amiga e também apresentadora, Hebe Camargo, que faleceu em setembro de 2012, Ana Maria Braga literalmente adotou Fátima em sua vida. Em 2002, a apresentadora foi até o Santuário dela, em Portugal, e fez uma romaria de joelhos. “Foi um ato de fé e sacrifício. Aquela energia da Basílica é muito forte. Foi um momento especial”, afirmou ela. De lá para cá, todos os anos ela faz questão de participar - e promover - a Missa da Esperança.

O olhar de fé de Ana Maria Braga:

“Quando tive câncer, em 2001, eu recebi uma homenagem da Hebe Camargo com uma missa chamada Missa da Esperança, que foi feita no Santuário de Fátima, em São Paulo. A partir daquele ano eu fiquei muito intima de Nossa Senhora de Fatima e prometi a ela que todos os anos eu iria, através da esperança que eu recebi, visitá-la anualmente.

Confesso que às vezes fica difícil relembrar a experiência tão dolorosa de ter um câncer, mas os anos convivência com a doença e com a cura, me ensinaram que a gente tem que lutar e sobreviver a ela. Cada dia é um dia. E hoje relembro que tive momentos de revolta quando fui diagnosticada com outro câncer, porém, nada me tirou o foco e a fé de vencer a doença. O câncer me deu a certeza da finitude e isso me fez passar a ver a vida com muito mais sensibilidade. Posso dizer que os meus dias ficaram melhores porque hoje é muito raro eu acordar e reclamar das coisas. Estou sempre pronta a superar os problemas que possam aparecer. Aprendi a me relacionar melhor com as pessoas e comigo mesma. Problemas pequenos que tinham grande relevância, hoje são simplesmente deixados pra trás. O apoio da família, amigos e fãs foi fundamental, mas Nossa Senhora de Fátima virou uma grande amiga. Noites e noites conversando, chorando e pedindo forças para lutar contra a doença. Nossas conversas eram muito longas e intensas e chego a ter a ousadia de dizer que ela sorria pra mim.

Nossa Senhora hoje ocupa um lugar especial na minha vida e na minha casa. Quando ela vem me visitar, tenho um altar reservado para ela. Faço, aqui no Brasil ou em Portugal, todos ano a Missa da Esperança em sua homenagem, esta é a forma que eu encontrei de agradecê-la quando alcancei a cura. E cada vez que estou conversando com Nossa Senhora, em casa, na igreja ou no Santuário sinto que não estou desamparada, que estou protegida e que tem alguém segurando a minha mão. A vida muda de sentido, tem outra emoção”. (Claudia Dias)