O modelo atropelou e matou o estudante João Gabriel, de 16 anos, além de estar envolvido em outras acusações

 

 

 

O modelo Bruno Krupp, preso por atropelar e matar o estudante João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, solicitou atendimento psicológico na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gerinchó, em Bangu, onde está preso.

O modelo é réu pelo atropelamento do jovem João Gabriel. O acidente aconteceu no dia 30 de julho, por volta das 23h, na orla da Barra da Tijuca, na altura do posto 3. O estudante teve uma perna decepada na hora, chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo investigações, Bruno Krupp estava a mais de 150km/h.

O Tribunal de Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público contra Krupp por homicídio com dolo eventual, quando se assume risco de matar.

Após o atropelamento, outras denúncias surgiram contra Bruno Fernandes Moreira Krupp. No início do mês passado, uma modelo relatou ter sido vítima de estupro quando foi dormir na casa de Krupp em Niterói. Segundo a modelo, o fato teria acontecido há alguns anos, mas ela só teve coragem de falar abertamente sobre o fato depois das acusações que apareceram contra ele na Justiça. Após a denúncia, outras duas mulheres também relataram ser vítimas de estupro.

Krupp também é investigado por estelionato, após ser acusado de enganar hóspedes do Hotel Nacional, em São Conrado, em 2021. Segundo a Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Zona Sul e Barra da Tijuca, o gerente do hotel relatou que conversou com pessoas que tiveram problemas com reservas realizadas. Os clientes contaram que Bruno Krupp oferecia diárias a preços abaixo do site do estabelecimento. Para conseguirem a vantagem, Krupp induzia as vítimas a fazerem transferências bancárias em uma conta em nome de outra pessoa. De acordo com as investigações, a fraude foi estimada em R$428 mil.

Além disso, durante 11 meses o modelo ocupou o cargo de assessor nomeado na Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói. A prefeitura afirma que Krupp trabalhou com presença registrada em folha de ponto executando funções internas (administrativas) e externas, realizando entrega de documentos e processos em outras secretarias e garante que, eventualmente, atuava como apoio em atividades da secretaria nos parques da cidade. Durante esse período, de julho de 2021 a maio deste ano, Krupp recebeu cerca de R$31 mil, incluindo décimo terceiro e férias proporcionais, dos cofres públicos no município.

Depois dessa passagem na secretaria, ele foi apontado como sendo uma das 27 mil pessoas que receberam valores via cargos secretos da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). Krupp fez duas retiradas na boca do caixa que totalizaram R$4.740. Esse suposto esquema é investigado pelo Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, por falta de transparência nas nomeações e transações bancárias.

Apesar da afirmação da Prefeitura de Niterói, pessoas ligadas à pasta de Meio Ambiente disseram que Krupp foi visto poucas vezes em suas funções. Um colega, que preferiu não se identificar, disse que só soube da passagem dele por lá depois do caso ganhar repercussão na imprensa. “Ele nunca pisou lá. Nunca fez um trabalho. Os concursados de lá estão revoltados com essa situação”, disse.