Vídeo mostra momento em que Fábio de Oliveira Júnior efetua os disparos
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está a procura de Fábio de Oliveira Júnior, identificado pela especializada como o autor dos nove disparos que mataram Bruno Alves da Silva em um bar na Barra da Tijuca, no último dia 4 de setembro. Imagens de câmera de segurança do estabelecimento mostram o momento em que Fábio discute com a vítima e, em seguida, pega a arma e efetua os nove disparos contra Bruno.
Após diligências, depoimentos de testemunhas e análises a região, os investigadores traçaram a dinâmica do fato e a linha de investigações. Os indícios apontam para que a motivação do crime seja atritos e brigas do passado, entre a vítima e um dos envolvidos, relacionadas a atividades ilícitas que ambos exerciam. Bruno estava integrado a uma das primeiras quadrilhas de clonagem de cartão de crédito que já movimentou R$ 3,5 milhões em imóveis, carros, compras e saques em dinheiro.
Na noite do crime, a vítima chegou ao local acompanhado da mulher e lá encontrou com um grupo de amigos. Os suspeitos já estavam no estabelecimento, sendo eles três homens e uma mulher (esposa de um dos rapazes). De acordo com os agentes, a arma do crime entrou no bar dentro da bolsa da acusada, na tentativa de que o marido escapasse da revista pessoal.
Ainda segundo os policiais, ao avistarem Bruno, dois dos criminosos se dirigiram à sua mesa e o ameaçaram e ofenderam, sem que ele reagisse ou esboçasse qualquer reação. Em determinado momento, um dos homens o acerta com um tapa no rosto, que reage com um soco e derruba o agressor no chão. É nesse momento, que uma briga generalizada começa no local, com garrafas e cadeiras sendo arremessadas. Antes de efetuar os disparos, Fábio é acertado com um soco por Bruno. Neste momento, ele recebe das mãos de um dos seus comparsas a arma usada no crime. Enquanto Bruno era socorrido pela esposa, o grupo foge do local.
Algum tempo depois Fábio retorna à cena do crime e grita para a mulher: “Fui eu que matei”, atravessa a rua e vai embora.
Vítima era conhecida por golpes aplicados
A quadrilha de Bruno foi desarticulada em 2014 e segundo as investigações da época, ele liderava o grupo junto com seu irmão gêmeo, André Alves da Silva. De acordo com a sentença judicial, a quadrilha inseria dispositivos coletores de dados de cartões magnéticos em caixas eletrônicos de lugares como o Aeroporto Internacional Tom Jobim. Com o equipamento conhecido como "chupa-cabra" inserido, o bando copiava informações sigilosas dos cartões para outros recarregáveis, que eram usados em compras e saques de dinheiro.
Naquele ano, a estratégia era considerada sofisticada. O esquema se reproduzia no comércio em máquinas de empresas credenciadas e contou com participação de garçons, seguranças e motoristas de táxi.