Empresários alertam que a perda de Eletromar e Johnson & Johnson aconteceu por efeito da violência urbana 

 

 

 

O vereador Rogério Amorim (PTB), presidente da Comissão de Segurança da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, anunciou que pretende fazer um levantamento completo de todos os problemas de Jacarepaguá, desde a ocupação irregular de ambulantes até questões de insegurança pública. O assunto foi discutido na última quinta-feira (9), durante uma audiência conjunta com a Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

“É para lamentar a ausência da Secretaria de Ordem Pública, que foram convidados e não compareceram. Mas vamos continuar cobrando e levantando novas informações”, disse o vereador Rogério Amorim (PTB), presidente da Comissão de Segurança Pública da Alerj.

“Hoje em dia não faz mais sentido dissociar a Ordem Urbana de Segurança Pública. Há bairros que sentem mais a questão da desordem, pois incide sobre a segurança. Vejam por exemplo a Freguesia, bairro que há até pouco tempo era um dos melhores para quem buscava uma opção com facilidades para ir ao Centro via Linha Amarela. A ocupação desordenada está desvalorizando os imóveis e criando transtornos para os moradores”, diz o vereador, que acredita na possibilidade de uma nova audiência, ao convocar novamente os gestores do município e ouvir mais lideranças comunitárias. 

Além disso, o parlamentar também ressaltou que a população tem sofrido muito com a violência recorrente, pois sentem falta de paz, de ordem pública e não podem exercer o direito básico de ir e vir. “O problema da segurança não será resolvido sem a integração dos governos federal, estadual e municipal”, destacou. 

 Os colegiados das Casas Legislativas debateram sobre a violência na região de Jacarepaguá em medidas que pudessem solucionar tal problema. A reunião foi mediada pelo deputado estadual Márcio Gualberto (PL), presidente da Comissão Estadual. 

“Os moradores querem uma resposta. Os empresários que investem e geram empregos e renda querem uma resposta e tranquilidade. Eles não querem ser vítimas de balas perdidas. Jacarepaguá deseja paz”, disse Márcio Gualberto, ao transmitir o desejo dos cidadãos da Grande Jacarepaguá. Já o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) apontou a situação de desordem na região e reforçou a necessidade da união entre os três entes federativos. “A solução para a segurança pública passa pela união dos três entes federativos. Não é competência apenas do Estado”, finaliza. 

 

Moradores e empresários da região cobram atitudes

 

Representantes das associações de moradores e comerciantes do entorno de Jacarepaguá contam que o medo da violência força as pessoas a evitarem sair de casa, o que traz prejuízos ao comércio local. Para Rodrigo D’Eça, presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública da 8ª ISP, a participação popular tem sido fundamental na cobrança às autoridades por soluções. 

“Hoje, estamos representando mais de 200 mil moradores e empresários de Jacarepaguá que entenderam a importância desta audiência pública, de ser cidadão, participar como sociedade civil organizada e cobrar ações na segurança pública”, disse Rodrigo. 

Antonio Teixeira participou da audiência como representante da Associação Comercial e Industrial de Jacarepaguá (Acirja). Em seu momento de fala, mencionou a perda de empresas na região, como a Johnson & Johnson e a Eletromar, e alegou que o motivo se deu pela violência na área, mas destacou a importância da união entre os poderes e a sociedade civil. “A associação, por meio do diálogo, está de portas abertas para apresentar as reivindicações, mas também as soluções em relação à segurança pública”, completou. 

Forças de segurança detalham a forma de atuação no local 

 

O Tenente Coronel Rafael Sepúlveda, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, afirma que estão buscando atuar junto aos moradores. O oficial apresentou dados que comprovam a redução e tendência de queda nos índices de roubos de veículos, de rua, e de carga, desde o fim do ano passado. “Estamos participando de reuniões no bairro, buscando, junto às lideranças locais e a todas as autoridades presentes, construir a melhor política de segurança pública em Jacarepaguá”. 

Enquanto isso, a Polícia Civil tem atuado na investigação dos crimes e no combate à violência que assola a população local. “Estamos atuando diuturnamente, através não só nas delegacias distritais, mas também das delegacias especializadas. A Delegacia de Homicídios está apurando todas as mortes acontecidas em Jacarepaguá, já a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) está trabalhando no trabalho de inteligência para combater as organizações criminosas que atuam na região”, detalhou a delegada Raíssa Celles, responsável pela 2ª DPA - Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.