João Gabriel (Folhapress)

A realização da Copa América no Brasil trouxe pelo menos uma nova variante do coronavírus para o país. O sequenciamento genético de amostras (processo para identificação das cepas do vírus), feito pelo Instituto Adolfo Lutz, identificou dois casos da variante B.1.621 entre 12 exames realizados. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo, e confirmada pela Folha de S.Paulo.

As variantes foram identificadas no estado do Mato Grosso. Elas foram enviadas ao Adolfo Lutz no último dia 6, e o resultado saiu no último sábado (10) -antes disso, o instituto não havia trabalhado com casos relacionados à Copa América.

Dos 12 sequenciamentos feitos, os outros 10 identificaram a variante gama, aquela que foi encontrada pela primeira vez no estado do Amazonas. A Folha de S.Paulo revelou que, até a última quinta-feira (8), apenas a cepa gama tinha sido encontrada nos exames feitos para a Copa América. Porém, pesquisadores já alertavam para a falta de transparência nas informações epidemiológicas divulgadas pela Conmebol.

O estado do Mato Grosso hospedou as seleções do Equador e da Colômbia, país onde o tipo B.1.621 foi identificado pela primeira vez. Pela falta de estudos realizados até agora, essa variante é classificada pela Organização Mundial da Saúde como em alerta para mais monitoramento.

Os indícios apresentam modificações nas posições 484 e 501 da proteína chamada Spike. Tais particularidades podem estar associadas a um maior potencial de transmissão, mas para se ter certeza, mais investigações são necessárias.

"Ainda é cedo para tal afirmação. As mutações na proteína Spike são características que podem estar associadas a maior transmissibilidade, dependendo da posição", explica Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz-Amazônia. Ele explica que ainda faltam evidências epidemiológicas acerca da variante B.1.621.

O Instituto Adolfo Lutz avisou o estado do Mato Grosso e o Ministério da Saúde acerca dos resultados. A Folha questionou o estado do Mato Grosso quando as amostras foram colhidas, se os pacientes em questão tiveram contato com outras pessoas desde então e quais protocolos estão sendo seguidos. Por enquanto, não houve resposta.

Até a última terça (6), 168 casos de Covid relacionados à Copa América haviam sido identificados. Destes, o sequenciamento genético (exame para identificar a cepa do vírus) foi realizado em 38, sendo que para 22 o processo já foi concluído e o resultado foi de variante gama.

Também até a última terça, 38 amostras haviam sido enviadas para sequenciamento, sendo que 22 processos já haviam sido finalizados e todos com resultado para a variante encontrada pela primeira vez no Amazonas.

Folhapress

Mesmo com o Vasco próximo ao G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro, a campanha irregular do time, ainda sem emendar duas vitórias consecutivas na competição, fomenta questionamentos sobre o técnico Marcelo Cabo.

A instabilidade aparece não só nos resultados, mas também nas escalações. O treinador ainda faz experimentos e, seja por conta de desfalques ou opções táticas, só repetiu os titulares de uma partida para a seguinte em apenas três ocasiões em sua passagem pelo Vasco.

A primeira vez que isso ocorreu foi logo em seu início no clube, mais precisamente na segunda e terceira partidas dele, quando manteve os mesmos 11 jogadores nos empates contra a Caldense, pela Copa do Brasil, e diante do Botafogo, no Campeonato Carioca.

Em seguida, ele repetiu as escalações nas vitórias sobre o Tombense pela Copa do Brasil e no 3 a 1 sobre o Flamengo, considerado o melhor jogo do Vasco na temporada. Já no início do mês passado, manteve os titulares entre a vitória sobre o Boavista pela Copa do Brasil e empate com a Ponte Preta na Série B.

Apesar da irregularidade e da desconfiança que ainda paira sobre o seu trabalho, Cabo disse acreditar que o time tem apresentado evolução: "Nosso modelo de jogo deixou a equipe um pouco mais agrupada. Temos jogado mais próximos, o meio-campo é um fator importante, e ganhamos sustentação defensiva".

O treinador ainda ponderou que, nas duas derrotas recentes, o Vasco teve jogadores expulsos -em uma delas, no entanto, contra o Cruzeiro, o adversário levou um cartão vermelho no mesmo lance. "Poderíamos ter uma sequência melhor se não fossem essas expulsões", disse após vencer o Confiança no sábado (3).

Em relação ao triunfo recente, o Vasco poderá mais uma vez deixar de repetir sua escalação, desta vez no confronto com o Sampaio Corrêa às 19h desta sexta-feira (9), novamente em São Januário, já que o técnico terá seu leque de opções ampliado por reforços caseiros.

Para a partida, o Vasco contará com o retorno de cinco jogadores que estavam suspensos: tratam-se dos volantes Bruno Gomes e Juninho -que haviam sido expulsos diante do Goiás-, além de Galarza, Morato e Léo Jabá, que cumpriram suspensão automática após o terceiro cartão amarelo.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 19h (de Brasília) desta sexta-feira (9)
Árbitro: Jefferson Ferreira de Moraes (GO)
Transmissão: Premiere

Adalberto Leister Filho (Folhapress)

Os Jogos Olímpicos não terão público nas arenas de Tóquio devido ao aumento de casos de coronavírus. A informação foi divulgada por Tamayo Marukawa, ministra da Olimpíada, nesta quinta-feira (8), após reunião entre governo do Japão, Comitê Organizador de Tóquio e COI (Comitê Olímpico Internacional). A diretiva acontece após decretação de novo estado de emergência na cidade-sede, a apenas duas semanas para o início do evento.

Anteriormente, os organizadores liberaram público de até 10 mil pessoas ou 50% da capacidade das arenas olímpicas (o que fosse menor). As competições seriam exclusivas para o público local. Torcedores estrangeiros foram vetados previamente. Mas, com o anúncio de que Tóquio entrará novamente em estado de emergência na próxima segunda-feira, os planos mudaram. A capital japonesa estará nessa fase com maiores restrições até dia 22 de agosto. Os Jogos Olímpicos começam no dia 23 de julho e vão até 8 de agosto. O crescimento de casos já fez com que os organizadores decidissem vetar o revezamento da tocha olímpica pelas ruas de Tóquio para prevenir aglomerações.

A pandemia continua avançando no Japão. De acordo com dados coletados pela Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA), na quarta-feira (7) houve 2.180 novos casos de Covid-19 no país e 14 mortes. A média móvel voltou a aumentar, para 1.683. Desde o início da pandemia, 812 mil pessoas pegaram Covid-19 no Japão. O total de óbitos é de 14.848 até agora.

O governo metropolitano de Tóquio, por sua vez, divulgou mais 920 infectados nesta quinta-feira (8). É o maior número desde meados de maio, quando houve o pico da quarta onda no Japão. A média móvel chegou a 632 e cresce todos os dias desde 19 de junho. O temor é que, com a chegada das delegações estrangeiras, a Olimpíada possa se tornar uma propagadora da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia e que é altamente contagiosa.​

Com a aceleração da vacinação nos últimos dias, o governo do Japão espera que a situação do país melhore e que isso diminua a pressão sobre o sistema nacional de saúde. Segundo o site Our World in Data, 15,2% dos japoneses estão imunizados e 26,5% receberam ao menos a primeira dose. A última atualização é de terça-feira (6).

A decisão de não permitir público nos estádios de Tóquio foi acertada em reunião com Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), que chegou à capital japonesa nesta quinta-feria. Bach afirmou que ele e o presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), o brasileiro Andrew Parsons, estão "comprometidos" em entregar os Jogos com segurança.

"Mostramos essa responsabilidade desde o dia do adiamento. E também o mostraremos hoje, e apoiaremos qualquer medida que seja necessária para que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos sejam seguros e protegidos para o povo japonês e todos os participantes", afirmou Bach.

O dirigente participou de reunião em seu hotel, de maneira remota. De acordo com as normas sanitárias locais, o dirigente ficará em quarentena por três dias. Ele terá novas reuniões com o Comitê Organizador de Tóquio de forma virtual ou presencial nos próximos dias. Após a quarentena, ele também fará visitas à Vila Olímpica e a Hiroshima, cidade devastada pela bomba atômica lançada pelos EUA no final da Segunda Guerra Mundial.

John Coates, vice-presidente do COI, que chegou a Tóquio antes, deve visitar Nagasaki, outra cidade japonesa atingida pela bomba atômica em 1945. O dirigente australiano foi criticado no Japão ao dizer que a Olimpíada pode ser realizada mesmo que Tóquio estivesse em estado de emergência, o que de fato irá acontecer. No mês passado houve manifestação em frente à Prefeitura da capital japonsesa contra a realização dos Jogos.

Folhapress

O Botafogo vive uma gangorra neste início de Série B do Campeonato Brasileiro e, no mesmo movimento, Marcelo Chamusca vê as avaliações quanto ao trabalho realizado oscilarem. Pressionado, o treinador vem fazendo testes em busca do que considera o melhor encaixe do time e ainda não conseguiu uma sequência com a mesma escalação.

Nas nove partidas disputadas até aqui, houve, ao menos, uma alteração em relação à escalação da rodada anterior. Neste caminho, suspensões, lesões e até mesmo negociação, como foi o caso do lateral esquerdo Paulo Victor, que foi para o Internacional. A negociação, inclusive, gerou polêmica.

Neste sábado (10), às 16h30, o Botafogo encara o Cruzeiro, no Engenhão, pela 11ª rodada. A equipe carioca vem de derrota para o CRB e empate com o Avaí e busca reabilitação, já que começou a rodada cinco pontos atrás da zona de acesso à Série A.

Para o Brasileiro, o Alvinegro ganhou reforços como os volantes Oyama e Barreto, o lateral direito Daniel Borges, o meia Chay, e o atacante Rafael Moura, o He-Man. O comandante alvinegro avalia o trabalho de forma positiva, mas admite que a equipe vem tendo resultados abaixo do esperado e acredita que, com o passar dos jogos, os jogadores vão se conhecendo melhor.

"Isso [achar o time ideal] requer tempo, eu preciso de jogos. Respondi que acreditava que, na virada do turno, os jogadores já vão conquistar uma posição de encaixe melhor, o atleta vai conhecer um pouquinho mais o outro, vamos estar com um modelo mais firmado. Nós temos que separar um pouco essa questão do resultado e da performance", comentou Chamusca.

Para o duelo deste sábado, o Botafogo terá dois desfalques importantes: o volante Oyama e o atacante Ronald. Em compensação, Chay está recuperado de dores musculares e foi relacionado. Com isso, o Alvinegro deve ir a campo com a seguinte escalação: Diego Loureiro; Daniel Borges, Kanu, Gilvan, Guilherme Santos; Barreto, Pedro Castro, Matheus Frizzo; Diego Gonçalves, Rafael Navarro, Chay.

Do outro lado, o Cruzeiro também vive fase de instabilidade. A equipe dirigida por Mozart não vence há quatro partidas, somando apenas três pontos nesse período. Com isso, despencou para a seguda metade da tabela de classificação e está mais próxima da zona de rebaixamento do que do G-4.

O Cruzeiro não deve contar com os volantes Matheus Barbosa, com desgaste muscular, e Rômulo, suspenso. Com isso, os mineiros devem ir a campo com a seguinte escalação: Fábio; Norberto (Cáceres), Ramon, Léo Santos, Jean Victor; Lucas Ventura, Marcinho, Giovanni; Bruno José, Marcelo Moreno (Rafael Sobis), Airton.

BOTAFOGO X CRUZEIRO
Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 16h30 (de Brasília) deste sábado (10)
Juiz: Rodolpho Toski Marques (PR)
Transmissão: Globo, Sportv e Premiere