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Com as duas medalhas conquistadas nesta quinta-feira (29), na ginástica e no judô, o Brasil chegou ao fim do nono dia de competições nos Jogos Olímpicos de Tóquio com sete medalhas (uma de ouro, três de prata e três de bronze).

O primeiro brasileiro a subir ao pódio no Japão foi Kelvin Hoefler, 28, no domingo (25). Ele, que na infância era o "menino maluquinho" e ganhou o skate para gastar energia, ficou com a medalha de prata no skate street.

Horas depois foi a vez de Daniel Cargnin, 23. O gaúcho conquistou o bronze no judô, na categoria até 66 kg. Ele conseguiu o feito mesmo tendo sua preparação para os Jogos prejudicadas por ter contraído coronavírus.

Já nas primeiras horas de segunda-feira (26), Rayssa Leal, 13, fazia história e se tornava a medalhista mais jovem do Brasil. Conhecida como Fadinha, ela ficou com a prata na disputa do skate street.

No mesmo dia, foi a vez do nadador Fernando Scheffer, 23, conquistar o bronze nos 200 m livre. Durante sua preparação para Tóquio, ele chegou a treinar num açude, por causa das restrições impostas durante a pandemia.

Veio então o surfe, na terça (27), e com ele a primeira medalha de ouro, de Ítalo Ferreira, 27. O menino potiguar que pegava ondas numa tampa de isopor venceu o japonês Kanoa Igarashi, 23, na final da modalidade. Gabriel Medina, cotado como favorito, acabou ficando em quarto lugar.

Nesta quinta (28), a judoca Mayra Aguiar, 29, ganhou o bronze na categoria até 78 kg. Ela é a primeira atleta brasileira a ganhar três medalhas num esporte individual. Também foi medalhista de bronze em Londres-2012 e nos Jogos do Rio-2016. O judô é o esporte que mais deu medalhas a brasileiros na história das Olimpíadas. Já são 24. Relembre aqui todas elas.

Horas depois, foi a vez de Rebeca Andrade ganhar a prata na ginástica na modalidade individual geral, a primeira do Brasil no feminino. Ela encerrou sua apresentação com uma performance no solo ao som de "Baile de Favela".

Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, o Brasil terminou com 19 medalhas (7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze). O país vai bem também nos esportes estreantes nas Olimpíadas de Tóquio, já que 3 das 7 medalhas vêm do skate e do surfe, que debutam nos Jogos.

Redação

A pesquisadora Jamila Perini, da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) e do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), ambos no Rio de Janeiro, estuda qual o impacto da pandemia em atletas brasileiros. Cerca de 600 atletas, entre 18 e 45 anos, de mais de 20 diferentes modalidades esportivas participam da pesquisa. 

O estudo analisa a repercussão biológica, psicológica e social da covid-19 em atletas brasileiros, com o intuito de avaliar a prevalência da doença e identificar os fatores epidemiológicos, clínicos, atléticos, estilo de vida e de saúde associados à doença provocada pelo vírus SARS-CoV2 nesses indivíduos, incluindo o impacto financeiro e também psicológico.

No primeiro inquérito realizado por entrevistas online, no período de agosto a novembro de 2020, foram recrutados 414 atletas, após divulgação em redes sociais, e mais de 680 clubes e federações. Os primeiros resultados já foram publicados, neste ano, no periódico Biology of Sport. As análises sobre o impacto psicológico da pandemia, da quarentena e das dificuldades dos atletas em treinar e da falta de patrocínio estão em finalização. Mas os pesquisadores já identificaram que, durante a pandemia, os sintomas como ansiedade, insônia, depressão ou estresse foram autodeclarados por cerca de 80% dos 578 atletas que já responderam o questionário. Dentre esses, 513 (88,7%) relataram sintoma de estresse, 420 (72,7%) insônia, 268 (46,4%) ansiedade e 157 (27,2%) depressão.

Entre os dados já publicados, a investigação mostrou que menos de 50% dos atletas fizeram testes para covid no período. O baixo índice ocorre porque muitos dos entrevistados são de baixa renda, ficaram sem patrocínio durante a pandemia e utilizam o SUS. Dentre aqueles que fizeram teste de covid-19, 8,5% tiveram a doença. Mais de 25% dos atletas com teste negativo ou não testado relataram mais de três sintomas característicos do covid-19, e 11% dos atletas com teste positivo para doença eram assintomáticos.

Durante a pandemia, os atletas perderam patrocínios e tiveram que readaptar seus treinos, incluindo locais inadequados e a falta de treinadores. Com isso, quase 20% dos entrevistados relataram lesões musculoesqueléticas durante o período.

A pesquisadora Jamila Perini é Jovem Cientista do Nosso Estado e recebe apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. O estudo faz parte de uma linha de pesquisa da Uezo, Into e da Fiocruz, envolvendo o projeto de doutorado do Lucas Lopes (bolsista Capes) e da estudante de iniciação científica (CNPq) Giuliana de Souza.

Folhapress

Em um jogo surpreendentemente difícil, a seleção brasileira masculina venceu a Argentina de virada por 3 sets a 2 (19/25, 21/25, 25/16, 25/21 e 16/14) nesta segunda-feira (26) pela segunda rodada do torneio de vôlei das Olimpíadas de Tóquio.

O Brasil, atual campeão olímpico e da Liga das Nações, cometeu muitos erros individuais nos dois primeiros sets e viu os argentinos abrirem dois sets de vantagem no início da partida, com placar de 25 a 19 no primeiro e 25 a 21 no segundo.

Precisando vencer o set para para se manter viva na partida, a seleção brasileira reagiu na terceira parcial e venceu por 25 a 16.

No quarto set, porém, a seleção brasileiro voltou a tomou sufoco, quando chegou a ficar atrás no placar por 17 a 11. No entanto, o time contou com a força de Lucarelli e Leal para conseguir uma recuperação incrível, fechando a parcial em 25 a 21.

O quinto e decisivo set da partida, começou equilibrado até a Argentina abrir 11 a 9 de vantagem, mas o Brasil teve novamente cabeça para reverter o placar, fechando o tie-break em 16 a 14.

O resultado desta segunda, assim como a vitória por 3 sets a 0 na estreia, no último sábado (24), contra a Tunísia, foram importantes para a classificação do Brasil para o mata-mata do torneio olímpico de vôlei masculino.

Nas próximas rodadas, a seleção começa uma sequência dura de partidas. Começando com o jogo contra o time do Comitê Olímpico Russo, na próxima quarta-feira (28), às 9h45 (de Brasília). A equipe ainda enfrentará os EUA e fecha a fase de grupos contra a França.