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O futebol, como canta a música, pode voltar para casa. A Inglaterra venceu a Dinamarca por 2 a 1 nesta quarta-feira (7), em Wembley, e disputará a final da Euro 2020 contra a Itália. O jogo foi definido somente na prorrogação com gol de Harry Kane, que teve pênalti defendido, mas aproveitou o rebote de Schmeichel para balançar a rede. Antes, Damsgaard e Kjaer, contra, balançaram a rede.

O lance do pênalti gerou muita reclamação. Enquanto driblava dentro da grande área, Sterling caiu ao receber um contato leve da zaga dinamarquesa, e o árbitro assinalou a penalidade. O lance foi analisado pelo VAR, mas o árbitro de vídeo não interfere muito em lances da Euro e a marcação de campo foi mantida.

Esse foi o maior público da competição até aqui, com 64.950 pessoas. A Inglaterra quebrou uma sequência de quatro eliminações em semifinais, somando Copas do Mundo e Eurocopas, e joga a sua primeira final desde 1966, quando foi campeã do mundo também em Wembley.

A partida contra a Itália, que eliminou a Espanha nos pênaltis na terça-feira (6), será disputada no próximo domingo (11), às 16h. Enquanto a ofensividade será a novidade do lado italiano, os ingleses se apoiam justamente em sua defesa, a menos vazada da competição, com somente um gol sofrido até aqui. A defesa inglesa é montada com quatro jogadores, que recebem o apoio dos meias Rice e Philips, além do ataque com Kane e Sterling, os mais perigosos do time.

Os italianos também estavam distantes de finais desde 2012, quando foram derrotados pela Espanha por 4 a 0 também na Euro. Com um time mais ofensivo e remodelado depois da ausência na Copa do Mundo de 2018, a equipe treinada por Roberto Mancini quer recuperar a glória internacional.

Para o técnico Southgate, a ida para a final da Eurocopa também exorciza um dos seus maiores fantasmas. Em 1996, também na Eurocopa, ele foi o responsável pela eliminação dos ingleses contra a Alemanha. Ele desperdiçou a última cobrança de pênalti naquele ano, justamente na última semifinal de Euro disputada pela Inglaterra.

Quando Harry Kane e Kjaer se cumprimentaram em campo antes de a bola rolar, o atacante inglês entregou uma camisa do Tottenham com o nome de Christian Eriksen, que sofreu um infarto em campo no primeiro jogo da Euro, para o dinamarquês. Nela, estavam as assinaturas dos jogadores da Inglaterra.

Na final da Euro, marcada para domingo (11), Eriksen estará na arquibancada junto aos médicos que o salvaram. Em campo, não verá seus companheiros, mas os dois melhores times da competição até aqui.

Somando Copas do Mundo e Eurocopas, a Inglaterra não chegava a uma final desde 1966, quando foi campeão mundial pela única vez em sua história. Depois, vieram eliminações contra Iugoslávia (1968, Eurocopa), Alemanha (1990, Copa do Mundo; 1996, Eurocopa) e Croácia (2018, Copa do Mundo).

A Dinamarca também esperava repetir o bom momento de 1992, quando foi campeã da Euro. Essa foi a quarta vez que a seleção chegou às semifinais e a terceira em que foi eliminada.

No jogo, o goleiro inglês Pickford conseguiu bater o recorde de Gordon Banks em minutos sem levar gols. Um minuto depois, em cobrança de falta de Damsgaard, o goleiro foi vazado. Esse foi o primeiro gol sofrido pela Inglaterra nos seis jogos da Eurocopa.

A partida começou morna. A Inglaterra tinha mais controle, enquanto a Dinamarca estava se fechando no esquema proposto pelo técnico Kasper Hjulmand. O primeiro gol do jogo veio aos 28 minutos, numa cobrança de falta do dinamarquês Damsgaard.

A Inglaterra se recuperou em seguida em passe em profundidade de Kane para Saka, que cruzou para o meio de área na direção de Sterling. Kjaer, no entanto, tocou na bola primeiro e fez contra.

No segundo tempo, a Inglaterra conseguiu se impor ainda mais em campo, controlando as ações e impedindo avanços da Dinamarca, e só foram parados em boas defesas do goleiro Schmeichel. Cansados, os dinamarqueses tentaram fortalecer o meio de campo para segurar o ímpeto inglês, que pressionaram principalmente nos últimos minutos.

O panorama se repetiu na prorrogação, mas Sterling sofreu pênalti duvidoso no fim do primeiro tempo e Kane cobrou. Schmeichel defendeu, mas rebateu para frente, nos pés do atacante, que converteu e conseguiu garantir a classificação para a Inglaterra. No segundo tempo, a Dinamarca tentou se recuperar, sem sucesso.

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A derrota por 1 a 0 no clássico diante do Fluminense no último domingo (4) trouxe uma dose extra de pressão ao técnico Rogério Ceni no comando do Flamengo, que vê o desgaste crescer na Gávea.

O cargo do treinador não está ameaçado no momento, mas Ceni queimou alguns créditos junto à diretoria no Fla-Flu. Durante o jogo, suas mexidas tornaram o time rubro-negro mais vulnerável e permitiram que o rival crescesse. Já após a partida, o tom mais alto na entrevista coletiva não agradou.

A seu favor, Rogério tem os títulos recentes e a boa avaliação do departamento de futebol, que entende que o momento é dificultado pela ausência de alguns dos principais nomes da equipe. Apesar do atenuante, a observação é contínua.

"Temos muitos jogadores na seleção. Jogávamos com quatro camisas 10 no meio. Um foi vendido [Gerson], outro se machucou [Diego], e dois estão na Copa América [Arrascaeta e Everton Ribeiro]. Tivemos que mudar a maneira de jogar", justificou Ceni.

Em tempos de resultados não satisfatórios dentro das quatro linhas, o comandante começa ao menos a vislumbrar um cenário melhor para os desafios que se apresentam. Com suas seleções eliminadas da Copa América, Isla, Piris da Motta e Arrascaeta voltaram a trabalhar na segunda-feira (5) e devem pintar na equipe que encara o Atlético-MG nesta quarta (7), às 19h, no Mineirão, pelo Brasileiro.

Enquanto não tem todas suas peças à disposição, Rogério aguarda os sonhados reforços. A direção rubro-negra, que trabalha com cautela, segue de olho em ao menos dois nomes de peso.

Embora não tenha havido nenhuma evolução recentes nas negociações, Thiago Mendes, Renato Augusto e Kenedy seguem na lista rubro-negra, e a tendência é que as conversas avancem nas próximas semanas. Até receber os presentes desejados, o treinador terá que encontrar soluções dentro de casa.

"Queremos sempre vencer. Nem fazemos contas dos jogadores que estão fora, dos desfalques ou não. O Flamengo quer sempre vencer. No ano passado, ganhamos o campeonato por um ponto, e cada ponto deixado para trás é muito importante", disse ele.

Após três derrotas nos últimos cinco jogos, os atuais campeões encaram o Atlético em jogo com ares de decisão. O time mineiro, vem de duas vitórias seguidas, também estará reforçado por atletas que estiveram no torneio de seleções, Junior Alonso e de Eduardo Vargas no caso.

Com 12 pontos, quatro a menos que o Atlético, o Flamengo é o décimo colocado, enquanto o adversário mineiro ocupa a quarta posição da tabela.

Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Horário: 19h (de Brasília) desta quarta-feira (7)
Árbitro: Paulo Roberto Alves Junior (PR)
VAR: Adriano Milczvski (PR)
Transmissão: Premiere

Camila Mattoso (Folhapress)

Os advogados de Rogério Caboclo apresentarão como um dos argumentos principais na defesa do presidente afastado da CBF a confusão de funções dos diretores da entidade ao longo do processo.

Segundo eles, esses diretores atuaram como acusadores, testemunhas, legisladores e juízes no mesmo caso. A defesa de Caboclo será apresentada à comissão de ética da CBF nesta quarta-feira (7).

Caboclo foi suspenso pela comissão no começo de junho após ter sido acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da CBF.

Ele nega as acusações e diz que o caso está relacionado a articulações de Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, para retomar o comando da entidade. A dupla mantinha boa relação, mas ao forçar uma independência de seu antecessor, Caboclo se viu na mira.

Na quinta-feira (1º), a diretoria da CBF decretou o afastamento inicial de Caboclo por mais 60 dias, mas depois a medida foi revogada pelo presidente interino, Antônio Carlos Nunes, o coronel Nunes. No sábado (3), a comissão de ética decidiu ampliar a suspensão do dirigente pelos mesmos dois meses, o que segue em vigor.

Os advogados de Caboclo apontam que dos 13 diretores que haviam decidido pelo novo afastamento de Caboclo, cinco são testemunhas acusatórias no processo que tramita na comissão e um é denunciante.

No argumento da defesa, essa confusão de papeis evidencia a existência de um grupo ligado a Del Nero que estaria lançando mão de expedientes que estão fora das normas processuais da CBF para tirar Caboclo do comando, prejudicando assim a imparcialidade do processo.

Como mostrou a Folha, existe também um temor de Caboclo em relação à composição da comissão de ética da CBF, já que seus integrantes foram indicados por Del Nero. De acordo com os trâmites processuais regulares, caberá à comissão deliberar um parecer a respeito do caso, que então será submetido à assembleia geral da CBF, composta pelos 27 presidentes de federações estaduais.

Caboclo é representado pelos advogados Fernanda Tórtima, Wladimyr Camargos e Felipe Maranhão.

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O Fluminense voltou a vencer em grande estilo ao bater o arquirrival Flamengo com gol nos acréscimos no último domingo (4). Além dos três pontos e do moral elevado, Roger Machado ganhou uma dúvida com o clássico, sobre a condição de Nenê no time.

Antes titular incontestável, o meia chegou a perder espaço, mas agora tem ido bem saindo do banco e já requer atenção para a sequência do Brasileiro, pelo qual o time tricolor enfrenta o Ceará às 21h30 desta quarta-feira (7), além das decisões na Copa do Brasil e Libertadores.

Na temporada de 2020, o jogador não só era presença certa na escalação inicial como também foi o artilheiro da equipe, com 20 gols. Ainda assim, Nenê conviveu com críticas dos torcedores, restritos à "arquibancada virtual" das redes sociais.

Já em 2021, além de colocar quatro bolas na rede, Nenê começou o ano como garçom, somando seis assistências. O sistema de jogo da equipe com Roger, entretanto, exige muito fisicamente dos jogadores, e o já veterano Nenê, aos 40 anos, tem variado entre a titularidade e a reserva.

Se não teve grandes atuações ao iniciar como titular nas últimas partidas, ele foi bem vindo do banco contra Junior (COL), Red Bull Bragantino e Flamengo. Em todos os jogos, o Fluminense não estava vencendo, e o camisa 77 participou ativamente de três gols marcados após sua entrada.

"O Nenê é sempre uma opção. Claro que, quando jogador entra depois que o jogo já está quente, perde ritmo, isso é a parte ruim do processo, mas ele com o tanque cheio, e os outros jogadores já com a energia reduzida, pode ter uma vantagem, tudo é possível. Ele entrou bem realmente nas duas vezes que saiu do banco. Agora depende muito do que a gente espera para cada partida", disse Roger após a vitória no clássico.

Para a posição de Nenê, o treinador ainda conta com Cazares, que não tem correspondido à altura quando começa jogando. Ainda longe de sua melhor forma, o equatoriano também tem funcionado melhor saindo do banco -deste modo, deu três assistências e empolgou na Libertadores. Já como titular, deixou a desejar.

Terceira opção na posição, Paulo Henrique Ganso tem jogado pouco, e apesar de contar com a simpatia da torcida, quase não tem acrescentado ao time.

Sem um titular definido e com seus meias instáveis, Roger já treinou alternativas com três homens de meio de campo. A reportagem apurou que, apesar das tentativas, o modelo ainda precisa de ajustes e, sem tempo em meio à maratona de jogos, fica restrito a situações no decorrer dos jogos.

Herói do Fla-Flu, André deve receber mais minutos, e se mantiver o nível, poderá virar um concorrente de peso aos meias, liberando Yago e Martinelli para jogar e pressionar mais a bola no campo de ataque, um problema recorrente do time tricolor nos últimos jogos.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (7)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC)
VAR: Braulio da Silva Machado (SC)
Transmissão: TV Globo e Premiere