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A CBF realizou mudanças na tabela do Campeonato Brasileiro nesta terça-feira (15). A entidade alterou datas e horários de jogos para evitar conflito com as partidas da seleção brasileira na Copa América.
Ao todo, 13 jogos foram alterados. As partidas contemplam a quarta, quinta, sexta e sétima rodada. Entre os motivos para as modificações também estão solicitações do Grupo Globo e TNT Sports, além da própria CBF.
A seleção brasileira terá mais três jogos na primeira fase da Copa América. O time comandado por Tite enfrenta o Peru, nesta quinta-feira (17), Colômbia (23) e Equador (27).

Veja as novas datas das partidas alteradas:
4ª rodada
Ceará x Bahia (Castelão) - 17/6, às 16h
Sport x Grêmio (Ilha do Retiro) - 17/6, às 19h

5ª rodada
Flamengo x Red Bull Bragantino (Maracanã) - 19/6, às 21h

6ª rodada
São Paulo x Cuiabá (Morumbi) - 23/6, às 19h
Red Bull Bragantino x Palmeiras (Nabi Abi Chedid) - 23/6, às 19h
Chapecoense x Internacional (Arena Condá) - 24/6, às 19h
Grêmio x Santos (Arena do Grêmio) - 24/6, às 21h30
Bahia x Athletico-PR (Pituaçu) - 24/6, às 21h30

7ª rodada
Palmeiras x Bahia (Allianz Parque) - 27/6, às 20h
Grêmio x Fortaleza (Arena do Grêmio) - 27/6 às, 20h
Athletico-PR x Chapecoense (Arena da Baixada) - 27/6, às 20h
Santos x Atlético-MG (Vila Belmiro) - 27/6, às 20h30
Ceará x São Paulo (Arena Castelão) - 27/6, às 20h30

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Afastado da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sob acusações de assédio moral e sexual, Rogério Caboclo teve novos áudios vazados nesta quarta-feira (9). As gravações são de 2018, de acordo com o site da ESPN, e mostram o dirigente se referindo ao presidente da Fifa e a funcionários da própria confederação nacional com palavrões.

As conversas teriam ocorrido em julho daquele ano, quando se organizava uma entrevista coletiva para tratar do VAR, o árbitro assistente de vídeo. Informado de que estariam no evento o responsável pela implantação da novidade, Sérgio Corrêa, o instrutor Manuel Serapião e o diretor de arbitragem, Coronel Marinho, Caboclo diz a assessores: "Treina esses filhos da p...".

A escolha lexical é a mesma quando o assunto passa a ser o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Depois de ouvir a respeito do modo como o cartola da entidade mundial vinha respondendo às críticas ao VAR, sempre ignorando eventuais falhas, Caboclo afirma: "Isso é um filho da p..., mas ele é bom por isso".

A relação, àquela altura, não era das melhores, e essa dificuldade ficaria mais clara nos anos seguintes. Já em 2021, em uma reunião no Qatar, o presidente da CBF chegou a se alterar em uma conversa com o mandatário da Fifa, que avisou em seguida a interlocutores: não pretendia rever o brasileiro tão cedo.

Já com Marco Polo del Nero, um de seus antecessores na presidência da CBF e ainda uma figura altamente influente, o tom adotado por Rogério Caboclo era diferente. Chamado de "presidente" por um assessor, Caboclo avisa que é outra pessoa que merece tal tratamento.

"Digamos que esse termo já tem dono. Você sabe que eu não gosto de que me chamem de presidente? 'Presi' é o MP", afirma o mandatário da CBF.

Afastado inicialmente por um mês de seu cargo na confederação, Caboclo afirma ser inocente. Ele afirma que retomará seu posto, embora a sua situação política seja bastante complicada.

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Em jogo de arbitragem bastante polêmica, o Vasco avançou para as oitavas de final da Copa do Brasil com um empate em 1 a 1 com o Boavista nesta quarta-feira (9), em São Januário.
A equipe do Boavista saiu na frente, ainda no primeiro tempo, com Michel Douglas. Já no início da segunda etapa, Gabriel Pec anotou o que seria o gol de empate do Vasco, foi quando teve início uma confusão na partida.

Os visitantes reclamaram de um toque de mão de Germán Cano no lance do gol. Nessa etapa do torneio, no entanto, não há auxílio do VAR (árbitro de vídeo) para rever irregularidades.

Mesmo assim, depois de quatro minutos de ter confirmado o gol, o árbitro José Mendonça voltou atrás e anulou o tento. A decisão gerou revolta dos vascaínos, que conseguiram o empate de fato pouco depois, em gol de Cano, aos 26 minutos.

O time de Marcelo Cabo havia vencido o jogo de ida da terceira fase da competição por 1 a 0, em Bacaxá (RJ), e por isso tinha a vantagem de atuar por uma igualdade no placar.

Agora o Vasco vira a chave novamente para a Série B e encara, neste sábado (12), o Brasil de Pelotas, no Rio Grande do Sul, pela terceira rodada. O time cruzmaltino ainda não venceu na competição. Já o Boavista foca agora na Série D, sua única competição na temporada até o fim do ano. O time da Região dos Lagos visitará, no domingo (13), o Santo André.

VASCO
Vanderlei, Léo Matos, Ernando, Ricardo Graça e Zeca; Michel (Romulo), Galarza (Bruno Gomes) e Sarrafiore (Marquinhos Gabriel); Léo Jabá (Figueiredo), Gabriel Pec (Morato) e Germán Cano. T. Marcelo Cabo

BOAVISTA
Ary (Kléver), Wisney (Caio Felipe), Gustavo Geladeira, Victor Pereira e Jean Victor; Douglas Pedroso, Jefferson Renan (Bull), Marion (Ralph), Michael Douglas; Ryan (Luis Felipe) e Marquinhos. T.: Leandrão

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Hora: 16h30 (horário de Brasília)
Árbitro: José Mendonça da Silva Júnior (PR)
Auxiliares: Victor Hugo Imazu e Jefferson Cleiton Piva (PR)
Cartões amarelos: Sarrafiore (VAS); Bull e Gustavo Geladeira (BOA)
Gols: Michael Douglas (BOA) aos 12'/1ºT; Germán Cano (VAS), aos 26'/2ºT

Carlos Petrocilo e Daniel E. de Castro (Folhapress)

Medalhista olímpico como jogador de vôlei em busca de repetir esse feito na posição de técnico, Renan Dal Zotto comemorou outras conquistas nas últimas semanas: acordar, sentar, andar com desenvoltura e comer gelatina estão entre elas.

Tarefas que seriam banais caso o treinador da seleção brasileira masculina não tivesse pegado Covid-19 em abril e desenvolvido uma forma gravíssima da doença. Ele ficou internado de 16 de abril a 21 de maio.

Renan, 60, conta em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo os momentos mais tensos que passou no hospital, por exemplo as vezes em que se viu morto, e comemora a evolução física desde que teve alta.

Após receber a segunda dose da vacina, nesta terça-feira (8), ele não vê a hora de voltar a trabalhar com os jogadores brasileiros, atualmente comandados pelo auxiliar Carlos Schwanke na disputa da Liga das Nações (VNL), na Itália.

A seleção voltará ao Brasil no fim de junho e embarcará no mês seguinte para os Jogos Olímpicos de Tóquio, com início marcado para 23 de julho.

Da doença à recuperação

Meu primeiro sintoma [da Covid-19] foi em Saquarema [no centro de treinamento da CBV], com febre, aí já fiquei isolado. Minha esposa, Annalisa, foi me buscar. Veio de Floripa de madrugada, alugou um carro, me pegou, e viemos para o Rio. Comecei a passar muito mal e fui para o hospital. Até ali, estava consciente. Lembro que no dia 17 [de abril] comecei a reclamar, dizendo que não estava confortável. Dia 18 foi a última mensagem que mandei para ela, dizendo que não aguentava mais, que ela falasse com os médicos, que se tivesse que intubar, então intubasse, mas eu queria acabar com aquela angústia, não suportava mais estar ali. Depois, não me lembro de mais nada.

Agora vou contar o que eu sei, não o que eu senti. A primeira grande decisão dos médicos, e agradeço muito a eles, era a amputação ou não da perna, porque deu uma trombose muito grande na altura da virilha da perna esquerda. Eles chegaram à conclusão de que eu não resistiria a essa cirurgia. Resolveram então abrir tudo, suturar, colocar telas e redes para segurar todas as outras tromboses que vieram a surgir no meio do caminho. Mas essa da virilha que foi a grande. Dia 19, fui operado, dia 25, fui extubado, até ali estava indo tudo indo bem, mas surgiu uma febre muito alta.

Dia 26, fui intubado novamente e descobriram que era uma bactéria extremamente forte [a causa da febre]. Baixava, aumentava, até que, dia 5, já estável, fiz a traqueostomia. Foi quando comecei a acordar, só que sem voz.

Sempre tive uma superprodução de cera no ouvido e, de três em três meses, vou no otorrino para limpar. Acordei sem escutar nada também. Talvez tenha havido uma superprodução. Quando acordei estavam meus dois filhos, Gianluca e Enzo, e minha esposa. Eu tentava dizer que não escutava nada, mas não conseguia falar. Comecei a soletrar, me deram o celular para escrever, mas eu não conseguia mexer os dedos, não tinha o menor movimento. Comecei [faz o movimento das sílabas com a boca]: o - tor - ri -no. Aí veio um e pá [resolveu o problema]. Caramba, estou escutando, já foi a primeira grande vitória [risos].

Volta dos movimentos

Colocaram um aparelho pra eu começar a falar, e começou o processo de recuperação física. Vinham os fisioterapeutas três vezes por dia, disseram que era muito importante conseguir sentar para depois levantar e caminhar. A primeira vez que tentei sentar, rodou tudo e deitei de novo. Começou uma dor muito forte na altura da costela. Eu falei: não vou conseguir, o ar não entrava. Tive que fazer uma intervenção bem dolorida, mas que mudou a minha vida, para tirar o ar que entrou na pleura [pneumotórax].

Em dois dias, estava zerado de dor. Consegui sentar, levantar e logo em seguida dar os primeiros passos. Foi uma vitória incrível. Mas, antes de eu fazer isso, chegou a passar na minha cabeça que eu nunca mais sairia da cama. Falava: 'Cara, não tenho condições físicas de sair, fiquei sequelado'. Não conseguia me mexer de um lado para o outro. Ficava chateado, tenso, chorava. Até me perguntavam: 'Você pensava na Olimpíada?'. Naquele momento, juro que não pensava em nada, só na minha família e que queria sair daquela cama.
Tinha medo de dormir, porque não sabia quanto tempo ficaria de novo apagado. Pedi que sempre houvesse alguém da família comigo. Em nenhum minuto fiquei sozinho e quase não dormia, eles sofreram nas minhas mãos.

Saí do hospital de cadeira de rodas e oxigênio. Comecei a fazer tratamento numa clínica com profissionais especializados em pós-Covid e recuperação cardiorrespiratória. Tem um teste em uma pista em que você tem que andar durante seis minutos. Andei 40 metros em seis minutos. Andei 20 e tive que sentar para buscar força. Aí vi, caramba, estou bem atrás
[risos].

Mas foi impressionante a melhora que começou a acontecer no dia a dia. Muita gente pergunta: 'Por que você sobreviveu e tantas pessoas morreram?'. Não vou saber dizer. Acho que um somatório de coisas: uma equipe médica extremamente competente, um pouco de sorte, minha condição física e meu modo de vida ajudaram também. Acredito demais que essa corrente de fé me trouxe de volta.

Hoje [terça, dia 8] fiz de novo esse exame de seis minutos e andei o máximo que dava ali, mil e poucos metros. Comecei a trotar, estou subindo escada, dirigindo carro, tomando banho em pé. Ainda preciso melhorar algumas coisas. Perdi mais de 20 kg, muito quadríceps, peitoral, braço. Isso quero readquirir, mas tenho tempo suficiente agora. Meu sonho é, que quando os garotos voltarem da VNL, eu esteja lá em Saquarema próximo do meu 100% para voltar às atividades.

Morto duas vezes

Acordei muito assustado porque, nesse período em que eu estava apagado, tinha a convicção de que tinha morrido. Pelo menos por dois momentos eu vivenciei isso. Falei com o Radamés Lattari [vice-presidente da CBV, intubado um pouco antes de Renan], e a primeira coisa que ele viu eu vi também: luzes diversas, pontinhos coloridos, uma coisa muito louca que confundia a cabeça. E de repente eu vi meu pai do meu lado, minha mãe, vi muito a minha avó [Maria Eva]. Eu tinha uma afinidade grande com ela. Estava jogando no exterior quando ela faleceu e não consegui chegar a tempo no enterro.

Aí vi uma matéria na televisão dizendo que eu tinha falecido, deixado esposa e dois filhos. Aquilo me impressionou e falei: estou morto. Acreditei naquilo. Mas ao mesmo tempo eu sentia minha esposa segurando minha mão o tempo todo. Depois vim a saber que, quando estava em coma, não mais na área de Covid, ela estava lá direto segurando minha mão, falando o tempo todo, colocando músicas que temos em comum.

Na outra vez, eu saí do meu corpo e me vi todo amarrado, sem conseguir me mexer. E tem explicação. Quando eu estava intubado, estava com os braços amarrados. Muito punk isso, né?

A partir do dia 8, começaram a ceder com os medicamentos e toda essa loucura começou a acabar na minha cabeça. Ficaram só as dificuldades físicas, de se recuperar, começar a comer. A primeira vez que o cara me deu gelatina na boca, pensei que estava comendo caviar. Falei: 'Meu Deus do céu, que coisa maravilhosa'. Disseram: 'Renan, tem que ser devagarzinho'. 'O quê? Vou matar esse pote aí, cara.'

Nunca na minha vida tinha ficado mais de 24 horas sem falar com a minha esposa. E, cara, fiquei quase um mês. Meus filhos tentavam levar uma vida normal, mas de uma hora para outra começavam a chorar. Dói muito mesmo não o que passei, mas o que fiz as pessoas que amo passarem.

Pensamento na Olimpíada

Quando vi que poderia ter alta, que estava melhorando, veio a questão da Olimpíada. Agora meu foco é aquilo ali. Vou melhorar, quero ficar bem porque tenho um grande compromisso. Mas o mais incrível é que, quando acordei, não tinha a mínima noção de que tinha passado um mês.

Não tiro isso [Olimpíada] da minha cabeça, estou assistindo à VNL, em contato diário com todos eles. E, hoje, virou um objetivo enorme, apesar de saber que temos várias seleções com condições de vitória, como Rússia, EUA, França, Itália, Polônia. A Argentina é extremamente perigosa, o Irã. A seleção do Japão é a melhor dos últimos 15 anos. Sei da pressão que é. Vamos chegar na melhor condição, dar o nosso máximo. O nosso grande sonho é uma medalha olímpica, de preferência de ouro.

No primeiro contato com o grupo [por vídeo], me aplaudiram. Comecei a falar com eles, o Bruninho até disse: "P..., está dando migué, poderia vir aqui". Foi muito bacana. Adoraria estar na Itália com eles, mas estou observando bastante porque vou ter quer tomar uma decisão importante [de cortes]. Só 12 vão à Olimpíada, infelizmente.

Olimpíada na pandemia

O mais importante é que não teremos contato com público algum, nem mesmo com familiares. Os protocolos na Vila Olímpica são extremantes rigorosos. Temos uma bateria incrível de testes para fazer até lá. Vai ser realizada de uma maneira brilhante por eles, porque o Japão, quando quer fazer uma competição bacana, é muito rigoroso. Claro que a gente fica atento, alguns jogam de máscara, alguns tiveram Covid, mas todos vão sair daqui vacinados com as duas doses.

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O técnico Tite anunciou os jogadores do Brasil convocados para a Copa América. O grupo da seleção para a competição é muito parecido com o que já estava reunido para as partidas contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Houve mudanças apenas na defesa. Lucas Veríssimo, do Benfica, e Rodrigo Caio, do Flamengo, que estavam integrados ao elenco, não vão participar do torneio continental. Quem ganhou espaço foi Felipe, do Atlético de Madrid, que não havia sido chamado para os compromissos anteriores.

O grupo verde-amarelo terá 24 jogadores. Tite poderia chamar até 28, de acordo com o regulamento estabelecido pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), mas o treinador considerou o número excessivo para uma competição de menos de um mês.

A manutenção de quase toda a delegação confirma que os atletas realmente se colocaram à disposição para jogar a Copa América. Houve uma ameça de boicote após a transferência do torneio para o Brasil, de última hora, em meio a mais um momento agudo da pandemia de Covid-19, mas ela acabou quando Rogério Caboclo foi afastado da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Incomodados com a falta de diálogo com Caboclo, os atletas diminuíram o tom das queixas consideravelmente no momento em que o dirigente foi retirado de seu cargo –inicialmente por um mês, para que se investiguem denúncias de assédio sexual. Ao término da vitória sobre o Paraguai, na última terça (8), divulgaram um manifesto tímido.

Eles se disseram contra a Copa América, mas afirmaram que não disputá-la não era o plano. Assim, entrarão em campo no próximo domingo (13), às 18h, contra a Venezuela. A estreia será no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
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Veja a lista de convocados:
Goleiros: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Weverton (Palmeiras);
Laterais: Emerson (Barcelona), Danilo (Juventus), Alex Sandro (Juventus) e Renan Lodi (Atlético de Madri);
Zagueiros: Militão (Real Madrid), Felipe (Benfica), Marquinhos (PSG) e Thiago Silva (Chelsea);
Meio-campistas: Casemiro (Real Madrid), Douglas Luiz (Aston Villa), Everton Ribeiro (Flamengo), Fabinho (Liverpool), Fred (Manchester United) e Lucas Paquetá (Lyon);
Atacantes: Everton Cebolinha (Benfica), Firmino (Liverpool), Gabigol (Flamengo), Gabriel Jesus (Manchester City), Neymar (PSG), Richarlison (Everton) e Vinicius Junior (Real Madrid).