Para turbinar as vendas e passar credibilidade para possíveis patrocinadores, os organizadores da Feira do Síndico cometeram um pecado mortal. Divulgaram na programação oficial a presença do Secretário Estadual de Segurança, o General Richard Nunes. Só que cometeram um erro: o de não enviar a carta convite à secretaria.

O cerimonial do General ficou irritado ao verificar que seu nome havia sido incluído na programação de um evento comercial, sem a autorização prévia.

O nome do secretário foi retirado na semana do evento, após as vendas já terem sido realizadas. Ou seja, a feira não contará com a autoridade maior da segurança, conforme que havia sido prometido no site e nas redes sociais.

Não se pode nem dizer que ele teve um outro compromisso na data, já que confirmaram sua presença antes mesmo de consultá-lo.

Questionado sobre o fato, Gal. Richard levou o ocorrido na esportiva: “já estou até me acostumando, pois isso já tem acontecido algumas vezes".

 

A região da Barra da Tijuca é bastante diversificada em várias atividades econômicas, culturais e gastronômicas. Desde o novo boom imobiliário, com empreendimentos se expandindo para Vargens e Jacarepaguá, novas via de transporte de massa (metrô e BRT) foram implementadas para facilitar a locomoção dos habitantes e dos visitantes. Entretanto, outra área ganha notório destaque nesta região: a educacional.

O número de colégios, universidades e centro educacionais vem crescendo consideravelmente ano a ano. Desde as construções dos primeiros condomínios (Nova Ipanema, Novo Leblon, Riviera Dei Fiori, Barramares) até os mais atuais (Cidade Jardim, Pedra de Itaúna), todos ele têm alguma instituição educacional próxima ou instalada dentro, não importando se ela é pública ou privada.

A gama de escolas é muito grande, algo que pode chegar a mais de 100, pois vai desde os colégios tradicionais, como o Marista São José, Santo Agostinho, aos outros voltados para o vestibular, como Ponto de Ensino, PH e Elite, passando pelos públicos Golda Meir, República da Colômbia e Vicente Jannuzzi. Isso faz com que os diferenciais ofertados sejam os atrativos para os pais, pois toda família deseja a melhor educação para seus filhos. Com isso, cresce a demanda de alunos e amplia as zonas de influência nas várias camadas socioeconômicas existentes.

Somando-se a isto, dados do Enem provam que as unidades situadas na Barra, Recreio e Jacarepaguá são as mais bem ranqueadas do Estado, se sobressaindo das demais. Ou seja, uma comprovação de que esta área da cidade está virando um verdadeiro polo educacional de primeira linha. E, principalmente, de educação de excelência, algo que muitas famílias querem e buscam para suas crianças e adolescentes.

Por conta desta dimensão na educação básica, as universidades também estão apostando na Barra. Recentemente, a universidade IBMR inaugurou uma unidade no bairro, ocupando o prédio que antes pertencia ao Colégio Anglo Americano, que concentrou suas atividades na unidade do Nova Ipanema. Além dela, a Ibmec construiu um novo polo, numa área que antes era considerável abandonada (perto do Condado de Cascais). Além delas, a PUC-Rio, Fundação Getúlio Vargas, Universidade Veiga de Almeida – que também possui colégio de mesmo nome – inauguraram unidades, pois perceberam que muitos de seus estudantes são oriundos daqui. 

Assim, o filho ou a filha pode muito bem iniciar seus estudos em creches/ educação infantil (outro segmento no qual é notório o aumento), passar pelo ensino fundamental e médio, fazer faculdade e concluir uma Pós Graduação ou MBA, num raio de aproximadamente 5 km de diâmetro. Isso desde a praia dos Amores (Joá) até a praia de Grumari. A enorme facilidade do deslocamento colabora com isso, já que muitas estações de BRT e linhas de ônibus têm pontos a poucos quilômetros dos locais de ensino.  

Percebe-se que a nossa região está cada vez mais sendo o grande centro nervoso do Rio de Janeiro. Além do aumento da hotelaria, das novas linhas de transporte, das novas vias expressas, agora é a crescente busca educacional que está tendo seu boom. Algo que comprova que Barra, Recreio, Jacarepaguá e Vargens consegue muito ter novas virtudes com as governanças municipais e estaduais, podendo muito bem pensar em respirar novos ares.  

 

Claudio Magnavita/Jornal da Barra

Estamos culpando os 31 vereadores que votaram a favor do aumento do IPTU. Votaram contra a população e a favor de um Projeto de Lei sem debate e a devida discussão. Culpa deles? Não. Eles fizeram aquilo que o fisiologismo político exige. Trocaram votos por cargos e outras benesses oferecidas pelo Executivo. A culpa é nossa. Como eleitores, terceirizamos a política. Boa parte de nós nem se lembra em que votou na última eleição municipal. Agora que doe no bolso, espernearmos. Tivemos a incapacidade de barrar o processo de votação e exigir um maior debate.

Criamos um limbo político que permite estes desmandos. Em Brasília é o mesmo. Na Câmara Federal, como na Câmara Municipal, o parlamentar age como quer. O IPTU serviu para exemplificar esta terra de ninguém. Vergonhoso. Mas algo aconteceu agora. As associações de moradores e empresariais estão se mobilizando. No próximo dia 21, teremos um movimento que reunirá 33 entendidas de moradores. O Prefeito Crivella esta conseguindo a proeza de criar uma unanimidade. Ninguém duvida da boa vontade do alcaide, mas existe um descompasso entre o que ele fala e o que ele faz.

A questão do IPTU é um abraço do afogado, que levará para o fundo do poço o executivo e parte do legislativo coaptado. O sentimento é de revolta e de revanche. As entidades possuem uma bandeira que é facilmente absorvida pelas suas bases e ela começa a ser usada. O Crivella que foi eleito não é o mesmo que governa. Quem o cerca hoje não é quem o trouxe a vitoria, mas quem esteve no lado dele nas derrotas que acumulou. Perdeu a sintonia que tinha. Não há mais liga com o eleitor. Na prévia do Rock in Rio, falando para a mídia, não usou a palavra turismo uma única vez. Falou como se pregasse em um púlpito religioso. Reencarnou no seu papel messiânico e abandou o discurso pragmático de gestor.

O jogo se divide agora em dois: de um lado, um prefeito com a base diminuída e 31 vereadores com suas bases em pé guerra. Do outro, um eleitor que assiste a cidade se degringolar, ficar cheia de ambulantes, com técnicos perdendo cargos para indicações políticas dos vereadores e uma máquina administrativa sem comando e entregue a Deus. O IPTU custará caro ao Prefeito e aos 31 legisladores que votaram sim pelo aumento, se expondo de forma nua e crua para toda cidade.