A cidade do Rio de Janeiro aplicará, até maio, a segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19 em pessoas com 60 anos ou mais de idade. Para receber a nova dose, é preciso ter sido imunizado com o primeiro reforço há pelo menos seis meses. As informações são da Agência Brasil.

A informação foi divulgada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em seu perfil no Twitter. Até agora, a cidade só estava vacinando pessoas com 80 anos, ou mais, e adultos com imunossupressão, que já tenham tomado o primeiro reforço há quatro meses.

O novo calendário prevê vacinar pessoas com 70 anos, ou mais, a partir da próxima quarta-feira (27), idosos com 65 anos, ou mais, a partir de 4 de maio e aqueles com 60 anos, ou mais, a partir de 11 de maio.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até o momento, tomaram a primeira dose de reforço 62,3% da população adulta da capital fluminense. Já receberam o segundo reforço 36,4% dos idosos com 80 anos ou mais foram imunizados.

Por: Raquel Lopes e Phillippe Watanabe

O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (7) o primeiro caso de Covid-19 provocado pela subvariante XE, híbrida de duas cepas da ômicron, a BA.1 e BA.2.

O caso foi notificado pelo Instituto Butantan à rede Cievs (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), que reúne o sistema de vigilância do país, na quarta-feira (6).

Trata-se de um homem de 39 anos, que mora na cidade de São Paulo. Ele está com o esquema vacinal completo e realizou tratamento domiciliar.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o homem teve somente sintomas leves. O diagnóstico foi confirmado em um exame PCR em 7 de março. "O homem permanece sob monitoramento das vigilâncias estadual e municipal de São Paulo", diz, em nota, a secretaria.

O primeiro caso detectado da subvariante XE foi em 19 de janeiro deste ano, no Reino Unido.

Segundo a plataforma internacional Gisaid, que reúne dados genômicos de diversos países, até o momento existem 473 casos no mundo, sendo três registrados na América do Norte e 470 na Europa.

"A pasta mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19 e reforça a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país", disse o Ministério da Saúde, em nota.

No Brasil, há casos da linhagem BA.2 da variante ômicron desde fevereiro deste ano. À medida que os vírus se transformam em novas variantes, às vezes eles se dividem ou se ramificam em sub-linhagens. A mais comum até o momento da variante ômicron é a linhagem BA.1.

No Brasil, o primeiro caso da variante ômicron foi anunciado em 30 de novembro do ano passado. Já a primeira morte foi confirmada no dia 6 de janeiro pela Secretaria de Saúde da cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiás.

O paciente, de 68 anos, era hipertenso e tinha doença pulmonar obstrutiva crônica. De acordo com a pasta, ele havia recebido três doses de vacina contra a Covid-19: duas no esquema primário e uma de reforço.

Por: Mônica Bergamo

A aplicação da dose de reforço da Coronavac em pessoas que já tinham sido vacinadas com o imunizante gera altas taxas de resposta imune contra a Covid-19, segundo aponta estudo realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP).

A pesquisa acompanhou, de setembro de 2021 ao fim de janeiro deste ano, 597 pacientes imunossuprimidos tratados na unidade de saúde -considerados mais vulneráveis à doença e foco da análise- e 199 pessoas de um grupo de controle (em geral profissionais de saúde sem imunossupressão).

Os resultados foram obtidos por meio de análise sorológica feita a partir da coleta de sangue dos participantes. Foi analisado principalmente a presença no organismo de anticorpos para a Covid do tipo IgG, que indicam memória imunológica contra a doença.

Segundo a pesquisa, em setembro do ano passado, seis meses após a aplicação da segunda dose da Coronavac, a taxa de IgG nos pacientes imunossuprimidos era de 60%. Um mês após a aplicação da terceira dose do imunizante, esse índice subiu para 93%. Nas pessoas do grupo de controle, o salto foi de 76,9% para 100% no mesmo período.

"Isso significa que com as primeiras doses da vacina [Coronavac], o indivíduo começa a criar uma resposta e desenvolver essa imunidade de memória, que é mais persistente. E aí num novo contato com o antígeno (a partir da terceira dose), ele vai recobrar essa memória que criou nas primeiras doses e produzir uma resposta mais elevada", explica a médica reumatologista do HC, Nádia Aikawa.

A pesquisa também acompanhou os pacientes até o final de janeiro, quatro meses após a aplicação da dose de reforço, e quando os casos de infecção pela variante ômicron estavam em ascensão em São Paulo.

Dentre os pacientes imunossuprimidos, 10% receberam diagnóstico positivo para a doença, sendo que dois deles precisaram de internação.

Não houve registro de mortes. No grupo de controle, o número de infectados pela Covid foi de 16%. "Foi um pouquinho maior neste grupo, mas precisamos levar em conta que eram profissionais de saúde, que estão normalmente mais expostos ao vírus", afirma a médica.

"Os resultados são bastante importantes, principalmente porque grande parte do estudo foi realizado em pacientes com imunossupressão, sabidamente um público que tem resposta diminuída para vacinas em geral. Os dados reforçam que a Coronavac é um excelente imunizante para a aplicação como dose de reforço, mesmo se as pessoas já tiverem tomado duas doses da vacina anteriormente", salienta ela.

O percentual de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela Covid-19 chegou ao menor patamar desde o início da pandemia: 50,7%. Os dados foram divulgados nesta quarta (6) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe.

Nos momentos mais críticos da emergência sanitária, em 2021, 96% dos casos virais de SRAG eram causados pela covid-19. A queda da participação da Covid nos casos de SRAG cede espaço ao vírus sincicial respiratório (VSR), que atingiu 29,7% do total de casos nesse período. As informações são da Agência Brasil.

Apesar da redução da participação da Covid entre os casos de SRAG viral, a doença ainda responde por 91,3% dos óbitos quando são contabilizados os casos da síndrome com testes laboratoriais positivos para vírus respiratórios nas últimas quatro semanas.

Se for considerado todo o ano de 2022, 56,7% dos 107 mil casos de SRAG registrados tiveram resultado laboratorial que confirmava a presença de algum vírus respiratório. Entre esses casos, 5,5% foram por Influenza A, 0,1% por Influenza B, 3,9% por VSR e 86,7% pelo Sars-CoV-2 (vírus causador da Covid) .

A incidência da SRAG em crianças manteve a tendência de alta, com sinal de ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro. O boletim explica que dados laboratoriais relacionam a alta ao VSR na faixa etária de até 4 anos. Já na população de 5 a 11 anos, houve interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios.

A Fiocruz mostra o aumento da incidência da SRAG infantil é a razão para que 11 das 27 unidades federativas apresentem sinal de crescimento da incidência da síndrome nas últimas seis semanas: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraiba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Já Rio Grande do Sul e São Paulo apresentam essa tendência apenas na análise das últimas três semanas.

A avaliação é de que a curva nacional de casos de SRAG mantém sinal de queda nas últimas seis semanas, mas apresenta tendência de estabilidade nas últimas três semanas, o que indica uma estabilização no patamar de 2,2 casos semanais por 100 mil habitantes.