Divorciados, mas morando juntos há dois meses devido à dificuldade financeira da vítima para cuidar da filha doente, ela conta que foi violentada pelo homem na sala de casa

 

 

Uma mulher de 46 anos denunciou ter sido vítima de estupro pelo próprio ex-marido, durante a madrugada de sexta-feira (6), no Recreio dos Bandeirantes. O ex-casal está divorciado há dois meses, entretanto ainda moram juntos devido às dificuldades financeiras da vítima para cuidar da filha doente. Ela contou que foi violentada pelo homem na sala de casa, enquanto os filhos adolescentes dormiam no quarto. O homem afirma que a relação foi consensual.

O caso foi registrado na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), onde a vítima prestou depoimento e passou por exame de corpo de delito.

Além do estupro, a mulher afirmou ter sido agredida fisicamente e verbalmente pelo homem – tanto antes do divórcio quanto recentemente. A própria separação foi justamente após um episódio de violência doméstica, em que ela recebeu uma medida protetiva contra o ex-marido.

Ao voltar a morar com o ex-marido por falta de condições financeiras, a vítima teria deixado bem claro que eles não estão mais juntos, mas que, ainda assim, ele já a agrediu fisicamente e verbalmente neste período, inclusive na presença de visitas.

Na madrugada da última sexta, a vítima então dormia com os filhos quando o ex-marido chegou em casa. Ela conta que não quis gritar para não acordar os filhos, com medo de que eles acordassem e fossem agredidos também.

“A luz do corredor estava acesa, e fica bem forte na porta do quarto. Levantei para pegar um copo d’água. Ele agarrou meu braço, eu achei que fosse falar alguma coisa, e me tacou no sofá. Em vez de reagir e 'enfiar porrada nele', eu fiquei com medo de as crianças ouvirem. Fiquei mandando ele parar, ele continuou e finalizou. Eu no sofá e as crianças podendo abrir a porta e ver”, relembra.

Entretanto, a mulher afirma que ainda assim, o filho caçula escutou o barulho, mas não soube do que se tratava.

De acordo com a vítima, dentro da delegacia, o homem ainda debochou que seria impossível tê-la estuprado pois teria disfunção erétil. A calcinha molhada com o que seria esperma do homem foi coletada pela polícia.

Testemunhas afirmam que o homem tem a religião como fanatismo e a utilizou para impedir a mulher de trabalhar ou falar com os familiares enquanto eles eram casados.

A 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) instaurou um inquérito para esclarecer o caso. Em nota, a Polícia Civil afirmou que a vítima prestou depoimento e que foi feito o corpo de delito, que "inicialmente, não foram constatados indícios de estupro, mas outros exames complementares serão realizados para a conclusão do laudo pericial".

A mulher também relatou que um dos filhos, de 16 anos, já foi agredido e sofreu transfobia. De acordo com a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), o adolescente filho do casal também prestou depoimento, mas "não relatou ter sido agredido pelo suspeito" e "disse também que não presenciou os fatos relativos ao suposto estupro".

Para a polícia, o homem alegou que houve relação consentida e por iniciativa da própria ex-mulher.