Ainda não há informação sobre o estado de saúde do homem

 

 

No início da noite desta segunda-feira (19), um homem caiu de um articulado do BRT, quando estava passando por um viaduto, em Curicica. Ainda não existem informações sobre o estado de saúde do passageiro.

De acordo com a Mobi-Rio, empresa responsável pela concessão do BRT, testemunhas afirmaram que o passageiro caiu ao forçar a porta do ônibus, em movimento, “para que pudesse viajar pendurado''. O motorista do veículo teria parado logo em seguida.  

Por volta das 19h40, a calha do BRT estava interditada no sentido Avenida Brasil. Agentes da prefeitura foram ao local. 

A Mobi-Rio enfatizou que “forçar a porta e destruir o equipamento é um ato de vandalismo”, que coloca em risco todos os passageiros do coletivo. A empresa afirma que a nova frota conta com mecanismos das portas reforçados e “protegidos contra esse tipo de vandalismo”.

Rodoviários relatam falta segurança em coletivos do BRT

Nesta terça-feira (20), a direção do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro comunicou que constantemente têm recebido reclamações de motoristas a respeito da falta de segurança dos veículos articulados da frota que faz serviço para o BRT. As informações são da jornalista Berenice Seara.

Essas reclamações ganharam força no mesmo dia em que o passageiro acabou caindo de um viaduto enquanto viajava “pendurado” na porta de um dos veículos da linha.

O presidente da organização, Sebastião José, conta que diversos motoristas do sindicato relataram que a falta de segurança acaba submetendo-os a condições de tensão com passageiros.

"Não adianta a prefeitura dizer que os ônibus só devem sair das plataformas com as portas fechadas. Não existe uma orientação de agentes nas plataformas organizando filas e orientando o número de passageiros em cada composição. Se o motorista não seguir viagem alegando que as portas estão abertas, ele é ameaçado e até agredido", disse o presidente.

Uma década de problemas

Inaugurado em 2012, durante a gestão anterior de Eduardo Paes, o sistema do BRT acumula um histórico de problemas. Desde o serviço precário oferecido diariamente à população até indícios de corrupção, que levaram o ex-secretário de Obras, Alexandre Pinto, a ser condenado após ter admitido o recebimento de propina de uma das empresas que participaram da implementação dos corredores exclusivos.

Dez anos depois do seu lançamento, o BRT, que veio com a promessa de melhorar a mobilidade na cidade, teve, em março, mais um capítulo emblemático da sua longa lista de crises. Cansados de lidar com a superlotação e a falta de ônibus, usuários do transporte fecharam as pistas na altura da estação Magarça, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, para protestar.

“É um descaso muito grande conosco, trabalhadores, que levantamos cedo da nossa casa para poder ir para o nosso trabalho. Centenas de pessoas estão aqui neste protesto porque não têm ônibus. É uma precariedade muito grande. Nós queremos trabalhar! Muitas pessoas aqui estão correndo o risco de perder seu emprego", reclamou uma passageira que não quis ser identificada, durante o protesto.

Uma outra usuária do transporte também aproveitou para desabafar: "Todo dia é BRT cheio, a gente sendo jogado para fora, soco nas costas. É só humilhação".

Em meio ao caos que o sistema BRT vive, o prefeito Eduardo Paes alegou que estaria sendo alvo de sabotagem. Ele já tinha levantado a suspeita de que os próprios empresários de ônibus estariam por trás da greve de motoristas ocorrida em março.

As acusações se deram depois que a prefeitura retirou das empresas de ônibus a gestão do BRT e a repassou para a empresa pública Mobi-Rio. Tais declarações foram repudiadas pelo grupo que representa os empresários de ônibus.

O fato é que, em meio a todo o caos, quem mais sofre é o passageiro. São ônibus com falha mecânica, ônibus que pega fogo, ônibus que precisa ser empurrado pelos passageiros, ônibus superlotado, ou até ônibus que não passa. No centro disso tudo fica o trabalhador, que é o usuário dos transportes e se sente abandonado.