Em períodos de crise soluções inovadoras e alternativas se fazem necessárias para atender aos novos cenários que se apresentam. 

Em períodos de crise soluções inovadoras e alternativas se fazem necessárias para atender aos novos cenários que se apresentam. Insistir ou perder oportunidades aguardando a retomada da normalidade pode significar perdas irreparáveis. Assim se desenha um novo desafio de manter as lagoas do Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá, vivas, até que a solução definitiva possa ser implementada.

Neste sentido recomenda-se iniciar pela garantia da manutenção da comunicação lagunar com o mar. Sem ela, as lagoas morrem em pouco tempo e tempo é o que mais precisamos neste momento de incertezas. A garantia das trocas hídricas entre a lagoa e o mar pode ser garantida pela extensão do guia corrente (quebramar) existente na Joatinga. Já que não existem recursos suficientes devemos começar pelo primeiro passo de uma longa jornada que é a abertura com o mar. Até porque de nada adiantaria dragar sem a garantia de que poderemos escoar para o mar o excesso de matéria orgânica produzida pela
cidade e que assoreiam as lagoas.

A extensão do guia corrente traz inúmeros benefícios para o meio ambiente. Primeiramente lança a descarga lagunar para locais mais distantes da praia. Em segundo plano e não menos importante, lança em profundidades maiores e o maior volume de água do mar facilita a dispersão das águas interiores. Finalmente, a maior diluição proporciona uma digestão mais rápida e eficaz tanto da matéria orgânica como de microrganismos patógenos. Como a cereja do bolo, temos ainda o enorme potencial de viabilização do transporte aquaviário e a possibilidade de qualificar o nosso turismo através da instalação de uma marina no espelho d'água protegido pela extensão do guia corrente.

Acredito que neste momento de dificuldades temos a responsabilidade e o dever de colaborar, oferecendo alternativas exequíveis ao poder público para que possam resgatar o legado olímpico comprometido durante a candidatura da cidade do Rio de Janeiro, como sede das Olimpíadas de 2016. Mais importante que isso, consideramos o compromisso pela qualidade de vida e a saúde da sociedade representada pela excelência de um meio ambiente equilibrado. Diga-se de passagem, cláusulas pétreas da constituição brasileira.

Não é mais possível continuarmos aguardando que outros tomem as iniciativas que resguardem o nosso bem estar. Trata-se de uma questão de sobrevivência da região da Baixada de Jacarepaguá com quase 1 milhão de habitantes e polo de expansão da cidade do Rio de Janeiro. Mais de 70% das competições olímpicas estarão sendo realizadas nesta região e portanto os olhos do mundo estarão focados nas condições urbanas e ambientais do entorno. Temos a responsabilidade de arrumar a nossa casa para receber os hóspedes internacionais.

Nós da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca temos o compromisso de reivindicar esforços do governo, dignos da sociedade que representamos, quanto ao início imediato do programa
de dragagem para o complexo lagunar. Temos também o dever de alertar aos moradores da região da urgência do tratamento lagunar sem o qual elas perecerão, sem chance de volta. Dentre as principais ações disponíveis e exequíveis estão o prolongamento do guia corrente e a dragagem já comprometidas e ainda não iniciadas.

Prof. Dr. David Zee
Vice-Presidente da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca