Matt Bettinelli-Olpin explora diferentes estilos cênicos, mas tropeça em clichês em seu novo filme de vampiros

 

 

Por: Lucas Costa

Abigail, o novo filme de Matt Bettinelli-Olpin, tenta oferecer algo inovador ao gênero do terror, mas falha ao entregar um desfecho clichê e previsível. Com Melissa Barrera como uma das protagonistas, o filme mistura sequestro, vampiros e sangue em uma narrativa que, apesar das boas intenções, se perde em lugares-comuns.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, conhecidos por seu trabalho em Pânico 6 e Casamento Sangrento, mais uma vez tentam navegar entre o terror e a comédia. O filme apresenta uma mistura convincente de estilos cênicos, com referências ao expressionismo alemão e ao terror psicológico, além de toques de gore e slasher. Os cineastas também prestam homenagem a suas produções anteriores, como se estivessem construindo um "universo cinematográfico".

O filme tenta compensar escolhas previsíveis na narrativa com uma técnica apurada, explorando cuidadosamente a construção dos personagens. A fotografia de Aaron Morton evoca uma atmosfera de suspense com uma paleta de cores amarronzadas e amareladas que conferem uma sensação de atemporalidade e anacronismo.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

O elenco é um ponto forte de Abigail. Alisha Weir brilha como a personagem-título, mostrando potencial para se tornar uma das grandes atrizes da nova geração. Melissa Barrera, por sua vez, mantém sua reputação como uma das scream queens da atualidade, trazendo camadas de complexidade a sua personagem, Joey.

Os destaques do elenco incluem também Dan Stevens como o corrupto policial Frank, uma de suas melhores atuações, e Giancarlo Esposito, cuja presença é significativa, mesmo com pouco tempo em cena. Kathryn Newton e Kevin Durand interpretam Sammy e Peter, respectivamente, trazendo momentos de comédia que suavizam o tom do filme.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Apesar dos erros ocasionais, Abigail é uma surpresa agradável que se mantém fiel à sua essência do início ao fim. Embora falhe em cumprir plenamente seu objetivo de misturar terror e comédia, o filme oferece uma experiência divertida com boas atuações e um espetáculo repleto de sangue e jumpscares.

No geral, é um filme agradável que pode agradar aos fãs de terror e comédia, mesmo que não alcance a excelência em nenhum dos dois gêneros. É uma boa opção para quem gostou de Sombra da Noite, com Johnny Depp como o vampiro Barnabas, já que ambos os filmes compartilham um tom semelhante.  No final das contas, é um filme que vale a pena ser visto novamente, especialmente para os fãs de terror e comédia.

Foto: Divulgação/Universal Pictures

Nota: 8,5/10