Entre a ascensão dos primatas e a queda da humanidade, qual será o nosso lugar?

 

 

Por: Lucas Costa

Desde sua estreia em 1968, a franquia "Planeta dos Macacos" cativou o público com sua visão distópica e provocativa da evolução e decadência da sociedade humana. Agora, sob a direção de Wes Ball, somos mais uma vez transportados para um mundo onde primatas inteligentes dominam, e os humanos lutam para sobreviver.

Foto: Divulgação / 20th Century Studios

A parte técnica deste novo capítulo da saga atinge novos patamares, especialmente na qualidade da animação CGI e na expressividade capturada nos movimentos dos macacos. Em minutos, somos envolvidos em um mundo onde a linha entre realidade e ficção se torna tênue, graças ao impressionante trabalho visual.

Os primatas, reminiscentes de suas contrapartes do filme clássico, são o ponto alto do filme. Embora o CGI dê vida às suas expressões, a normalidade com que os vemos falar pode parecer peculiar. No entanto, é fascinante testemunhar a complexidade das sociedades macacas e sua forma de comunicação.

Foto: Divulgação / 20th Century Studios

O filme também explora a (des)evolução dos humanos ao longo dos séculos de forma intrigante. A jornada de Mae, uma jovem remanescente da sociedade do século 21, ao lado de Noa, oferece uma perspectiva interessante sobre a humanidade em declínio. No entanto, a falta de desenvolvimento dos personagens humanos deixa a desejar em termos de conexão emocional.

A natureza, que tomou de volta às cidades, é apresentada de forma impressionante, tornando os ambientes urbanos acessíveis aos macacos. No entanto, a falta de carisma do vilão, Proximus César, compromete sua capacidade de se destacar como uma verdadeira ameaça, apesar do excelente desempenho do ator Kevin Durand.

Foto: Divulgação / 20th Century Studios

Embora a jornada de Noa seja o ponto focal do filme, a falta de clareza sobre os objetivos de Mae deixa uma lacuna na narrativa. Enquanto acompanhamos Noa em sua evolução, é difícil entender completamente o propósito de Mae e as consequências de suas ações.

"Planeta dos Macacos: O Reinado" é um filme denso e envolvente, mas seu ritmo irregular e indecisão quanto ao gênero deixam a desejar. Apesar de resgatar elementos do filme clássico, o tropeço na construção do vilão e a falta de desenvolvimento de certos aspectos da trama impedem que o filme atinja seu verdadeiro potencial.

Foto: Divulgação / 20th Century Studios

No final, somos deixados questionando nosso papel nesse futuro distante: estaremos ao lado dos humanos ou da sociedade primata?

Nota: 8,5/10