Por: Idiana Tomazelli e Mateus Vargas

O governo Jair Bolsonaro (PL) deve liberar quase R$ 500 milhões para ações em locais atingidos por desastres, segundo fontes do governo informaram à Folha de S.Paulo. A verba deve ser direcionada principalmente a Petrópolis, município devastado por fortes tempestades na última terça-feira (15), resultando em inundações, enxurradas e deslizamentos que levaram à morte de ao menos 120 pessoas.

O presidente Bolsonaro sobrevoa o município na região Serrana do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (18), depois de voltar de viagem à Rússia. O recurso deve ser liberado por meio de crédito extraordinário, instrumento previsto na Constituição para permitir o repasse rápido de verbas em situações de urgência e imprevisibilidade. O dinheiro será destinado a ações de defesa civil do Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, que acompanha Bolsonaro na viagem a Petrópolis. A verba vai contemplar diversas cidades, mas o foco principal será atender Petrópolis.

O crédito extraordinário constará em MP (medida provisória), garantindo a liberação imediata da verba. Esse tipo de crédito fica fora do alcance de regras fiscais que limitam as despesas, como é o caso do teto de gastos.

A MP deve ser publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União). Segundo integrantes do governo, o valor efetivo da liberação deve ficar próximo de R$ 480 milhões, mas os cálculos ainda estão sendo finalizados. Nos últimos dias, houve grande pressão de aliados do presidente para agilizar a edição do crédito extraordinário, sobretudo devido à proximidade do embarque de Bolsonaro para a cidade da região Serrana do Rio de Janeiro. Na quinta-feira (17), o MDR liberou R$ 2,33 milhões para Petrópolis.

Deste valor, R$ 1,67 milhão será utilizado na compra de cestas básicas, kits de higiene pessoal, colchões, materiais de limpeza, entre outros produtos. Já R$ 665 mil serão destinados à limpeza urbana e à desobstrução de canais.

No fim de dezembro, o presidente foi criticado por ficar de férias no litoral catarinense no momento em que a Bahia enfrentava forte crise gerada pelas chuvas. Além de aproveitar a praia, Bolsonaro visitou um parque de diversões. As cenas de momentos de folga constrangeram aliados do presidente. O governo liberou mais de R$ 200 milhões em dezembro para atender estados atingidos pela chuva, principalmente a Bahia. Posteriormente, mais recursos foram enviados aos estados para ajudar na reconstrução de estradas que ficaram destruídas pelas enchentes.

O governo federal reconheceu na quinta-feira (17) o estado de calamidade pública de Petrópolis. O Exército também atua na região com equipes, primeiros-socorros e maquinário para desobstrução de vias. A Caixa Econômica Federal liberou o saque calamidade do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a população do município. O valor máximo para a retirada é de R$ 6.220.

Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), continua alta a possibilidade de ocorrência de eventos hidrológicos na região serrana. Ao menos 120 pessoas, incluindo 13 menores de idade, morreram devido ao forte temporal que atingiu Petrópolis. A DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros) da Polícia Civil do Rio de Janeiro já registrou 116 desaparecimentos.

A prioridade na quinta-feira, além de localizar as vítimas, foi acelerar a identificação dos mortos, reconstruir a estrutura do município e garantir atendimento social aos moradores da cidade, destruída pelas inundações e deslizamentos.

As aulas estão suspensas para que as famílias possam ser atendidas por profissionais das secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação. O Governo do Rio de Janeiro informou ter determinado urgência no cadastro de moradores que solicitam o aluguel social.

Por: Júlia Barbon

A voz de Márcio Luis Ferreira dos Santos, 45, até falha quando ele lembra o momento em que pulou a cachoeira e correu de uma casa para outra junto da mulher e cinco de seus filhos. A sexta, Taylane de Souza dos Santos, ficou.

Ela e a prima Ana Clara da Fonseca, ambas de 13 anos, filmavam a enxurrada que jorrava no terreno de cinco casas da família em Petrópolis. Não imaginavam que duas delas seriam arrastadas pela mesma lama, que encontrou passagem ali no quintal quando uma barreira caiu e vedou o curso natural da cachoeira.

"Mamãe, cadê a Tatá? Morreu?", pergunta à mãe a irmã mais nova, de dois anos. Era extrovertida e alta como a avó, conta o pai autônomo, que por poucos segundos não foi junto. Ele está entre as dezenas de parentes que, desolados, buscam filhos, irmãos, mães e primos em frente ao posto regional do IML (Instituto Médico Legal) de Petrópolis nesta quinta (17).

Assim como Tayane e Ana Clara, mulheres são a maioria das ao menos 110 vítimas do temporal que arrasou a cidade na Região Serrana do Rio de Janeiro na última terça (15). Até o fim da manhã, 101 haviam sido levadas para identificação: 65 mulheres e 36 homens –entre esses, 13 menores de idade.

Os nomes de cada um vão sendo anunciados a cada meia hora por uma funcionária da Sala Lilás, antes destinada a receber denúncias de violência contra a mulher na cidade. Um punhado de gente corre para a porta da unidade a cada vez que a mulher aparece.

É um processo que tem que ser feito com lisura, ela diz já rouca, portanto exige tempo apesar da dor das famílias. Ela afirma que há espaço dentro da sala se alguém precisar descansar ou passar mal debaixo do sol, que já começa a ser encoberto pelas nuvens anunciando mais chuva forte pela tarde.

Não é possível, grita um homem já quase urrando pela dor ao ouvir um dos nomes. Outra família chega e se abraça, pedindo privacidade a um fotógrafo que registrava o momento. Um terceiro homem briga ao ouvir um repórter falando para as câmeras sobre a atuação dos bombeiros. Quem tirou os corpos foram os moradores, critica.

Nem todos tiveram resposta ainda. A irmã de Maria das Graças Tomaz Coelho Vaz, 50, que não quis se identificar, esperava por notícias havia uma hora. Ela está desaparecida desde aquela tarde, quando foi ao dentista sozinha em Alto da Serra, umas das regiões mais atingidas pelas chuvas. Deixou uma filha de 24 anos.

Daniela da Silva Viana é outra das mulheres ainda não encontradas. Aos 30 anos, voltava do trabalho no supermercado quando a água começou a subir pelo degrau do ônibus. Avisou a mãe que a corrente já balançava o veículo para o lado do rio, mandando em seguida uma foto da porta. Estava com medo. Ficaram esperando ela voltar, mas não voltou.

No dia seguinte, surgiu o vídeo do mesmo ônibus sendo arrastado junto a um segundo, enquanto passageiros tentavam escalar as janelas. A gravação que ela postou nas redes sociais lá de dentro já sumiu, depois de 24 horas. O telefone chama, chama, mas ninguém atende.

O pai só soube "quando o dia já estava brotando", diz o pedreiro José Viana, 59. Procuraram em tudo quanto é unidade de saúde e deixaram o IML por último, onde ainda não conseguiram notícias. A mãe, Tânia Maria da Silva, 59, já avisou a perícia que ela usa aparelho e tem tatuagens. "Eu sinceramente já tô certa", fala a uma amiga no telefone.

Bem em frente ao ponto onde os ônibus tombaram estava a casa de João Carlos Castro de Oliveira, 55. Ele também conversava com a família naquela tarde, mas preocupado com os cinco irmãos, afinal sua casa ficava no centro da cidade e não tinha risco de cair. Só que caiu.

A última mensagem antes da tromba d'água descer foi às 18h08, dizendo para tomarem cuidado, conta uma das irmãs, que também não quis se identificar. Foi sozinho, porque a esposa estava no trabalho.

A poucos metros dali, o mecânico Emídio Júlio Vicente, 43, esperava para reconhecer o corpo da mãe, Maria de Fátima dos Anjos Vicente, 64.

"Ver se tem pelo menos enterro digno", espera. Ela estava em casa, em cima do Morro da Oficina, onde o maior deslizamento da cidade levou cerca de 80 casas.

Foram cinco ou seis pessoas de uma vez, ele conta: ela, o esposo, a sogra dela e três crianças. "Ali é uma lage de pedra, escorregou e desceu tudo. Já tinha caído outras coisas antes, mas coisas pequenas. Rolado pedra, barreirinha pequena, não imaginava que ia descer aquela coisa enorme."

Emídio diz que a sirene toca com frequência no morro. "Tocar até toca, mas até as pessoas saírem... Uns saem, outros não, uns não têm nem para onde ir", lamenta.

Por: Tatiana Campbell

Há 50 anos, um temporal em Petrópolis fez desabar a casa onde morava Cecília Eler, 55, matando a mulher na hora. A tragédia, que marcou a família, se repetiu nesta semana, quando a administradora Cecília Fioresi, 40, neta da matriarca e que foi batizada em sua homenagem, morreu soterrada após forte chuva que atingiu a cidade na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Eram 20h da última terça-feira (15) quando o comerciante Alexandro de Araújo Dutra, 47, recebeu um telefonema de uma mulher procurando por Cecília, sua ex-mulher. A chuva caía desde as 16h em Petrópolis e a administradora ainda estava no trabalho –uma clínica médica que fica na rua Teresa, uma das ruas mais conhecidas do município. O prédio onde Cecília estava foi atingido por um deslizamento e desabou.

"Estávamos separados só no papel, porque éramos muito amigos. Eu fui o primeiro a chegar no local. A gente ainda teve um suspiro de esperança, porque, por volta das 23h, funcionários da clínica disseram que chamaram ela e ela respondeu dizendo que estava com a perna presa e pediu por ajuda, mas não deu tempo", disse.

Cecília estava no novo emprego havia apenas 23 dias. A irmã da administradora, Camila Fioresi, 37, veio de Brasília quando soube do ocorrido.

"A minha vontade hoje é tirar toda a minha família daqui. Cada chuva, cada relâmpago, o medo bate. Parece que o mundo vai acabar. Isso daqui não é vida", disse a servidora pública aos prantos.

Mãe de um menino de 6 anos, Cecília, que completaria 41 anos no dia 27 de março, estava feliz no novo emprego. "Era uma mulher maravilhosa, supermãe, excelente dona de casa, uma excelente mulher. Ela saiu para trabalhar às 7h, e, quando foi por volta das 20h, recebemos a ligação. Eu perdi o amor da minha vida", lamentou Alessandro, que foi consolado pela ex-cunhada.

A irmã de Cecília disse que a mãe, que completa 72 anos na próxima segunda (21), estava com o filho da mulher no momento em que soube da notícia. "Eu quero tirar minha mãe daqui. Ela perdeu a mãe e agora a filha, da mesma forma. Isso não é justo."

Por: Marianna Holanda

O Exército, por meio do Comando Conjunto Leste, passou a atuar na tragédia de Petrópolis (RJ), para ajudar as vítimas da tragédia causada pelas enchentes no município.

De acordo com a instituição, o apoio começou a partir de quarta-feira (16), com emprego de tropas, viaturas e equipamentos. Serão disponibilizados, por exemplo, ambulâncias e equipes de primeiros-socorros, além de maquinário para desobstrução de vias.

O município na região serrana do Rio de Janeiro foi atingido por fortes tempestades na última terça-feira (15), resultando inundações, enxurradas e deslizamentos que levaram à morte ao menos 104 pessoas.

"De imediato, por meio do 32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha (32º BIL Mth), sediado na região, foram disponibilizadas viaturas 5 Ton (caminhões), ambulâncias e equipes de primeiros socorros, estando a unidade militar em condições de ampliar o apoio, assim como auxiliar desabrigados em uma escola dentro da sua área, em estreita coordenação com a Defesa Civil Estadual", diz o comando em nota.

Além disso, o texto também afirma que as tropas da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, sediada em Juiz de Fora (MG), também foram acionadas.

O Ministério da Defesa publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira portaria que determina emprego temporário das Forças Armadas em ações de apoio à Defesa Civil na região.

O ministro Walter Braga Netto está em missão oficial à Europa, acompanhando o presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, a portaria foi assinada pelo substituto, general Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército.

Entre outras coisas, a portaria define que o Exército deve empregar "os recursos operacionais necessários para atuar em apoio à Defesa Civil, em coordenação com os órgãos municipais, estaduais e federais, a fim de contribuir para a mitigação dos efeitos das chuvas na região".

Até a tarde de quarta, a Defesa Civil Municipal contabilizou 325 ocorrências: 269 deslizamentos de terra e 56 desabamentos e quedas de muro e árvores. As equipes ainda trabalham nos resgates, pois há grande dificuldade de acesso em alguns locais.

O Ministério da Saúde disse, em nota, que enviou 500 kg de medicamentos para auxílio de vítimas das chuvas. Além de equipes para fortalecer os atendimentos. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve na cidade nesta quinta-feira (17).

"[Estamos aqui] para nos comprometermos em trazer apoio aqueles que precisam de assistência em saúde. O Ministério da Saúde já enviou equipes da vigilância em saúde, da Força Nacional e da atenção primária para oferecer suporte necessário para aqueles que estão desabrigados e desalojados. Nós sabemos que numa situação como essa os problemas de saúde vêm, diarreias agudas, muitos problemas", disse em um vídeo publicado nas redes sociais.

Jair Bolsonaro chegará no Brasil na sexta-feira (18) e deve seguir direto para Petrópolis, onde sobrevoará a região.

O chefe do Executivo, cujo domicílio eleitoral é no estado, afirmou ter feito "várias ligações" para os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Paulo Guedes (Economia) para que prestassem auxílio imediato às vítimas, e ao governador Cláudio Castro (PL).

"De Moscou tomei conhecimento sobre a tragédia que se abateu em Petrópolis/RJ", disse. "Bem como conversei com o @DefesaGovBr , General Braga Neto, que me acompanha na Rússia", afirmou no Twitter.

O mandatário viajou para o país europeu na noite de segunda-feira (14), para encontro que aconteceu nesta manhã com Vladimir Putin.

"Retorno na próxima sexta-feira e, mesmo distante, continuamos empenhados em ajudar ao próximo", concluiu. Horas mais tarde, em Moscou, ele reafirmou: "Lamentamos as dezenas de mortos. Vamos falar sobre a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, no caso dos afetados) e de verbas para obras de recuperação".

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou uma série de medidas para ajudar moradores, comerciantes e empresários de Petrópolis, na região serrana do Rio. A cidade foi atingida na terça-feira (15) por um forte temporal, que provocou alagamentos, inundações e deslizamentos.

A primeira medida é estender o prazo para pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do IPVA. A medida foi pensada "para que as pessoas possam ter um respiro".

Além disso, o governador explicou que encaminhou um projeto para a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) para abertura de uma linha de crédito de R$ 200 milhões para apoiar todos os empresários de Petrópolis.

Segundo explicou, o empréstimo terá juro zero e carência de ate 12 meses para pagamento, em linhas que vão de R$ 5 mil a R$ 50 mil e de R$ 50 mil a R$ 500 mil.

"Começa amanhã o cadastro. Teremos dois pontos, aqui no CDL e lá no Quitandinha, para que os empresários possam fazer seu cadastro.

A intenção é que isso possa sair já na semana que vem. para que a gente possa, até o fim da próxima semana, ajudar a vida do empresário, do lojista", disse, em coletiva de imprensa na tarde desta quinta (17).

O governador defendeu que essa linha de credito seja "super facilitada, sem aquele monte de burocracias" e garantiu que mais de 90% das "dificuldades" já foram derrubadas.

Quase dois dias após o temporal que devastou Petrópolis, as vítimas das enchentes e deslizamentos começam a ser identificadas.

Segundo as autoridades, choveu em apenas seis horas (260 mm) o equivalente aos últimos 30 dias (272 mm). A Defesa Civil enviou à população de Petrópolis mensagens dizendo que ainda há previsão de chuva forte na tarde e na noite desta quinta (17). O órgão orienta que a população fique atenta aos informes e que, em caso de emergência, ligue para o número 199.

A Polícia Civil diz que há 101 corpos no IML (Instituto Médico Legal) de Petrópolis, sendo que 33 foram identificados até o momento.

No total de pessoas mortas, 65 são mulheres, 36, homens, e 13, menores de idade. Alguns corpos estão sendo armazenados em um caminhão frigorífico instalado no PRPTC (Posto Regional de Polícia Técnica Científica), no bairro Corrêas.

Os corpos de pelo menos 11 pessoas foram liberados para sepultamento. São eles os de Evelyn Luiza Netto da Silva, 11, Pablo Nunes Carvalho, Fábio Aniceto da Costa, Yasmin Eliseu Alves, Zilmar Batista Ramos, João Carlos de Melo Montes, Maria Clara Martins de Castro Souza, Heloise Listenberg Rodrigues, 2, Gustavo Listenberg Rodrigues, 5, Debora Listenberg Moreira, 22, e Eva Afonso da Silva.
Nem todos tiveram a idade divulgada.

A Delegacia de Descoberta de Paradeiros também atua na cidade para atender quem buscam informações sobre desaparecidos. A Polícia Civil diz que há pelo menos 134 registros de desaparecimentos em razão das chuvas.

Na noite de quarta-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro cadastrou 35 pessoas desaparecidas no Plid/MPRJ (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos). O órgão diz ainda que informações sobre desaparecidos são recebidas pelo telefone (21) 2262-1049 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Até o fim da manhã desta quinta (17), a Defesa

Civil contabilizou 399 ocorrências em Petrópolis, das 323 por deslizamentos. ​Além disso, 705 pessoas precisaram ser encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados em escolas da rede pública. As aulas estão suspensas para que as famílias possam ser atendidas por profissionais das secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação.

Na madrugada desta quinta-feira, agentes da Defesa Civil em conjunto com o Corpo de Bombeiros retiraram dois corpos no Caxambu. Eles regataram também outras seis vítimas, que foram retiradas dos escombros na rua Santa Teresa.

O governo do estado informou na quarta-feira (16) que 24 pessoas foram salvas com vida e que um hospital de campanha com dez leitos foi montado para oferecer os primeiros atendimentos.

Petrópolis tem 234 locais considerados de risco alto ou muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações, o que equivale a 18% do território e a aproximadamente 12 mil moradias, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) de 2018.

As regiões do primeiro distrito foram as mais afetadas, sendo as ocorrências mais graves registradas nos locais Morro da Oficina, 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, rua Uruguai, rua Washington Luiz, Coronel Veiga, Vila Militar, Vila Felipe, avenida Portugal e rua Honorato Pereira.

Moradora da Vila Felipe, Elenir de Souza diz que o bairro foi destruído pela força das águas. "Foi uma luta muito grande para eu construir minha casa e perder tudo assim tão de repente, é muito doloroso. É uma tragédia. O meu bairro acabou", diz ela, que conseguiu sair de casa apenas com roupa do corpo. "Só saí com documento de casa e mais nada. Nós chegamos ao abrigo completamente enlameadas."