Fluminense aposta na ajuda de torcedores para melhorar cada vez mais sua  casa aqui na Barra

Inaugurado em julho de 2016, o Centro de Treinamento Pedro Antonio (nome do sócio e torcedor que ajudou a financiar as obras) representa uma nova fase para a história centenária do Fluminense. O terreno, que fica na Barra da Tijuca, bem próximo à Cidade de Deus, foi cedido ao clube pela Prefeitura após uma permuta, em troca de algumas obrigações de melhorias na região. A principal delas é a construção de uma rua que ligará o CT até a Av. Ayrton Senna, passando pela Escola Sesc.

A drástica mudança na paisagem da região, além de melhorar o acesso dos funcionários ao CT (atualmente bem complicado), também ficará de legado para a população. A nova via deve ficar pronta até o final do ano, como explica Gustavo Donati, vice-presidente de patrimônio: “hoje o acesso é ruim. Será uma rua parecida com o que temos no Centro Metropolitano”, explica o dirigente, que ainda depende de algumas aprovações burocráticas para terminar a obra do acesso.

A questão financeira é outro fator que impede o CT ficar 100% pronto. Por isso, o Fluminense resolveu priorizar a parte essencial para os atletas: “tudo que o jogador precisa, menos refeitório e dormitório, está pronto. A meta é fazer o refeitório até o final do ano. Academia, vestiário, fisiologia, terapia, centro médico estão concluídos. Assim como os dois campos, mas ainda falta um, que pretendemos finalizar até o final do ano”, explica Donati.

Para montar essa estrutura, Donati, que é engenheiro civil de formação, visitou Centros de Treinamento de vários clubes do país: “eu dei uma rodada por nove centros pelo Brasil, e são todos dessa forma, com o futebol sendo separado da parte social e olímpica. Dei uma rodada boa para pegar o know how, assim como recebemos visitas aqui também, nessas horas não tem rival”, diz Donati, ressaltando a importância de um local com tranquilidade para os atletas treinarem, o que não acontecia nas Laranjeiras, cede administrativa e social do clube, em que os jogadores costumavam treinar observados por sócios e torcedores organizados.

Além da privacidade para os atletas, o local também agrada pela localização, já que a maioria dos atletas mora pela região. Por outro lado, o CT é vizinho de uma das comunidades mais violentas do Rio de Janeiro: a Cidade de Deus Alguns treinos, inclusive, já chegaram a ser interrompidos por conta de tiros. No entanto, Donati explica que a convivência é tranquila, e que o clube realiza ações sociais no local: “fizemos uma programação com os moradores no Dia das Crianças e também no Natal. Temos boa relação com a associação de moradores e com a UPP de lá”.

Dessa forma, visando uma estrutura melhor, mas sem fechar os olhos para o entorno, o próximo passo do Fluminense é melhorar as instalações de acomodação para os jogadores, pois eles ainda se concentram em um hotel. No futuro, terão uma hotelaria à disposição no próprio Centro. Por isso, o clube fechou uma parceria, sem custos, com os escritórios de arquitetura Bassan Arquitetura e Flavio Hermolin Arquitetura e Interiores, que pertencem a dois sócios apaixonados pelo Tricolor. Se não “nada em dinheiro”, como admite Donati, o clube trilha o caminho para o sucesso com a ajuda da torcida “Tricolor de coração”.