Desde as primeiras braçadas, na infância, no Jequiá Tênis Clube, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, Eduardo Martiniano vem colecionando desafios e conquistas na natação.

Em agosto de 2021, o jovem nadador, de 20 anos, por exemplo, trocou o calor da capital fluminense pelo frio da cidade americana de Emmetsburg, no estado de Iowa.

"A principal diferença, sem dúvida alguma, é a temperatura, já tive que acordar às 4 da manhã para treinar com sensação térmica de -40°C. Meu campus é em uma cidade bem pequena, se for comparar com o Rio, aqui é quase um retiro espiritual. A semelhança é bem simples, em todo lugar pessoas são pessoas, o que muda é o mecanismo de comunicação. Fui muito bem recebido por todos daqui e isso me fez sentir como se estivesse em casa", conta o brasileiro, que cursa Business no Iowa Lakes Community College.

Fã do multicampeão César Cielo, Eduardo colecionou, no Brasil, medalhas de ouro em competições como o Troféu Chico Piscina (campeonato internacional Infantil e Juvenil), Jogos Escolares Brasileiros e Campeonatos Nacionais. Entre os pódios nacionais, Martiniano guarda com carinho a ocasião na qual quebrou o recorde brasileiro dos 100m livre.

Fora das piscinas, o jovem estudante também conquistou a medalha de bronze em uma das principais Olimpíadas de Matemática do Brasil.
Mas como surgiu a vontade de estudar no exterior?

"Sempre tive vontade de usar o esporte como uma ferramenta para alavancar os meus estudos. Sempre tive contato com amigos do esporte que vieram para cá e esse se tornou o meu objetivo. Tudo começou quando eu enviei e-mails para os técnicos de natação das faculdades que me interessavam e assim as oportunidades foram surgindo.

Gratidão ao CEL

Antes de embarcar para os EUA, Eduardo foi aluno do CEL Intercultural School, no Rio de Janeiro, de 2016 a 2018:

"O CEL me ajudou a conciliar o esporte, os estudos e minha vida pessoal durante o Ensino Médio. Eu estava passando por problemas pessoas na época e sempre tive o apoio dos professores e coordenadores das unidades em que estudei (Maria Angélica, no Jardim Botánico, e Barra da Tijuca). Posso dizer, com tranquilidade, que é um dos poucos lugares que conseguiria lidar com a situação tão bem".

Domínio do Inglês

A experiência vivida no colégio carioca tem ajudado na adaptação à nova realidade em solo americano.

"Como eu moro no campus, e o esporte é muito bem difundido na cultura americana, conciliar os estudos e treinos/competições não é um problema. Assim como no CEL, os professores entendem que os atletas muitas vezes precisam se ausentar por conta de competições e normalmente estão mais cansados no dia a dia".

O domínio do Inglês também foi um aliado de Eduardo antes de desembarcar no novo país.

"Eu já tinha uma base forte de Inglês e isso ajudou muito na transição para estudar aqui. Além do mais, muitas das coisas no começo da faculdade que vemos aqui é dada no Ensino Médio no Brasil. Quanto aos treinos, eu tenho um técnico muito bom que sabe trabalhar com as particularidades de cada atleta, então foi uma transição bem fluida".

E qual seu maior sonho como atleta?

"Tenho metas individuais de tempos nas minhas provas principais, mas, mais do que isso, meu sonho como atleta é poder olhar para trás no futuro e ter a certeza de que eu dei o melhor de mim, além de ter feito boas amizades e ter tido ensinamentos valiosos que acompanham o esporte".

Um exemplo para quem pretende seguir o caminho dos estudos e esporte no exterior.