Empresa da Barra, Matrix faz sucesso com exportação e importação

Por Marcelo Perillier

A pandemia pode ter derrubado muitos mercados e empresas, mas aquelas que souberam surfar nas ondas provocadas pelo maremoto do coronavírus, acompanhando o vai e vem das marés, conseguiram passar com menos dificuldade na crise. Uma delas foi a Matrix Intercom, especializada em importação e exportação de roupas e utensílios para o lar, dos empresários Leandro e Leonardo Martins de Almeida, que está há 22 anos neste mercado.

Enquanto muitos estavam sofrendo, os dois, que são irmãos gêmeos, conseguiram amenizar as perdas. Claro que tiveram que rebolar um pouco para a empresa não ter um faturamento baixo em 2020, como revela Leandro: “Parou abril e maio. Junho, julho e agosto eu vendi todo o meu estoque. O meu mercado está bom, porque ninguém tem produto e o que tem, vende”, disse.

Leandro, porém, faz uma ressalva a esse processo: “Está faltando matéria prima em todos os segmentos no Brasil. Isso vai dar uma rebordose que daqui a dois ou três meses e ninguém estará preparado para isso. Estamos esperando a vacina para continuar com viagens e negociações, pois o mundo parou”.

Leandro pode está há muito tempo no mercado, mas a Matrix ainda é jovem no meio. Mesmo fundada em outubro de 2009, a empresa tem um bom trâmite no setor, que é bem competitivo, como explica o empresário: “É um mercado bem ativo. As vezes, quando saio do Paraguai, tenho que esperar mil carretas de grãos e alimentos desembocar para os meus produtos chegarem aqui”.

Além do vizinho sul-americano, a Matrix também compra produtos da China, porém, com uma grande diferença, como revela o CEO da Matrix: “Para trazer produtos mais simples, Paraguai serve, mas, para os mais sofisticados, que exigem uma mão de obra mais elaborada ou mesmo industrial, aí é a China. Tanto que por aqui em compro produtos de cama, mesa e banho, que não exigem tanto acabamento. Com os chineses, roupas íntimas”.

Com o dólar alto, Leandro não consegue fazer tanta mágica assim. Por isso, vai na onda do mercado e compra as novidades para manter um faturamento elevado: “Com o dólar alto, eu não posso trazer um produto que o cliente paga R$ 3 e negociar por R$ 5, pois ele não consegue vender na loja. Agora, se eu mudar o produto e vir com um diferente, ele paga os R$ 5. Minha margem de lucro é pequena. Eu ganho no volume.”, explica.

Moda nesta pandemia, o e-commerce ainda está em um mundo distante para a Matrix, pelo estilo de mercado da empresa: “Eu vendo para pessoas que trabalham com e-commerce, mas eu não consegui me adaptar a isso porque não vendo varejo. Eu vendo pela quantidade. A venda on-line hoje é o futuro, mas eu ainda não penso, porque minha estratégia comercial é vender o fardo, a carreta. Meu mercado é popular, como a 25 de março e Brás. Meus principais clientes são as classes C, D e E, que correspondem a população do auxílio emergencial”, disse Leandro.

Além dele, a empresa também é gerida pelo irmão gêmeo Leonardo, algo que é bom por um lado e ruim por outro: “Nós somos muito colados, mas têm os pós e contras. Acaba que acostuma, pois estamos a 30 anos juntos, então, você acaba respeitando o espaço de cada um e levando a rotina. Ele cuida do financeiro e eu do comercial e compras”, finaliza.