O carioca é um dos responsáveis por já ter agitado a pista da boate Up Turn, na Barra da Tijuca, e contou sobre a recente turnê internacional

 

 

O DJ Caíque Meirelles é uma das pessoas que mais trabalha, e ninguém pode negar ou discordar disso. O ex-participante do Rio Shore, acaba de retornar das suas férias em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde aproveitou para fazer uma pequena turnê nas pistas internacionais. Caíque, que por diversas vezes agitou a Barra da Tijuca, tocando na boate Up Turn, falou sobre esse privilégio que muitos não alcançam em suas carreiras, em um bate papo descontraído com o Jornal da Barra.

Caíque contou que a princípio, sua viagem tinha um único intuito: tirar suas merecidas férias, depois de mais de 1 ano de trabalho ininterrupto.

 

“No primeiro momento, foi só pra tirar férias. Eu ia só pra tirar férias e aí calhou de tocar, foi uma oportunidade muito bacana. Ano passado foi um ano muito corrido pra mim. E aí, eu falei assim: ‘não, eu preciso tirar um tempo pra mim, eu preciso respirar, eu preciso… só respirar novos ares mesmo’”, disse ele.

Entretanto, o DJ que é viciado em trabalho, começou a procurar lugares para possivelmente tocar lá fora: “Foi quando me veio à cabeça assim meses antes de viajar, tipo dois meses antes de viajar, me perguntei ‘por que não tocar, né?’, e aí eu comecei a fazer uma pesquisa de mercado lá por Nova Iorque e tal, e nisso eu encontrei umas festas brasileiras, me ofereci, mandei todo o meu material, fiz material novo pra me oferecer pra essas festas, esses rolês e aí foi através deste network mesmo, nesse contato que eu fiz eu consegui um lugar pra tocar. Desse um lugar, um comentou pro outro, aí um mandou meu trabalho pro outro, e aí me chamaram, e quando fui de fato para Nova Iorque, já estava com dois lugares fechados”, contou Caíque.

Assim que chegou em Nova Iorque, Caíque já recebeu um convite para tocar em outro lugar.

“E aí quando eu cheguei lá de sexta pra sábado, na madrugada do sábado, um produtor me mandou mensagem dizendo ‘e aí, e aí? Vai fazer o quê? Vem aqui tocar na minha festa rapidinho, nem que seja, sei lá, 30 minutos’, aí eu fui e consegui mais esse lugar”, disse.

O DJ contou como foi tocar em estilos que não era seu forte aqui no Brasil:

“No sábado eu toquei na festa Pégate, que fica no Rebar Chelsea. É uma festa de salsa e tal, merengue, reggaeton que é uma parada bem diferente do que eu tô acostumado a tocar no Brasil mesmo” falou o modelo, que encarou o desafio com sucesso.

Na segunda-feira (05), foi a vez do DJ tocar na The Ritz. O set deu tão certo, que Caíque conta que foi convidado a tocar novamente no dia (12): “Na segunda-feira eu toquei num lugar que já tava certo e que é uma festa brasileira, uma festa de uma drag brasileira que é a Isabella Rio. O nome da festa é A Night In Rio, que acontece no The Ritz, que é uma das mais antigas boates de Nova Iorque. Um dos sócios da The Ritz me viu tocar na segunda e fechou a próxima segunda (12) comigo. E com isso eu ganhei mais uma data”, relembrou Caíque.

 

Dentro da própria viagem, o artista fez uma mini viagem para Nova Jersey, para tocar em outra festa. Ele falou sobre essa experiência: “Na quinta-feira (8), eu toquei em um dos lugares que já estavam confirmados quando eu saí daqui. Era uma festa em outro estado, em Nova Jersey. Eu viajei até lá pra tocar na Sabroso Thursday, que fica em Paterson. Ela é uma festa também de reggaeton, de salsa, merengue, essa sim era uma parada realmente diferente do que eu estava acostumado. Eu toquei um pouco de tribal também, que era uma coisa que eu não estou acostumado, e que lá eles chamam de circuito e foi uma experiência muito bacana lá, assim, porque é um público completamente diferente”, contou o DJ, que agradeceu a chance dada pelos produtores. “Acho que só de viajar lá dentro, acho que já foi uma experiência bacana, e os produtores incríveis também”.

Quando perguntado sobre o peso de ter tocado fora e ter dado início a carreira internacional de DJ, Caíque disse que ainda não consegue avaliar: “Não consigo mensurar isso ainda, porque é tudo muito novo pra mim. Eu não sou DJ há muito tempo, muitos anos, e pouquíssimos tiveram essa oportunidade, sabe? Eu sou DJ há um ano e nove meses e essa oportunidade assim eu abracei com todas as minhas as minhas forças, porque eu sei que isso vai me dar uma um retorno muito bom aqui no Brasil”.

Ele fala da percepção sobre ter tocado fora e agradeceu o apoio que recebeu das pessoas próximas a ele: “Eu estou vendo consequências disso, desse peso de já ter tocado fora, ainda mais Nova Iorque, que é uma cidade enorme e uma das que mais recebe turistas do mundo. E agora de volta ao Brasil, eu já tô sentindo muito essa questão de ter tocado fora porque, como eu falei, pouquíssimas pessoas tiveram essa oportunidade. E eu recebi o apoio de muita gente bacana, e que eu admiro muito como Bruna Strait e Fernanda Fox, que pra mim, são minhas referências no nosso cenário”.

 

Caíque aproveitou o Mês do Orgulho LGBTQIAP+ para comentar sobre oportunidades e preconceito: “Eu até compartilhei falando que eu tenho total consciência de que as pessoas não têm as mesmas oportunidades e isso no nosso meio, no no meio LGBT, é muito complicado porque tem muito preconceito dentro do próprio meio. Só o fato de você ser LGBT isso já fecha muitas portas. A sociedade é infelizmente muito preconceituosa ainda e indo pra lá eu percebi que tipo, fora do Brasil as coisas são um pouco diferentes assim relacionadas a isso”, disse Meirelles, que é assumidamente um homem gay.

Ele disse ainda que através do seu trabalho como produtor de eventos, ele pretende dar visibilidade aos artistas que não tiveram as mesmas oportunidades que ele teve: “Sobre essa questão de oportunidade, essa é uma das questões que me motivam a trabalhar com produção de festa que eu já produzi algumas. E temos mais uma edição da minha festa chamada Barco do Meirelles, no dia 19 de agosto e é um dos motivos de eu trabalhar com produção, deu querer trabalhar com produção de festa, porque tem muita galera boa assim, que não tem as mesmas oportunidades, e que só faltam isso mesmo, pra mostrar o trabalho”, finalizou o DJ.