Entre visuais deslumbrantes e narrativa escassa, monstros conquistam as telonas, mas deixam a desejar

 

 

"Godzilla e Kong: O Novo Império" chega nas telonas com o peso das expectativas entusiastas dos espectadores, prometendo uma experiência cinematográfica repleta de adrenalina e visuais deslumbrantes. Sob a direção habilidosa de Adam Wingard, conhecido pelo seu trabalho no universo dos monstros, e com um elenco estelar encabeçado por Rebecca Hall, Brian Tyree Henry e Kaylee Hottle, o filme se propõe a elevar ainda mais a barra das epopeias monstruosas.

A trama se desdobra como uma sequência direta do confronto titânico entre Godzilla e Kong, agora confrontando uma ameaça de proporções ainda mais gigantescas, desafiando não apenas os próprios monstros, mas também a existência da humanidade. Filmado com a grandiosidade do formato IMAX, o longa entrega uma série de confrontos espetaculares entre os monstros, consolidando-se como o ápice do MonsterVerse.

Foto: Divulgação

No entanto, por mais impressionantes que sejam as cenas de ação, o filme não consegue evitar um tropeço significativo no desenvolvimento da narrativa. Com menos de duas horas de duração, a história se mostra rasa e pouco explorada, deixando um vácuo que contrasta com a grandiosidade das batalhas.

É especialmente decepcionante observar o papel de Godzilla, um dos monstros mais icônicos da cultura pop, reduzido a uma presença secundária em sua própria produção. Na batalha final, é Kong quem brilha, acompanhado por um novo aliado improvável, enquanto Godzilla fica relegado a um papel marginal.

Falando nela, a cena da batalha final, ambientada no Rio de Janeiro, é de tirar o fôlego, misturando admiração e preocupação ao ver os titãs desencadearem sua destruição na icônica paisagem de Copacabana. Com sequências espetaculares que mantêm o público grudado na tela, o trabalho do diretor de fotografia Ben Seresin merece destaque. (O prefeito Eduardo Paes terá que correr contra o tempo para consertar tudo a tempo do show gratuito da Madonna em maio.)

Foto: Divulgação

A trilha sonora, sob a batuta de Junkie XL, eleva ainda mais a imersão do espectador, contribuindo para uma experiência sensorial envolvente.

"Godzilla e Kong: O Novo Império" certamente agrada aos fãs sedentos por confrontos épicos e explosivos, mas deixa a desejar no departamento de desenvolvimento narrativo. Mesmo assim, suas impressionantes cenas de ação e visuais deslumbrantes garantem uma experiência cinematográfica memorável.

Nota: 8/10