A cidade do Rio recuperou todos os mais de 118 mil empregos formais perdidos durante a pandemia de Covid-19 e apresenta um saldo positivo de 5,8 mil novos postos de trabalho. Os dados estão na quarta edição deste ano do Boletim Econômico do Rio, publicação mensal da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS).

Os empregos foram fechados no início da crise sanitária, entre março e agosto de 2020. A cidade começou a se recuperar em setembro, fechando o ano com um déficit de 92,3 mil vagas formais. Em 2021, com a vacinação avançando e a implementação de medidas de estímulo pelo Município, a economia reagiu, resultando na geração de 82,5 mil novas vagas Os sinais de recuperação continuaram, tendo fevereiro encerrado com saldo positivo de 15,8 mil postos de trabalho. O mês de março inicia com 5,8 mil empregos a mais em relação ao período pré-pandêmico.

– Sabíamos que o maior desafio do Poder Público seria atenuar os impactos econômicos da pandemia. Por isso, implementamos medidas como o Crédito Carioca, Auxílio Empresa Carioca e Auxílio Ambulante do Carnaval de Rua, que buscaram sobretudo evitar a perda dos meios de subsistência do trabalhador carioca. Em paralelo, procuramos assegurar que investimentos seguissem sendo feitos na Cidade, formulamos políticas públicas como o Licenciamento Integrado (Licin), Porto Maravalley, Programadores Cariocas, Bolsa Verde Rio e a Lei de Liberdade Econômica. O nosso foco sempre foi de fortalecer a economia e gerar empregos – explicou o secretário Thiago Dias.

 

O setor de serviços, após atingir o pico de empregos perdidos em setembro de 2020 (-81,5 mil), apresentou uma geração positiva de 1,8 mil novos empregos em fevereiro de 2022. Já o comércio recuperou todos os empregos perdidos em novembro de 2021, enquanto a indústria recuperou em outubro do mesmo ano.

Na análise por gênero, as mulheres recuperaram todos os empregos formais perdidos, após o pico em agosto de 2020 (-44,5 mil), e acumulam uma geração positiva de 18,9 mil vagas. Já os homens, que chegaram a perder 74,1 mil empregos entre março e agosto de 2020, ainda não recuperaram todas as vagas. Em fevereiro de 2022, o resultado ainda era de -13,1 mil, no acumulado desde março de 2020.

Na análise por nível de escolaridade, os empregos formais com ensino médio completo e superior incompleto, já recuperaram todos os empregos perdidos com a pandemia. Assim como as microempresas.

Nos últimos 12 meses terminados em fevereiro de 2022, o Indicador de Atividade Econômica do Rio (IAE-Rio), índice oficial desenvolvido pela SMDEIS, refletiu um crescimento, em termos reais, de 5,7%, mostrando a recuperação da economia carioca ao longo dos últimos meses. A taxa de inflação no Rio nos últimos 12 meses terminados em março de 2022 foi de 11,0%, próximo da inflação brasileira (11,3%).

Por: Nicola Pamplona

O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Carlos Ciocchi afirmou nesta segunda-feira (11) esperar que a conta de luz dos brasileiros passe todo o ano de 2022 sem taxas extras para bancar usinas térmicas.

Já na segunda quinzena de abril a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotará a chamada bandeira verde na conta de luz, depois de oito meses de vigência da bandeira de escassez hídrica, taxa extraordinária para cobrir o rombo gerado pela seca no setor.

Essa taxa extraordinária duraria até o fim de abril, mas o governo decidiu antecipar seu fim, alegando que os reservatórios foram recuperados com as fortes chuvas de verão e as medidas adotadas pelas autoridades do setor para poupar água durante a seca de 2021.

Ciocchi lembra que os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no melhor nível desde 2012. As projeções do ONS indicam que, mesmo com chuvas semelhantes às de 2021, não perderiam tanta água em relação ao momento atual.

Por isso, a expectativa é que a geração térmica se limite a usinas inflexíveis, aquelas que não podem parar, disse o executivo. Essas usinas têm capacidade em torno de 4 mil MW (megawatts), bem inferior aos mais de 20 mil MW demandados de térmicas nos piores momentos da crise de 2021.

"Teremos um ano bastante bom, bastante tranquilo, que não vai causar tanta dor de cabeça, tanta dor no bolso", dsse Chiocchi, em encontro virtual com a imprensa para falar do cenário do setor após o fim do período chuvoso.

Ele defendeu, porém, a manutenção dos contratos das térmicas emergenciais contratadas pelo governo no auge da crise, que custarão R$ 39 bilhões pelos próximos cinco anos. Essas usinas foram justificadas à época como necessárias para ajudar na recuperação de longo prazo dos reservatórios.

"Na hora que tomamos a decisão [pela contratação] existia uma incerteza muito grande. Tínhamos duas escolhas: o arrependimento de contratar e o arrependimento de não contratar", afirma. "A decisão acertada, a meu ver, foi contratar".

Ciocchi argumenta que o setor elétrico brasileiro é reconhecido pelo cumprimento dos contratos e que seria prejudicial para a segurança jurídica do setor romper com os vencedores do leilão realizado em outubro de 2021.

"Imagine se a gente quebra um contrato desse agora? Qual a confiança que os empreendedores, o mercado em geral, têm no setor elétrico?", questionou, dizendo que essas térmicas podem ajudar a poupar mais água em reservatórios de cabeceira dos principais rios do setor.

Ele reconheceu que algumas dessas usinas devem atrasar o início das operações, previsto para maio, por dificuldades na obtenção de licenças ambientais. Elas têm, por contrato, três meses adicionais para resolver eventuais pendências.

Seu custo, segundo o diretor-geral do ONS, não é significativo para a conta das bandeiras tarifárias e, por isso, não demandará taxas extras.

Ciocchi afirmou que a entrada de novos projetos de geração e de novas linhas de transmissão indica um que 2023 também deve ser um ano tranquilo para o setor elétrico, mesmo com poucas chuvas no período seco de 2022. 

Por: Nicola Pamplona e Leonardo Vieceli

Alternativa para os motoristas em tempos de gasolina cara, o etanol hidratado vem se mantendo em patamares elevados de preço e hoje só é competitivo em cinco estados brasileiros. Para especialistas, o cenário reflete restrições de oferta do produto e a busca das usinas por maiores margens.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço médio do combustível nos postos brasileiros voltou a se aproximar da casa dos R$ 5 por litro, onde esteve por 15 semanas entre outubro de 2021 e janeiro de 2022. O cenário põe o combustível entre os principais vilões da inflação. Em 12 meses, o preço do etanol subiu 24,59%, segundo o IPCA, índice oficial de inflação do país. No mesmo período, o preço da gasolina subiu 27,48%.

A alta das últimas semanas é atípica, já que os preços costumam cair com a proximidade da colheita da cana-de-açúcar, que começa em abril, e reflete repasse às bombas do aumento da cotação do combustível nas usinas de São Paulo, referência de preços no país.

Nas últimas quatro semanas, o preço do etanol nas usinas paulistas subiu 17%, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em média, o etanol hidratado foi vendido a distribuidoras em março por R$ 3,1204 por litro, 11,7% acima de fevereiro.

Em seu último boletim mensal de análise do indicador, o Cepea afirma que a oferta do combustível está baixa e houve um aumento da demanda em março com postos renovando estoques para atender a elevada demanda do feriado de Carnaval.

Dados da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar) apontam que a produção de etanol caiu 8,9% na safra 2021/2022, em relação ao volume produzido na safra anterior. Além da preferência pela produção de açúcar, a seca que atingiu as regiões Sudeste e Centro-Oeste atrapalhou a produção.

Executivos do setor dizem ainda que os usineiros tendem a elevar o preço quando a gasolina está mais cara para melhorar margens. "Sobe o preço da gasolina na bomba, sobe o preço do etanol também. O produtor quer ganhar mais. Isso é natural", diz o consultor David Zylbersztajn, ex-diretor da ANP.

Com a gasolina cara, a demanda pelo etanol se aquece, o que ajuda também a pressionar os preços nas bombas, com busca de melhores margens pelos postos revendedores. A Unica diz que houve uma corrida de distribuidoras pelo produto nos meses de fevereiro e março, o que acabou afetando os estoques. "Teve um choque de demanda sem a contrapartida da oferta", argumenta o diretor-técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues.

Entre janeiro e fevereiro, segundo dados da ANP, as vendas de hidratado subiram 10%. Pádua diz que o movimento se manteve no mês seguinte, diante da boa competitividade do etanol. "O estoque disponível não foi suficiente para esse tipo de demanda".

Ele destaca, contudo, que a oferta de etanol tende a aumentar a partir da segunda quinzena de abril, quando as usinas começam a processar a nova safra. "É uma questão de curtíssimo prazo", diz. O período de entressafra da cana vai de dezembro a março.

Com a alta nas bombas, usar etanol hidratado hoje só é vantajoso em estados produtores, como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e no Piauí. Nesses estados, o preço médio do etanol equivale a menos de 75% do preço médio da gasolina.

Em todos os outros, pode ser melhor para o consumidor abastecer com gasolina, mesmo com os elevados preços atuais após o mega-aumento promovido pela Petrobras há quase um mês -segundo a ANP, o preço médio da gasolina no país foi de R$ 7,202 por litro na semana passada.

No Amapá, longe dos principais produtores, o etanol hidratado chega a custar mais caro do que a gasolina: o preço médio do primeiro na semana passada era de R$ 6,540 por litro, enquanto a segunda saía a R$ 6,331 por litro.

A FrancoDroid, equipe de Robótica do Colégio Franco-Brasileiro, começou 2022 da mesma maneira que terminou o ano passado: conquistando as primeiras colocações. No último final de semana, o time venceu duas categorias na abertura da temporada regional do First Lego League (FLL): design e desempenho do Robô. De quebra, o grupo assegurou vaga na etapa nacional.

- A temporada deste ano, batizada de Cargo Connect, tem o objetivo de desafiar jovens a repensarem um caminho e inventar o futuro do transporte. A FrancoDroid, aplicando conceitos de STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática, em Inglês), criou uma caixa que tem como objetivo reduzir o desperdício dos alimentos no transporte da agricultura até o centro de distribuição. A equipe também construiu e programou um robô que realiza missões, nas quais o objetivo final é se divertir - explica a professora Rosângela Nezi, responsável pela equipe de Robótica do Franco.

De fato, além da diversão, participar da FrancoDroid agrega e muito na trajetória acadêmica dos estudantes. É o caso de Clara Sánchez, de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio do Franco.

- O mais recompensador por fazer parte da equipe são as experiências que ganhamos, tanto de conhecimento geral, mecânica e programação, quanto trabalho em equipe e outras habilidades sociais - destaca.

Integrante da equipe desde 2021, Clara celebra mais uma conquista da FrancoDroid:

- Foi incrível, é muito gratificante ver que todo o nosso esforço e trabalho em equipe podem ser recompensados por uma coisa tão incrível. Pessoalmente, essa vitória foi a prova de que você pode alcançar qualquer coisa se se esforçar para isso.

Clarinha destaca que a união é um dos pontos fortes da equipe e todos os integrantes são amigos dentro e fora das competições.

Sobre o Franco, onde está desde o início do Ensino Fundamental, há 10 anos, Clara é grata ao colégio por tudo o que tem aprendido em sala de aula:

- Desde sempre o Franco vem incentivando nossas escolhas e apoiando o nosso caminho. Sem as oportunidades que o colégio nos dá, com certeza, não chegaria às realizações que alcancei até agora.

Prêmio internacional em 2019

O time de robótica do Franco coleciona troféus, inclusive de FLL. Mas o destaque foi para a vitória no Global Innovation Award, em 2019, na Califórnia, que reuniu 20 equipes com as melhores pesquisas da temporada, avaliando diversos fatores. Na ocasião, os alunos do colégio desenvolveram o CosmoCup para astronautas. Tratava-se de um coletor menstrual especial com uma membrana na parte superior que impede que o sangue se espalhe pela aeronave.

O prêmio foi de 20 mil dólares, e a equipe do Franco foi a única do país a deter esta conquista. Por esse feito, ganhou o título de embaixadora de inovação do Brasil.

Que o Rio de Janeiro é conhecido pelas suas praias, o mundo inteiro já sabe. A novidade é que, além de ser importante para o turismo, elas são fundamentais para a economia da cidade. Um estudo inédito da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (Smdeis) estima que o impacto econômico da movimentação nas areias cariocas é de R$ 4 bilhões por ano.

– Além de uma das opções de lazer mais democráticas da cidade, as praias também são essenciais para a economia carioca. Basta ver que os 78 km de faixa de areia que temos movimentam, por ano, o equivalente ao Carnaval, que é o nosso maior evento. Esse estudo prova em números a importância deste tipo de comércio – afirma o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio, Chicão Bulhões.

A estimativa é baseada no número de ambulantes, incluindo barraqueiros, que constam na Pnad Contínua do IBGE, aliado ao número médio de clientes e de gasto por dia, segundo pesquisa do Sebrae (2016). O estudo não leva em consideração quiosques e restaurantes da orla, apenas o comércio que ocorre na areia.

O estudo também traz dados do Sebrae que fez um levantamento (2016) dos trabalhadores na areia, em sua maioria, homens. Entre os barraqueiros, são 29,3% de mulheres, enquanto nos ambulantes elas são apenas 19,4%. Dos 15 mil ambulantes registrados na Prefeitura, 2.189 (14,2%) trabalham na praia. Sendo 41% na região da Barra da Tijuca e 34% em Copacabana/Leme. Na baixa estação, o gasto médio por cliente entre os ambulantes é de R$ 12, enquanto entre barraqueiros é de R$ 40. Na alta temporada os valores dobram, chegando a R$ 22 entre ambulantes e R$ 81 entre barraqueiros.

No quesito atividade física, a Prefeitura mapeou, em 2021, cerca de 550 escolinhas, sendo a principal modalidade esportiva Futevôlei/Altinha/Futebol/Beach Soccer, correspondente a 24,3%. Em segundo lugar aparece Funcional, com 19,3%, e Beach Tennis, com 17,3%. O Surf/Kitesurf/Body Board/Skimboard totalizam 11,4% do total de escolinhas.

A Prefeitura disponibiliza um efetivo de 218 garis, 35 agentes de limpeza e 50 operadores de máquinas para as praias. E a Operação Verão, que conta com reforço de efetivo de 232 guardas municipais aos finais de semana (quinta a domingo) e feriados.