A poluição causada pelo plástico é uma problemática debatida há alguns anos. A quantidade desse material acumulada no oceano, que já sofre com tantos impactos relacionados às atividades humanas, pode alcançar 600 milhões de toneladas até 2040, se nenhuma medida for tomada, segundo a Revista Science.

Diante de um quadro tão alarmante, mais que bem-vindas, ações voltadas à preservação ambiental são fundamentais. E, no Colégio Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, por exemplo, a conscientização nesse sentido está sempre em pauta. Recentemente, todos os alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio aderiram ao projeto, trocando os copos descartáveis da cantina pelo “Meu Copo Eco”.

A iniciativa teve a 1a etapa entre agosto e outubro do ano passado, em atividades de iniciação científica nas aulas de Biologia, com os professores Priscila Resinentti e Marconny Gerhardt. Em parceria com os pesquisadores Rafael Eudes e Susanne Hoffmann, do Circula CT-UFRJ, o Franco apresentou um projeto de desenvolvimento socioambiental a um edital internacional lançado pelo movimento global Break Free From Plastic.

- Escrevemos um projeto para fazermos uma pesquisa que envolvia a auditoria do plástico. Ele foi selecionado e, então, recebemos um investimento internacional. Todo o processo foi vivenciado pelos alunos do segundo e terceiro anos do Ensino Médio, começando pela auditoria nas próprias residências. A partir de um guia orientador e com a mediação dos professores, aprenderam a classificar o tipo de produto, o tipo de material plástico e as marcas coletadas ao longo de uma semana. Ao todo, foram classificados 2.265 itens Depois dessa etapa, passamos a discutir a questão do plástico na escola. Eles tinham que escolher um plástico que tivéssemos que reduzir mesmo, de verdade, o consumo e propor uma estratégia de replacement. E os próprios alunos resolveram que queriam atacar a questão do copo descartável. Por isso, revertemos a verba recebida do financiamento para o Eco Copo - explica Priscila.

Os dados gerados foram enviados para a composição do relatório anual do Break Free From Plastic, que identifica as dez marcas mais poluentes do mundo. Esta etapa teve o intuito de auxiliar o estudante a compreender o padrão de consumo da família e pensar em ações que possam colaborar na solução da questão do plástico no meio ambiente, além de proporcionar um ensaio sobre o papel da ciência e como o conhecimento é construído.

- O tempo todo estimulamos o protagonismo juvenil e, dessa forma, perguntamos aos alunos a respeito do plástico que eles gostariam de substituir aqui no Franco. A escolha foi: copos descartáveis da cantina - destaca Resinentti.

O Franco, inclusive, dispõe de um ponto de coleta de plásticos em parceria com o Plastic Bank School, cuja missão é impedir esse material nos oceanos, ao mesmo tempo que melhora a vida das pessoas, através da reciclagem. O Plástico Social é gerado através de um crescente movimento global - Guardiões do plástico social - agora presente no Haiti, Brasil, Canadá, Alemanha, Filipinas, Indonésia e Egito.

- Aqui toda a verba arrecadada com a reciclagem do plástico coletado é voltada à compra de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade - acrescenta Priscila.

A iniciativa dos alunos ultrapassou as salas de aulas. O meio ambiente e a sociedade agradecem.