A medida é necessária porque o design do novo articulado tem uma porta mais recuada

 

 

Após gastar cerca de R$30 milhões para recuperar 60 estações de BRT que estavam fechadas ou depredadas, a Prefeitura do Rio vai precisar investir novamente na infraestrutura das estações de BRT. Essa ação é necessária porque os cem ônibus articulados recém-comprados para renovar a frota têm um design diferente do projeto original das plataformas.

As estações começaram a ser reformadas antes da Prefeitura abrir licitação para comprar novos ônibus. Em 2021, os antigos operadores foram afastados, o município assumiu a gestão do BRT e iniciou as obras. No entanto, a aquisição dos novos BRT só aconteceu neste ano.

Inicialmente os novos articulados, possuem 23 metros,  seriam apenas para circular no BRT Transbrasil (Caju-Deodoro). Inclusive, na primeira vez que a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) tentou renovar a frota, em março, ninguém se interessou. Na segunda vez, a prefeitura optou por comprar os veículos com design diferente para todos os corredores.

A secretária Maína Celidonio confirmou esta ação e disse que precisou reformular os editais de compra. “O plano era comprar parte da frota com 21 metros (186 veículos com capacidade para 170 passageiros). Mas não conseguimos encontrar essa especificação no mercado, Optamos pelos coletivos maiores (para 190 usuários). Serão algumas adaptações onde elas forem necessárias”, disse a secretária ao lado do prefeito Eduardo Paes, na apresentação do primeiro dos 220 articulados já comprados.

Os ônibus da nova frota são produzidos pela Volvo e pela Mercedes. A questão é que os articulados de 23 metros produzidos pela Mercedes têm uma porta traseira mais recuada que os outros modelos. Assim, no formato atual das estações, não tem como desembarcar ou entrar por essa última porta.

Especialistas alegam que a Prefeitura falhou ao não prever a quinta porta nas estações antes de iniciar qualquer reforma. “Isso já era para ter sido corrigido há muito mais tempo. A falta de coordenação demonstrada quando o sistema era operado pela iniciativa privada se repete agora na gestão da prefeitura. Isso mostra que órgãos da área de transporte não conversam sobre os problemas existentes. É inexplicável”, criticou o engenheiro Licínio Machado Rogério, membro do Fórum de Mobilidade Urbana.

A Mobi-Rio informou não ter uma estimativa do valor das adaptações porque elas serão feitas no escopo de um contrato de manutenção das plataformas existentes. Depois que a Secretaria municipal de Transportes informou que ônibus de 23 metros operariam nos corredores, as intervenções já estão levando isso em conta. Na semana passada foi entregue a estação Bosque de Marapendi, na Barra, já com a quinta porta. A próxima a ser reformada será a estação do Hospital Lourenço Jorge, do BRT Transcarioca (Barra-Galeão).