A família de Lindama Benjamin de Oliveira aponta que o médico responsável pela cirurgia demorou para prestar socorro
Na última sexta-feira (10), uma mulher morreu, após realizar uma cirurgia plástica em uma clínica na Barra da Tijuca. A família de Lindama Benjamin de Oliveira, de 59 anos, aponta que o médico responsável pela cirurgia demorou para prestar socorro quando o quadro de saúde dela agravou. Ele afirma que socorreu a mulher "com todas técnicas médicas possíveis". A polícia investiga o caso.
Lindama Benjamin de Oliveira tinha 59 anos e morava em Cabo Frio, na Região dos Lagos. A família disse que na última quinta-feira (9), Lindama veio ao Rio para fazer cirurgia plástica no Hospital Bitée Cirurgia Plástica e Estética. Ela pagou R$ 16 mil pela cirurgia e a clínica foi indicada por amigos.
“Quando ela acordou, eu consegui falar com ela, ele fez uma chamada de vídeo, ela falou que estava se sentindo bem, mas ainda estava muito sonolenta”, lembra a irmã de Lindama, a enfermeira Rose Melo.
De acordo com a família, Lindama piorou na sexta-feira (10/3) e foi transferida para o Hospital Semiu, na Vila da Penha, onde morreu. O atestado de óbito aponta a causa da morte como perfuração do intestino e hemorragia.
O médico responsável pela cirurgia é Heriberto Ivan Arias Camacho. No site do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio, o registro dele está "ativo".
Rose, que é enfermeira, disse que saiu do trabalho em Cabo Frio e foi até o hospital onde a irmã estava internada. A família afirma que Lindama piorou na sexta-feira (10) e foi transferida para o Hospital Semiu, na Vila da Penha, onde morreu.
“Botamos ela numa ambulância, eu na ambulância junto. Quando paramos na porta do hospital, minha irmã simplesmente teve uma parada ali dentro. Eles começaram a massagear, até eu fui pra cima pra tentar ajudar, mas eles me tiraram. O que a medica passou pra mim foi que ela já chegou em estado cadavérico. não teve nem como intubar mais ela”, diz Rose.
O atestado de óbito mostra que a vítima morreu devido a uma perfuração do intestino e hemorragia. O caso foi registrado na 27ª DP (Vicente de Carvalho) e será encaminhado para a 16ª DP (Barra da Tijuca), que dará continuidade às investigações. Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
“A minha indignação é porque ele não socorreu ela desde as nove horas da manhã, quando ela começou a passar mal? Por que ele não transferiu ela pra um hospital que tenha um CTI pra receber ela?”, questiona Rose.
Neste domingo (12), a vítima foi enterrada no Cemitério do Âncora, em Rio das Ostras, na Região dos Lagos. A comerciante deixa dois filhos, dois netos e três bisnetos.
“Eu não desgrudava dela, a gente era muito unido, eu trabalhava junto com ela. A gente se amava muito”, lamenta Ernani José, o namorado de Lindama.
“Eu espero que ele seja preso antes que fuja do país. Ele não é brasileiro e se a polícia demorar para agir ele pode dar um jeito de ir embora e não pagar. Está claro que minha irmã foi vítima de negligência. Espero que os envolvidos paguem por isso”, desabafou Rose. “A gente tá tentando fazer o possível pra ter Justiça. A gente quer justiça. A gente quer que ele pague pelo que fez. Porque se não ela vai ser só mais uma na estatística. Ele vai continuar fazendo a mesma coisa...”, disse a irmã da vítima.
O que dizem os citados
A defesa do médico Heriberto Ivan Arias Camacho disse que se solidariza com a família e amigos e lamenta a morte da paciente. Afirma ainda que, em cumprimento à determinação do Conselho Federal de Medicina, não pode dar detalhes do procedimento.
A defesa do médico garante que Lindama foi atendida com todas as técnicas médicas possíveis para reversão do quadro. Disse também que nenhum tipo de laudo pericial constatou conduta negligente, imperícia ou imprudente da parte de Heriberto e que ele está à disposição para prestar esclarecimentos.
O Conselho Regional de Medicina ainda não comentou o caso. A produção do RJ2 também pediu um posicionamento da clínica e do hospital para onde Lindama foi levada, mas ainda não teve resposta.