Plebiscito está previsto para 2023

 

 

A emancipação da Barra da Tijuca voltou a ser discutida após 34 anos. De acordo com Roberto Monteiro de Pinho, presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa, o grupo já tem entre 200 e 300 pessoas, e, busca se fortalecer com a presença de lideres comunitários e pescadores, evitando o envolvimento com políticos, diferente do que aconteceu no passado. O grupo ainda conta com apoio de Donato Velloso, presidente do Instituto Lagoa Viva.

“A Barra está abandonada, principalmente na questão ambiental. O que deveria ser o legado olímpico teve verbas desviadas para a Baía de Guanabara. Além disso, o número de assaltos é crescente. Não temos segurança. Não temos um hospital público de ponta. O BRT não funciona. E, no entanto, a Barra é a região do município que mais arrecada dinheiro. A prefeitura não está cumprindo a sua parte”, declarou Roberto.

Uma série de debates na sede da OAB Barra para discutir a emancipação está previsto para agosto. Pinho destaca que por conta das eleições desse ano, nada oficial poderá ser feito de imediato, mas espera que haja um novo plebiscito sobre o tema no fim de 2023.

“A OAB pode abrir seu auditório para franquear o debate, que é a voz da sociedade civil. Vamos dar espaço para que todos os lados possam se expressar, mas não temos um posicionamento a favor ou contra. Queremos inclusive colocar nossas comissões de direito público e ambiental para participar do evento”, disse Marcus Soar, que preferiu não revelar sua opinião sobre o assunto, para não ser confundida com um posicionamento oficial da OAB.

O presidente da Câmara Comunitária da Barra, Delair Dumbrosck, diz que tanto ele como a entidade são contra o movimento: “Eles não sabem nem quantos habitantes residem na Barra. Não têm embasamento nenhum e nem justificativa para pedir uma emancipação. A Barra faz parte do Rio”.

Já houve um plebiscito em 1988, para decidir se a Barra se tornaria um município. Roberto Medina, criador do Rock In Rio, estava entre os que acreditavam nos benefícios da separação do bairro do Rio. No dia 03 de julho de 1988, dos 47.955 eleitores que estavam aptos a votar, somente 6.217 compareceram às zonas eleitorais. Desses eleitores, 5.785 votaram pelo “SIM”, enquanto 354 eram contrários a ideia. Também houve 78 votos em brancos e nulos. Entretanto, a vitória de “SIM” nas urnas não serviu de nada, já que para emancipar a Barra, seriam necessário 23.978 votos.