Inicia-se um novo ciclo municipal de governança e as perspectivas não são boas. Apesar a situação que se vislumbra não falaremos de crise e sim das possíveis soluções que possam vencer a inanição que o país atravessa
Inicia-se um novo ciclo municipal de governança e as perspectivas não são boas. Apesar a situação que se vislumbra não falaremos de crise e sim das possíveis soluções que possam vencer a inanição que o país atravessa. Que metas exequíveis podem ser propostas para o desenvolvimento sustentável da Baixada de Jacarepaguá?
Primeiramente devemos identificar a vocação e os predicados naturais que existem na região. Assim poderemos potencializar os resultados sustentando-se nas qualidades que naturalmente já existem no local.
A vocação econômica da Baixada de Jacarepaguá evidencia-se pelo turismo, comércio e prestação de serviços em função da ocupação habitacional qualificada. O parque hoteleiro renovado pela olimpíada, inúmeros condomínios de média e alta renda, somado
a uma diversidade de shoppings comerciais são importantes equipamentos já instalados que alavancam o turismo qualificado na região.
Contudo é preciso criar novas opções para dar continuidade ao desenvolvimento dentro do conceito do equilíbrio entre o desenvolvimento humano e o ambiental. A principal plataforma do turismo ambiental são as praias e o complexo lagunar. A planície costeira rasa da região das Vargens cortadas por canais de drenagem e lagoas podem se transformar em vias navegáveis e verdadeiras marinas escavadas. A valorização do espaço físico será imediata tendo em vista a exploração de outros serviços ambientais prestados pelas lagoas como o lazer, a contemplação e a acessibilidade em pontos diversos da região. Esta valoração instantânea do solo irá custear os investimentos em infraestrutura urbana que darão sustentação a qualidade de vida que se almeja. O principal instrumento para alcançar tal objetivo chama-se planejamento urbano, de tal forma a ordenar os investimentos privados. Não há necessidade que o poder público assuma com seus parcos recursos a instalação dos equipamentos urbanos de drenagem pluvial, esgotamento sanitário, iluminação pública, energia e comunicação. Basta haver inteligência e criatividade para ordenar os interesses dos diversos segmentos sociais. O município precisa apenas organizar e planejar a sequência da ocupação deixando para a iniciativa privada os investimentos da sua realização. Já é hora do poder público cuidar somente da sua principal vocação que é a saúde e a educação. O resto a sociedade organizada pode ajudar a realizar.
Na Barra da Tijuca novas opções turísticas devem se propostas e construídas. A natureza já oferece um complexo lagunar cujo espelho d'água que ocupa 10% da área da planície costeira. Esta permeia a região no mesmo sentido leste-oeste da Av. das Américas possibilitando o transporte aquaviário além da possibilidade da ligação com o mar através do Canal da Joatinga e de Sernambetiba. A acessibilidade náutica pode ser a alavanca para a instalação de 2 marinas nas embocaduras da Joatinga e de Sernambetiba, respectivamente. Os esportes da natureza, a pesca oceânica, o surf, o mergulho subaquático e as competições náuticas são algumas das inúmeras opções turísticas que podem ser sedimentadas na região qualificando o turismo e a qualidade de vida da Barra da Tijuca.
A gastronomia e a cultura também são atrativos que podem ser potencializados na região pois atualmente já existem diversos polos gastronômicos espalhados além de equipamentos culturais representativos como é o caso da Cidade da Música e o Barra Music.
Portanto novas ideias existem, basta apenas haver um ordenamento e um planejamento urbano prévio para organizar e dar segurança aos investimentos que se fazem necessários para o desenvolvimento sustentável do Rio de Janeiro.
Prof. David Zee
Vice-Presidente da Câmara Comunitária Barra da Tijuca