Conversamos com o superintendente da Barra

Por: Marcelo Perillier 

Num terreno bem espaçoso no Recreio, o ex-empresário Sancler Mello fundou o Núcleo Espírita Allan de Mello, em homenagem ao seu filho. Humanista, Sancler sempre se preocupou com os outros. Agora, busca levar a sua bondade e espiritualidade para a política, semeando-a na Superintendência da Barra, Recreio e Vargens.

Foi uma surpresa para você assumir a Superintendência da Barra?

Na realidade, as surpresas não existem, a espiritualidade já tem nossos caminhos traçados, basta fazermos nossa parte e estarmos dentro do processo que a espiritualidade faz o movimento certo. Eu não acredito em acaso, mas na força do trabalho, a vontade de fazer melhor para o próximo, de ajudar, tem o seu propulsor maior, mas o grande movimento é feito pela espiritualidade.

Assumir a Superintendência vai atrapalhar o seu trabalho no NEAM (Núcleo Espiritual Allan de Mello)?

De maneira nenhuma, há uma convergência, no serviço público, privado, ou em qualquer lugar, se não houver espiritualidade, energia positiva, tudo tende ao fracasso. Eu só estou trazendo para a Superintendência uma energia positiva, de amor, afeto... Na verdade, estamos humanizando a política, trazendo amor, carinho, de forma ética, que são os maiores pilares da espiritualidade.

É isso que falta para a política?

É um dos complementos. A política, talvez seja o instrumento criado pelo homem através de Deus, com a maior grandeza, porque é através da política que se consegue grandes atos. Muita gente fala mal da política, mas a política não é nada. Se você tem bons homens terá boas políticas, se tiver maus homens, terá uma má política.

Ser morador da região atrapalha ou é um benefício?

Morar na região só ajuda, pois você conhece as demandas da região. Você não ouviu falar ou alguém disse. Você cai no buraco, você vê a árvore que está tombando, sofre a falta de luz... você está no dia-a-dia. E é você representar aquilo em que você acredita, então, acho muito mais fácil.

As associações de moradores receberam você bem? Quais as principais demandas que a população lhe entregou

Eu acredito que vão receber bem. É que elas estão muito cabreiras. É que nem gato escaldado. Muitos prometeram, mas não fizeram e daqui a pouco vem um cara que é salvador da pátria? Eu preciso de tempo para mostrar o meu trabalho e depois eles vão avaliar. Mas eu tenho certeza, posso falar por mim, que eles vão ficar satisfeitos, porque vou me dedicar integralmente e eu estou preparado, tanto tecnicamente quanto espiritualmente. Acho que a maior preocupação dos moradores da Barra, Recreio e Vargens é com a desordem urbana. Porque essa desordem gera uma sensação de insegurança, e muita gente acha que nossa região é insegura. Mas se você analisar os dados estatísticos, verá que nossa região é uma das melhores na segurança, só que a sensação triplica ou quadriplica. Só que, na hora que eu impor a ordem e limpar, eu tenho certeza que a segurança vai ter um decréscimo na sua expectativa muito grande, as pessoas vão acreditar mais na segurança.

Você acha que as pessoas que frequentam o NEAM vão assumir positivamente o seu recomeço na política?

Na realidade eles já aceitaram pois isso tudo é uma missão. A grande missão é a unificação das religiões, por que o grande objetivo espiritual é a convergência para um ideal único que se chama amor, aonde não haja mais segregação, como as pessoas dizem: “Poxa, mas o Crivella é evangélico. Você é espírita”. Mas o Crivella tem uma coisa no coração dele que se chama amor. O Crivella é um homem amoroso, é uma pessoa que gosta do ser humano. E eu sou um homem que tem amor no coração e adoro o ser humano. Então, nós estamos convergindo. Não existe divergência de títulos, religiosas... Religião é como roupa, cada um veste aquela que gosta, mas o importante é a essência. A essência do Crivella, nosso prefeito, é uma essência maravilhosa, divina e de amor. É igual a minha.

Como você vê a volta do Correio da Manhã?

Eu vejo de forma maravilhosa, pois eu participei do Correio da Manhã. Na realidade, quando era líder estudantil, o Correio era o jornal que me ajudava muito na época da ditadura, e eu sofria com essa questão da ditadura por que eu era um estudante rebelde, da UERJ... estudante de engenharia civil. Aí quando você vê a volta do Correio da Manhã, você fala assim: “Meu Deus! É o nosso passado revivendo”. É um jornal que vai falar de atualidades, que não vai falar só de desgraça, não vai ser um jornal personalista ou tratar de assuntos pessoais. É um jornal que a família vai poder ler por que não é um jornal que vai tratar de assuntos pornográficos... É um jornal sério que, voltando com toda a seriedade do passado, eu acredito que vai ser o jornal do futuro.

Qual a mensagem que você deixa para o nosso leitor

A minha mensagem é a seguinte: esse desânimo que abateu sobre nosso bairro, sobre a administração pública que gere a nossa região, eu reconheço até que tenham razão. Mas a esperança está de volta. Que as pessoas entendam que a luz no fim do túnel não está mais no fim. Ela está no início do túnel, mas que sem eles (leitores), essa luz volta para o fim do túnel. Se não houver uma junção entre sociedade e poder público, se cada um limpar sua calçada, podar sua árvore, pintar seu muro, tampar um buraco na calçada, o poder público de nada pode fazer. O que nós vamos convocar é todos, para que todos possam, unidos, fazer um grande bairro como merece a Barra, Recreio e as Vargens.

Você acredita que vai ficar até o final do mandato do Crivella?

Olha, eu digo que o tempo a Deus pertence, e a política é dinâmica. O que eu quero dizer é o seguinte, não importa o tempo que eu ficar. Eu vivo o hoje, o presente. E hoje eu vou fazer o meu melhor. Agora, a cada dia que me deixarem ficar, em um momento que, por um motivo, eu precisar sair, eu tenho certeza que sentirão saudades de mim.

E, independente de sair ou não, o trabalho espiritual da NEAM continua forte?

Sempre! A espiritualidade é eterna. A nossa luta não é pela matéria. É pelo espírito. A nossa luta não é pela evolução da matéria ou pela ganância ou poder. A nossa luta é pela humanização da sociedade. É tornar a sociedade mais humana e justa para todos, e não para alguns.

Qual a mensagem que você deixa para os moradores?

A minha mensagem é a seguinte: esse desânimo que abateu sobre nosso bairro, sobre a administração pública que gere a nossa região, eu reconheço até que tenham razão. Mas a esperança está de volta.

Que as pessoas entendam que a luz no fim do túnel não está mais no fim. Ela está no início do túnel, mas que sem eles (leitores), essa luz volta para o fim do túnel. Se não houver uma junção entre sociedade e poder público, se cada um limpar sua calçada, podar sua árvore, pintar seu muro, tampar um buraco na calçada, o poder público de nada pode fazer.

O que nós vamos convocar é todos, para que todos possam, unidos, fazer um grande bairro como merece a Barra, Recreio e as Vargens.