Gringo se destaca nesse momento de pandemia

Por Guilherme Cosenza

Músico, compositor e produtor. Carioca de carteirinha, Gringo Herrera é um dos nomes da cena alternativa do punk rock carioca. Ex-vocalista da banda Cabeçudos e baixista e vocalista da banda Oito Milímetros. Gringo é o proprietário da Estúdio GH, localizado na região de Curicica, e vem sendo a casa de diversos músicos da Barra e Jacarepaguá.

Gringo se destaca nesse momento de pandemia. Enquanto alguns guardaram seus instrumentos, o músico aproveitou esse tempo para produzir da maneira “politicamente correta”, em um disco solo. “Esse é um trabalho que comecei a mais de 15 anos, mas parei durante um longo espaço de tempo por conta das bandas que me envolvi”, conta Gringo, que para o projeto fez um mix de estilos musicais: “a base do meu som é o rap, com elementos de reggae e ragga”. Para entender melhor como será o próximo trabalho de Gringo, fomos até o Estúdio GH para um bate papo e aproveitamos para ouvir o single “De Mansinho”. Confira

Como surgiu a ideia do projeto?

Eu estava com uma ideia fixa de fazer um som que fosse exatamente como eu quero, onde eu mesmo crio as bases e dou a direção dos assuntos tratados nas letras. Com uma banda você acaba tendo ouvir a opinião dos outros integrantes e aqui eu faço o que der na telha, coloco nas músicas todas as minhas ideias doidas sem precisar perguntar o que acham?

Qual o tipo de som vocês tocam?

A base do meu som é o rap, com elementos de reggae e ragga.

A quanto tempo você está na música?

Sim, estou enfiado na música desde o início dos anos 90. Coisas que a música me proporcionou foi poder fazer uma turnê pela Europa, tocar em palcos consagrados como Canecão, Imperator, Fundição Progresso e Teatro Rival

Quais são as maneiras que você divulga o trabalho?

A maneira mais eficaz de divulgação hoje em dia continua sendo a internet. Você pode encontrar Gringo Herrera em praticamente em todas as plataformas de streaming.

Quais as dificuldades de se viver de música?

Acho que é unânime entre os artistas. A maior dificuldade é a falta de incentivo do governo para a cultura. Os pequenos artistas são pouco valorizados. A mídia também não dá muita abertura. Por isso canais como esse (Jornal da Barra) são fundamentais para a divulgação do trabalho de novos artistas.

Qual o maior sucesso?

Eu atualmente estou com uma música chamada "Sente o Clima" que está tocando muito na Arábia Saudita. Mas, músicas como "De Mansinho", "Cosme e Damião" e "Rasta Punk" estão ganhando destaque no repertório.

Você compõe as próprias canções?

Sim, todas as músicas são escritas por mim. E atualmente até as bases são feitas por mim, tenho planos para o futuro fechar uma parceria com um DJ para os shows. Todas as músicas foram gravadas durante a quarentena. Esse foi o lado bom de ficar confinado no meu estúdio, fui forçado a aprender a gravar e produzir minhas músicas. E estou muito feliz com o resultado. Lancei recentemente um EP chamado "Rasta Punk" totalmente "Do It Yourself" que pode ser encontrado nas principais plataformas.

Já tem programação para os shows?

Acho que só em 2021 as coisas começam a voltar ao normal.

Como é o cenário do rap na nossa região?

Está rolando uma movimentação grande no rap já há bastante tempo. O rap se tornou uma grande potência musical e não é diferente aqui na área. Me arrisco a dizer que hoje o rap no underground tem muito mais público que o rock.

Existe atualmente algum incentivo para os novos artistas?

Se tem, eu não sei onde está!