Com exclusividade, a equipe do JORNAL DA BARRA entrevistou a curadora do estande "Pela Estrada a fora", Rona Hanning

Por Gabriel Moses

Grandes públicos, inúmeras atrações, e o destaque para a inclusão e o público infantil. Certamente, a XIX Bienal Internacional do Livro Rio é uma edição histórica e marcante para o Rio de Janeiro, e sobretudo para a Barra da Tijuca.

Dividido em três pavilhões, o maior evento literário do país oferece ao público infantil uma área para chamar de sua: o pavilhão laranja, dedicado inteiramente à literatura e à diversão da criançada. Outro ponto importante da organização está na inclusão para pessoas deficientes. Imponente e espetacular, o espaço "Pela Estrada a fora" retrata bem o trabalho da feira.

Montada num espaço de 500 metros quadrados, a área convida as crianças a adentrarem em um cenário florestal e totalmente imersivo, lúdico e sensorial. Em seu interior, existem sons da natureza e um cenário totalmente interativo, que aguça a imaginação dos visitantes.

Com exclusividade, o JORNAL DA BARRA conversou a curadora do "Pela Estrada a fora", Rona Hanning. Pedagoga e Mestre em Educação, Rona comentou sobre o desafio de atrair as crianças para o mundo literário: " A gente já tinha de tradição o espaço infantil, só que também tínhamos o desafio de pensar: 'como trazemos esse espaço infantil muito entrelaçado com a ideia dos livros?'. Sendo assim, nesses 500 metros quadrados, pensamos em fazer um enorme floresta como um livro pop-up".

Foto: Rona Hanning, curadora do espaço "Pela Estrada a fora"

O objetivo desse grande livro aberto é a passagem do público pela floresta, e dentro dela existiria lugares voltados para a literatura infantil. Contudo, as crianças não iriam ler em qualquer papel ou letras, mas sim sentir a leitura com o próprio corpo, como se o visitante fizesse parte da própria história, que varia de pessoa para pessoa.

"Temos uma primeira toca, que é o amanhecer da floresta, feita com a contribuição do trabalho da Mariana Massarani, uma premiada ilustradora. É bom lembrar que os painéis são feitos por ilustradores. Na segunda toca nós temos o mundo das águas e lendas brasileiras, pela ilustradora Marília Castanha. E o terceiro, ou seja, saindo um pouco por essa floresta, a gente tem a toca dos contos clássicos que é o 'escurecer da floresta', onde tem a casinha da bruxa, que é feita pela ilustradora Anabela Lopes. Para resumir o trabalho, nossa intenção com a construção de todos esses cenários é fazer tanto as crianças como também os adultos sentirem a leitura para além do papel dos livros ou das telas", destaca a educadora.

As visitações escolares agendadas já passaram de 130 mil, e Rona espera que, até o último dia de evento, haja um recorde na quantidade de visitas na exposição.

Inclusão? Presente!

De acordo com Rona, o desafio de incluir grupos específicos em trabalhos grandes como da "Pela Estrada a fora" é extremamente difícil e delicado: "nosso sonho é um dia fazer essa floresta inteira sensorial. A gente vai chegar lá! Mas vamos aos poucos incluir as deficiências, e para este ano, temos uma força maior para as deficiências visuais. Então, os recortes eram a maneira de tornar isso sensível e notório para quem tenha dificuldade de ver imagem."

Em todas as tocas, existem os trabalhos de tridimensionalidade do toque, para que as pessoas com deficiências visuais possam perceber e imaginar os objetos e todos os cenários do espaço.