Garanta a segurança do corpo como um todo, seja no banho de mar, proteção solar ou alimentação

 

Por: Déborah Gama

 

O mês de janeiro tem cheiro de praia, férias e verão. Para os cariocas, é quase impossível resistir à vontade de juntar os amigos e passar um dia com os pés na areia e de frente para o mar. Mesmo em meio aos momentos de descontração, é importante destacar os cuidados essenciais com o corpo.

 

Alto índice de afogamentos 

As praias são os cenários de verão mais populares, mas com o aumento de pessoas e os fatores naturais de cada praia, o número de afogamentos nos primeiros dias de 2024 teve, pelo menos, um aumento de 320% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com o Corpo de Bombeiros, entre os dias 1º e 21 de janeiro de 2024, foram registrados 5.420 casos de afogamento nas praias do Rio.

A Praia da Barra da Tijuca é uma das praias com o maior número de afogamentos no Estado e, apenas em 2024, já registra 1.660 casos. Já a Praia do Recreio contabiliza 350 afogamentos.

 

Quais praias são seguras?

O major Fabio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, explica que as praias do Rio de Janeiro são diferentes e podem ser divididas em duas categorias: Praias Intermediárias, como praias da Zona Sul, da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Elas possuem areia fofa e fina, e tem um declive leve; e Praias do Tombo, com praias da Zona Oeste (como a da Macumba) e da região oceânica. Nessas, o grão de areia é mais grosso e a profundidade do mar aumenta muito rápido.

Praia da Barra da Tijuca (Foto: Marcelo Piu/Prefeitura do Rio)

“Nesse tipo de praia, não é recomendado ficar na beira, porque, além da profundidade, existe também a arrebentação, que acontece mais próxima da faixa de areia. Nisso, a onda vem alta e e quebra em cima de quem está na beira, muitas vezes uma criança com um balde de água ou um idoso”, explica o major.

Além disso, outro risco apontado pelo bombeiro são as valas (tecnicamente conhecidas como “correntes de retorno”), que são responsáveis por, em média, 80% dos afogamentos que acontecem nas praias do Rio.

É importante destacar que nenhuma praia tem “risco zero”. Mesmo que o mar aparente estar calmo, é necessário observar as bandeiras hasteadas pelos guarda-vidas: Verde para locais de baixo risco, amarelo para médio risco e vermelho para “em hipótese alguma você deve entrar”.

 

Orientações dos Bombeiros 

Para um banho de mar seguro, o major Fabio Contreiras apontou os seguintes pontos:

- Respeitar as bandeiras;

- Ficar próximo à um posto de guarda-vidas;

- Não ingerir bebidas alcoólicas de forma alguma;

- Não entrar no mar de noite;

- Manter as crianças sempre acompanhadas e até um metro no mar;

- Sempre que tiver dúvidas sobre a segurança do mar, procure conversar com o guarda-vidas.

(Foto: Freepik)

O major também destaca que, se o banhista for surpreendido por uma corrente de retorno, é recomendado que não tente nadar de volta à praia, mas flutue e acene para os guarda-vidas. “O aceno é muito importante. Somos treinados para identificar esses movimentos”, finaliza o profissional.

 

Cuidados com a pele na praia 

Além dos cuidados no mar, proteger a pele também é essencial. Durante o verão, a emissão dos raios UVA e UVB se intensificam e refletem mais sobre a Terra. A pele desprotegida, quando em contato com tais raios solares, pode ser afetada ao ponto de ter o DNA celular danificado, que pode gerar defeitos genéticos, como o câncer de pele, envelhecimento precoce, melasma e lesões dérmicas.

De acordo com a médica especializada em estética avançada, Dra. Mariana Zaú, a pele pode ser protegida na praia através das seguintes atitudes:

- Ir à praia em horários antes da 10 horas e após as 16 horas, quando a incidência de raios solares é menor;

- Após cada mergulho, é importante molhar o corpo com água doce, para retirar o excesso de sal que desidrata a pele e os cabelos;

- Utilizar água termal para repor os minerais da pele e manter a hidratação;

- Reaplicar o protetor solar a cada 2 horas, ou em caso de contato com a água ou transpiração excessiva;

- Para pessoas calvas ou com alopecia, aplicar o protetor solar no couro cabeludo é essencial. Uma sugestão é o protetor em spray, que garante mais conforto e adaptabilidade;

- Manter-se nas sombras e utilizar chapéus, roupas especiais e óculos de sol.

 

Quantidade certa de protetor solar 

A Dra. Mariana Zaú também explica que o protetor solar age de duas formas: como uma barreira física, através da composição com dióxido de titânio, que forma uma barreira reflexiva que impede que a radiação penetre na pele; e também como barreira química, que absorve a radiação e a modifica até que não seja ofensiva à pele.

Portanto, a utilização do protetor solar é essencial. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologista (SBD), a quantidade ideal de protetor solar para cada parte do corpo é:

- 1 colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça;

- 1 colher de chá de protetor solar na parte da frente do tronco e outra para a parte de trás;

- 1 colher de chá de protetor solar para cada braço;

- 1 colher de chá para a parte da frente de cada perna e outra para a parte de trás de cada perna.

 

Pele acneica no calor 

“Não deve ser utilizado o mesmo protetor solar corporal no rosto, pois a área facial geralmente é mais oleosa, portanto os protetores solares faciais tendem a serem menos comedogênicos, ou seja, com pouca capacidade de entupir os poros e estimular cravos e espinhas”, aponta a médica especialista em estética avançada.

Durante o verão, é essencial evitar o excesso de produtos e limpar a pele adequadamente. “Aposte em uma dupla limpeza facial com água micelar para retirar as impurezas e, sem seguida, um sabonete, finalizando com um hidratante com textura oil free, para diminuir as chances de abstruir os poros da face”, esclarece Mariana Zaú. 

 

Alimentação saudável e refrescante

Devido ao alto índice de transpiração, é recomendada a ingestão de líquidos, como água, água de côco e isotônicos. Além disso, outras dicas para o período de calor foram listadas em uma matéria anterior do Jornal da Barra. Para ler, clique aqui.