Ana Estela de Sousa Pinto (Folhapress)

Se a princesa Diana estivesse viva, qual seria seu rosto aos 60 anos, que ela completaria nesta quinta (1º)? Que roupas vestiria, que causas estaria promovendo? Que tipo de sogra seria e o que acharia das polêmicas provocadas por seu filho mais novo, o príncipe Harry, e da mulher dele, Meghan Markle?

Vinte e quatro anos após sua morte em Paris, a garota alta e loira que queria ser bailarina e se transformou numa das maiores celebridades globais ainda atrai milhões de pessoas que, não contentes em relembrar seu passado, também reescrevem seu imaginado futuro.

As feições maduras da chamada "princesa do povo" ao completar seis décadas estão em dezenas de jornais, revistas e contas de rede social, que usaram aplicativos para envelhecer suas antigas fotos ou recorreram a ilustrações.

Os resultados expõem mais ou menos rugas, mais ou menos cabelo e mais ou menos decotes, mas destacam sempre o olhar violeta enviesado de Diana Frances Spencer, que virou lady aos 14 anos, quando seu pai herdou um condado, e passou a ditar moda aos 19, quando ficou noiva do primeiro homem na linha de sucessão da família real.

A Woman´s World, por exemplo, arrisca que a princesa manteria seus cabelos grisalhos "tão graciosamente quanto nossas mulheres favoritas que abraçam o envelhecimento naturalmente".

Já a francesa AmoMama a imagina usando roupas da coleção Fenty, lançada pela cantora Rihanna, e atuando como embaixadora da causa LGBT, "especialmente para homens e mulheres em transição, em luta contra a exclusão de uma sociedade que não os compreende". Com base em seu passado difícil na família real, ela aprovaria o movimento por mais autonomia de Harry e Meghan.

TERNINHOS DITAM MODA

Diana virou a mulher mais fotografada do mundo, uma "influencer" do mundo analógico, desde antes de virar princesa. Uma foto sua calçando galochas quando ainda era noiva foi o suficiente para fazer disparar as vendas do modelo.

Foi ela a primeira integrante da família real a usar calça comprida num evento oficial noturno, nos anos 1990, popularizando os terninhos. "O que escolhia vestir era uma mensagem para o mundo, e ela foi uma líder fundamental para minha geração na definição de como você poderia se apresentar como mulher", disse Jessica Hobbs, que dirigiu dois episódios focados em Diana da 4ª temporada de "The Crown", ao jornal americano LA TYimes.

A princesa foi nomeada para o Hall da Fama dos mais bem vestidos do mundo em 1989 e incluída na lista de maiores ícones de moda de todos os tempos pela revista Time, em 2012. Seus looks mais famosos foram compilados por várias revistas de moda, como a Harper's Bazaar.

Sua influência não ficou restrita ao passado, porém. A marca nova-iorquina Rowing Blazers, concebida para a geração milênio, inspirou-se em Diana, alguém com idade para ser mãe de suas crianças, ao lançar a primeira coleção de moda feminina.

Deu certo. Suéteres que custavam US$ 295 (cerca de R$ 1.500) se esgotaram em instantes, disse na época o fundador da marca, Jack Carlson, ao jornal The Times: "Diana estava muito à frente do seu tempo".

Foi também com Lady Di em mente "como alguém que era incrivelmente destemida e tinha uma compaixão humanitária incrível" que a estilista americana Tory Burch criou a coleção de primavera e verão que mostrou na New York Fashion Week 2020. Nessa versão contemporânea, a influência dos anos 1980 ingleses aparece em florais, listras e bolinhas, clássicos abotoados e saias esvoaçantes usadas com tênis.

DO CONTO DE FADAS À TRAGÉDIA

Mesmo antes de entrar no foco de fotógrafos, jornalistas e fãs do mundo todo, Diana já tinha estilo e vida própria para além dos limites e padrões da nobreza britânica, da qual ela fazia parte.

Na escola, revelou talento para o piano, o teatro e a dança. Aos 17 anos, ela se mudou para um apartamento que dividia com amigas em Londres e, por um tempo, cuidou do filho de um casal americano e trabalhou como professora do jardim de infância Young England School.

Tinha acabado de fazer 20 anos quando começou seu infeliz casamento com Charles, em 29 de julho de 1981, que lhe deu dois filhos (William e Harry) e uma série de "deveres reais" que se transformaram em incontáveis oportunidades para que fosse fotografada, filmada, discutida, interpretada e copiada até hoje.

Em redes sociais, centenas de milhares de fãs ainda acompanham fotos de seu passado ou notícias sobre seus herdeiros em páginas dedicadas a ela. Mais de 56 mil pessoas seguem a conta @LadyDiRevengeLooks, onde a princesa aparece de recatado vestido de poás ou de um questionável maiô de oncinha.

Sua figura esguia, de olhar infantil e assustado, era adequada para o clima de contos de fadas criado em torno dela, e o vestido de tafetá de seda desenhado para seu casamento pelo casal de estilistas David e Elizabeth Emanuel, com um véu preso pela tiara de diamantes da família Spencer e um buquê de gardênias, lírios-do-vale, frésia branca, rosas douradas, orquídeas brancas elevou a fantasia ao ápice.

Além da aglomeração de centenas de milhares de pessoas no trajeto entre o Palácio de Buckingham e a catedral de Saint Paul, seu casamento foi acompanhado ao vivo por mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo e até hoje faz grudarem na tela os olhos de espectadores quando é exibido em documentários, séries ou filmes sobre a família real. No YouTube, um dos vídeos do evento foi visto mais de 24 milhões de vezes e há dezenas de coberturas, em capítulos, com outros milhões de audiência.

A princesa sempre esteve fortemente associada ao mundo da moda, e patrocinava e divulgava designers britânicos -como Catherine Walker, Victor Edelstein e Christina Stambolian- e vestia modelos ousados, onde eram comuns ombros e costas de fora e fendas que mostravam suas pernas. Ficou famoso seu "vestido da vingança", de seda preta, curto, justo e decotado, usado em 1994 logo após Charles admitir que a traía em uma entrevista.

UMA PRINCESA NO CRISTO REDENTOR

No Brasil, onde ela esteve em abril de 1991, usou uma saia branca acima dos joelhos e uma blusa estampada ajustada na cintura por uma larga faixa verde bandeira na visita ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Ombreiras estruturavam o conjunto creme de grandes botões, mangas ¾ e sobressaia entreaberta com o qual ela caminhou de mãos dadas com crianças de instituições de caridade, um compromisso que a deixou muito emocionada, segundo relatos da época.

Não escapou dos paparazzi, que a flagraram de maiô violeta com alças cruzadas às costas na piscina do hotel Copacabana Palace. Verde-água, aliás, foi a cor escolhida para um encontro com a então primeira-dama, Rosane Collor, que garantiu o contraste ao envergar pink da cabeça aos pés, em Brasília.

Um vestido vermelho-maravilha de ombros de fora foi a escolha para evento oficial noturno no Rio, e um modelo floral, de manguinhas bufantes, ganhou sua vez em compromisso diurno em São Paulo, acompanhado de uma bolsa do tipo carteira e um colar de pérolas. Nos dois casos, usou escarpins forrados da cor predominante de seus trajes, com saltos médios.

Seus sapatos, aliás, tinham sempre saltos comedidos, para não exagerar ainda mais sua altura. Com 1,78 metro, Diana tinha a mesma estatura do marido e usou um modelo quase plano em seu casamento, embora apareça mais baixa em várias fotos oficiais -o que provocou e provoca até hoje protestos de seus fãs.

Quando não podia escapar de calçados formais, é comum vê-la levemente encurvada, como se estivesse constrangida por obrigar seus interlocutores a erguer a cabeça. Após o divórcio, em 1996, estilistas viram uma mudança no estilo de Lady Di, com vestidos de um ombro ou tomaras que caia, ternos em estilo militar ou em dois tons, macacões e roupas neutras da cor nude.

Ciente do valor da sua "marca pessoal", ela promovia em 1997, meses antes de morrer, a venda de uma série de vestidos e ternos que usara, cujos rendimentos seriam revertidos para instituições de caridade.

ESTÁTUA E DOCUMENTÁRIO NO ANIVERSÁRIO

Em seu 60º aniversário, uma estátua encomendada por seus filhos será instalada no chamado Jardim Submerso, um dos lugares favoritos da princesa de Gales, no Palácio de Kensington, onde ela morava.

O evento para descobrir a escultura já atrai a atenção dos admiradores da família real, por causa do recente mal-estar causado por declarações do duque e da duquesa de Sussex na entrevista a Oprah Winfrey. Já é certo que os dois irmãos, Harry e William, estarão juntos, mas havia grande curiosidade sobre a presença de Megan.

Segundo a mídia britânica, a duquesa de Sussex ficará na Califórnia, cuidando dos filhos do casal, Archie, 2, e Lilibet Diana, recém-nascida no dia 4 de junho. A data também foi motivo para o lançamento de um novo documentário, de 90 minutos, que estreou na iTV na última quinta (24). No texto de divulgação, Diana é descrita como "a jovem que se casou com um príncipe, mas se tornou a princesa do povo, internacionalmente amada por seus próprios méritos e um dos membros da realeza mais adorados de todos os tempos".

Folhapress

Vanessa Bryant, viúva do ex-astro do basquete Kobe Bryant, entrou em um acordo judicial com a empresa de helicópteros ligada ao acidente que matou o norte-americano, uma de suas filhas e mais sete pessoas no início de 2020. As informações são da Sky News.

De acordo com a emissora, os termos entre a mulher e a Island Express Helicopter foram acertados com um juiz federal ontem e não vão se tornar públicos no momento. Caso o tribunal aprove o acordo, o processo por homicídio culposo e negligência contra Ara Zobayan, piloto do helicóptero em questão que também morreu no acidente, será encerrado.

Em fevereiro deste ano, investigadores de segurança dos EUA afirmaram que Zobayan cometeu uma "aparente violação dos padrões federais" no trajeto. O helicóptero, segundo o relatório, não tinha falhas mecânicas. A empresa, por outro lado, afirmou que o acidente foi "um ato de Deus" e negou qualquer tipo de responsabilidade.

Phillippe Watanabe (Folhapress)

Uma pesquisa de cientistas da Nasa e da Noaa (Agência de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos), recentemente publicada no periódico científico Geophysical Research Letters, mostra um aumento da energia aprisionada na Terra no período que começa em meados de 2005 e se estende até meados de 2019.

Mas o que esse desequilíbrio energético da Terra (na sigla inglesa, EEI, que significa Earth's Energy Imbalance) de fato significa? Trata-se, basicamente, da diferença entre a energia solar que fica na Terra e o que "refletido" para o espaço.

O estudo publicado aponta para a importância desse balanço energético, que, quando positivo (como é o caso agora), acaba sendo traduzido em "sintomas" como aumento de temperatura global e oceânica e elevação do nível do mar.

Cerca de 90% desse excesso de energia do desequilíbrio acaba nos oceanos, o que possibilitou uma parte das medições e coletas de dados, a partir de boias marítimas do programa internacional Argo, relacionados ao fenômeno. A outra parte da coleta de dados foi feita a partir do Ceres (Clouds and the Earth's Radiant Energy System), da Nasa, que registra valores de energia/radiação capturada e refletida. Ambas acabaram apontando para o mesmo caminho, o aquecimento.

"As tendências que observamos foram bastante alarmantes, em certo sentido", afirmou Norman Loeb, autor do estudo e pesquisador do Ceres/Nasa em comunicado. "As duas maneiras de olhar para as mudanças no desequilíbrio de energia da Terra estão em concordância muito, muito boa, e ambas mostram essa tendência muito grande, o que nos dá muita confiança de que o que estamos vendo é um fenômeno real."

Parte do problema está na ação humana de emissões de gases-estufa. Com eles, como o CO2, por exemplo, mais radiação fica "presa" no planeta (daí a ideia de efeito estufa), o que leva a derretimento de geleiras e alterações em nuvens -acontecimentos que, por sua vez, também acabam contribuindo para o aquecimento da Terra.

Mas, ao mesmo tempo, a responsabilidade no caso apresentado no estudo não é só humana. Uma oscilação natural de temperatura no oceano Pacífico também teve um papel importante no desequilíbrio.

"É provavelmente uma mistura de forças antropogênicas e variabilidade interna", afirmou Loeb. "E, nesse período, ambos estão causando aquecimento, o que leva a uma mudança grande no desequilíbrio de energia da Terra. A magnitude do aumento não tem precedentes." De toda forma, o período analisado é curto e, por isso, não permite conclusões mais amplas. O pesquisador da Nasa alerta, contudo, para o fato de que, caso a absorção de calor na Terra não diminua, esperam-se maiores mudanças climáticas do que as que já estão em curso.

Folhapress

No marco de 30 dias para o início dos Jogos Olímpicos, os protestos contra a realização do evento ganharam novo fôlego no Japão. Uma aliança de 15 grupos contrários à competição em um momento em que a pandemia ainda está longe de ser controlada no mundo foi às ruas com cartazes e gritos de ordem pedindo o cancelamento dos Jogos. A multidão se concentrou em frente ao prédio da Prefeitura de Tóquio, às 18h (horário local), e marchou até a estação de Shinjuku, a cerca de 500 metros dali.

Os manifestantes carregavam faixas de protesto e um boneco com rosto de caveira com mensagem ao vice-presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o australiano John Coates, que está em visita ao Japão: "Bem-vindo ao Armagedon. Tóquio 2020." O grupo pedia respeito à vida, temeroso de que a vinda de tantas delegações estrangeiras ajudem a disseminar o novo coronavírus no país.

Para evitar o espalhamento da doença, o Japão fechou precocemente suas fronteiras em março de 2020. O país teve 788 mil infectados e 14.451 mortes até o momento, números relativamente baixos em comparação a países mais atingidos pela pandemia, como Estados Unidos e Brasil. No entanto, apenas 8,2% da população recebeu a segunda dose da vacina e está totalmente imunizada até esta quarta (23). Os dados são do site Our World in Data.

O protesto acontece pouco depois de o Comitê Organizador divulgar que haverá permissão de até 10.000 torcedores locais nos estádios ou no máximo 50% da capacidade da arena (o que for menor), o que é outro motivo de preocupação.

Nem o fato de o comitê anunciar que não haveria venda de bebidas alcoólicas nas arenas olímpicas esfriou os ânimos da população. Inicialmente, a imprensa local chegou a noticiar que o comitê cogitava permitir o comércio de álcool nas instalações olímpicas.

A oposição aos Jogos Olímpicos no país vem crescendo. Segundo a última pesquisa divulgada pela agência Kyodo, 86% dos japoneses são a favor de que a Olimpíada seja adiada pela segunda vez ou cancelada. Outros 40% pedem que o evento seja realizado sem público.