Redação

Mulher, negra, situação financeira difícil e moradora da Zona Oeste. Com apenas 21 anos, Chayenne Silva descobriu desde cedo que nada seria fácil. Contra todas as dificuldades que a vida lhe impôs e as muitas vezes em que ouviu que não seria possível chegar longe, a velocista brasileira não se abalou. Desde os tempos em que era atacante do time de futebol da escola, em Paciência, até dar os primeiros passos no atletismo na Vila Olímpica Oscar Schmidt, em Santa Cruz, a carioca decidiu que o seu destino dependia apenas da própria vontade. E o resultado do seu esforço está explícito: na próxima sexta-feira, ela segue para representar o Brasil nos 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam dia 23 de julho.

Mulher mais rápida do país na modalidade (55s15), quebrando um recorde que durava 12 anos, Chayenne usa os últimos dias no Rio para treinar no equipamento da Prefeitura, em Santa Cruz, e assimilar a realização do maior sonho da vida.

– Disputar a Olimpíada é o sonho de qualquer atleta, é o auge. Quero fazer o melhor possível, brigar por uma medalha, mas me sinto com uma missão cumprida: a de mostrar que a gente pode. A gente que é mulher, é preta, é da Zona Oeste, passa por dificuldades. Minha família nunca pensou em desistir. Hoje eu me vejo como um exemplo para crianças, mulheres… A gente pode chegar longe. Eu estou indo para Tóquio por todas nós – diz Chayenne, sem conseguir esconder a emoção.

Nesta terça-feira (13), além de uma sessão de entrevistas, a velocista recebeu a visita do secretário de Esportes Guilherme Schleder, de quem Chayenne se aproximou em janeiro, quando foi consultada sobre a forma de melhorar o piso da pista de treinos na Vila Olímpica. Para ela, as novas instalações do local vão ajudar muito na formação de novos atletas.

– A situação melhorou muito. A vila de Santa Cruz é a minha casa, faço questão de treinar aqui para as pessoas da área verem que podem ter um caminho vitorioso também – explicou.

 

Atleta recebeu homenagem do secretário de Esportes – Alexandre Macieira/Prefeitura

 

O secretário Guilherme Schleder entregou um placa de agradecimento e desejou boa sorte em Tóquio.

– Uma alegria enorme ter a Chayenne indo para a Olimpíada, por ela ser cria de Santa Cruz e usar o espaço desde pequena. E as vilas são isso, para o primeiro contato com o esporte. Quando a gente tem uma atleta que se destaca como a Chayenne, que vai para uma Olimpíada, é uma satisfação enorme. Vamos dar todo o apoio que a Prefeitura puder para que ela continue treinando no Rio e que venham daqui muitos outros atletas. Que ela traga uma medalha – afirmou Schleder.

Julianne Cesaroli (Folhapress)

A Fórmula 1 vai testar um novo formato de disputa no GP da Grã-Bretanha, que será realizado neste fim de semana. No sábado (17), o grid de largada será definido por uma corrida mais curta, com um terço da duração da prova de domingo, valendo pontos para o campeonato. O grid desta corrida curta, que ganhou o nome oficial de "sprint", será definido na sexta-feira.

Esse novo formato vai se repetir no GP da Itália, em setembro, e em outra prova fora da Europa, possivelmente no Brasil. A novidade será transmitida pela TV Bandeirantes.

Trata-se de uma tentativa de tornar as sextas-feiras mais atrativas, já que hoje só são realizadas duas sessões de treinos livres no primeiro dia de atividades, ao mesmo tempo em que a Fórmula 1 estuda a possibilidade de diminuir a duração de suas corridas, uma vez que há a avaliação de que o público mais jovem preferiria GPs mais curtos. É também uma tentativa de adicionar mais uma variável para tornar as corridas mais interessantes.

"Aquela corrida de duas voltas que acabamos tendo em Baku foi um dos melhores momentos da temporada até aqui", lembrou o diretor técnico da Fórmula 1, Ross Brawn. "Isso não será tão intenso, mas carrega a mesma ideia de pilotar com o pé embaixo, sem estratégia, sem pit stops, em um pouco mais de meia hora de ação", completou.

Não que todo mundo concorde. Lewis Hamilton acredita que a corrida do sábado será "um trem", já que os pilotos não vão querer arriscar. "Tomara que tenhamos ultrapassagens, mas não acho que será muito emocionante".

Se a novidade for bem recebida, a ideia não é mudar todo o campeonato no futuro, e sim escolher algumas pistas em que as ultrapassagens são mais comuns para que elas adotem esse formato. Afinal, o calendário da Fórmula 1 vem se expandindo cada vez mais, e a avaliação é de que ter um formato apenas pode ser monótono.

Como vai funcionar o formato do GP da Grã-Bretanha

Classificação da sexta-feira: Após apenas uma sessão de treinos livres de 1h de duração (geralmente, são realizadas três sessões de 1h cada), os pilotos vão disputar a sessão de classificação tradicional, dividida em três partes (Q1, Q2 e Q3). Essa sessão, que começa às 14h pelo horário de Brasília, vai definir o grid de largada para a classificação sprint do sábado.

Sprint do sábado: Com o grid definido pela sessão da sexta-feira, o sprint terá 100km, o que significa 17 voltas em Silverstone, com largada às 12h30. Não há troca de pneus obrigatória, e os pilotos podem escolher com qual composto largam. O resultado do sprint vai definir o grid de largada para o GP da Grã-Bretanha. Os três primeiros ganharão pontos (3 para o primeiro, 2 para o segundo e 1 para o terceiro). Não haverá cerimônia de pódio, mas o vencedor ganhará um troféu.

Corrida do domingo: Com o grid definido pelo sprint, o GP da Grã-Bretanha tem largada às 11h e terá 52 voltas, como de praxe, e a pontuação é a mesma das outras provas (de 25 pontos para o vencedor até 1 ponto para o décimo colocado, com um ponto extra dado a quem fizer a volta mais rápida contando que o piloto termine dentro do top 10). Há a obrigatoriedade de usar pelo menos dois compostos de pneus diferentes, então a corrida terá pit stops.

Perguntas e respostas sobre o novo formato da Fórmula 1

Quem fica com a pole nas estatísticas?
O vencedor do sprint, e não quem fizer o tempo mais rápido na classificação de sexta-feira.

Quantos jogos de pneus estarão disponíveis?
Cada piloto terá direito a um jogo a menos do que o normal - 12 jogos de pneus de pista seca em vez de 13. A escolha de pneus é totalmente livre para as duas corridas (a sprint de sábado e a de domingo). Ou seja, cai a regra de que os pilotos que vão para o Q3 precisam largar com os pneus com os quais fizeram seus melhores tempos no Q2.

Como fica o parque fechado?
Em um fim de semana normal na Fórmula 1, poucas configurações podem ser alteradas a partir do momento em que o carro vai à pista pela primeira vez na classificação, no que é chamado de "regime de parque fechado". Esse regime começa a valer a partir da sessão de classificação da sexta-feira, obrigando as equipes a encontrarem uma configuração que seja boa tanto para uma volta lançada quanto para os dois tipos de corrida.

E se houver um acidente no sprint?
O processo é o mesmo de um acidente na classificação: o regime de parque fechado permite trocas de peças e reparos caso haja algo quebrado. Mudanças nos freios e nos dutos de freio também serão permitidas.

Quem vai pagar a conta por uma corrida a mais?
Esse foi um entrave porque, justamente em 2021, está entrando em vigor um teto orçamentário para as equipes. A solução foi negociar com as equipes um pacote de cerca de 500 mil dólares para os três fins de semana em que o sprint deve ser realizado, além de uma compensação extra no caso de acidentes no sábado.

Alexandre Araújo e Bernardo Gentile (Folhapress)

Em busca de um substituto para o técnico Marcelo Chamusca, o Botafogo recebeu uma resposta negativa de Lisca, até então prioridade da diretoria. Agora, o clube volta a analisar opções no mercado e tenta um acerto o quanto antes.

Confirmada pela reportagem, a informação sobre a recusa foi publicada, primeiramente, pelo GE.com. Havia um otimismo em relação a um final feliz com o avanço das tratativas. O clube chegou a apresentar uma proposta com os valores pedidos, mas o ex-treinador do América-MG acabou declinando em seguida.

A diretoria tem outros nomes no radar e busca técnicos com mais experiência. O entendimento é que, agora, não há espaço para apostas, principalmente por ser uma "cartada final", uma vez que, com as novas regras do Campeonato Brasileiro, os clubes só podem demitir comandantes em apenas uma oportunidade.

Em crise financeira, o time alvinegro olha alternativas para que as negociações fiquem dentro da atual realidade.

A saída de Chamusca foi anunciada no começo da tarde de terça-feira (13). O treinador já vinha pressionado, e o início cambaleante na Série B teve peso na decisão. O técnico deixou General Severiano com 50% de aproveitamento, obtendo, em 27 partidas, 9 vitórias, 12 empates e 6 derrotas.

O Botafogo voltará a campo no sábado (17), contra o Brusque, fora de casa. Com 13 pontos, o time alvinegro ocupa a décima colocação.

Folhapress

A Conmebol admitiu erro por parte do árbitro de vídeo no gol anulado do Cerro Porteño (PAR) contra o Fluminense em confronto ocorrido nesta terça-feira (13), pela ida das oitavas de final da Copa Libertadores.

A entidade divulgou vídeo com o áudio da cabine do VAR no momento da análise e reconheceu o equívoco dos árbitros ao marcarem o impedimento. "O VAR checou a jogada com um ângulo muito fechado, deixando de levar em conta um defensor que está na parte inferior da tela para a colocação de linhas virtuais. Esse defensor habilitaria todos os atacantes, caracterizando um erro na decisão final", confirma o vídeo da Conmebol.

Após o jogo, o técnico do Cerro Porteño ainda questionou por que o assistente levantou a bandeira enquanto o lance acontecia e não esperou o fim da jogada, como recomenda o protocolo. Apesar de admitir o erro, a Conmebol garante que a divulgação dos áudios tem objetivo didático e não muda o resultado do jogo.

Fluminense e Cerro Porteño se enfrentaram pelo primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores. Os cariocas saíram do Paraguai com a vitória por 2 a 0, com gols de Nenê e Egídio. O time comandado por Roger Machado chega com vantagem no jogo de volta, que acontece na próxima terça (20) no Maracanã.

Folhapress

Apresentado como novo técnico do Flamengo na segunda-feira (12), Renato Gaúcho não perdeu muito tempo e tentou encurtar ao máximo a fase de adaptação ao novo território. Após suas primeiras palavras como rubro-negro, o treinador trocou o sapato pela chuteira e foi conhecer as dependências do Ninho do Urubu antes de ir ao campo.

Em seu primeiro dia, Renato mais ouviu do que falou e conversou com os diversos setores que atuam no centro de treinamento. Trocou ideias com os responsáveis pela preparação física e também reservou um tempo para matar as saudades de velhos companheiros.

Juan, hoje gerente técnico, jogou com o ex-atacante em sua última passagem pela Gávea e foi um dos responsáveis por acompanhar o gaúcho em sua chegada. Massagista com 40 anos de casa, Denir foi outro que recebeu atenção especial do comandante.

No gramado do Ninho do Urubu, Renato deixou de lado os gestos largos e teve uma conversa em tom sereno com o elenco. Por cerca de 20 minutos, explicou aos comandados os seus métodos de trabalho e deixou uma mensagem de confiança irrestrita na retomada do bom futebol do atual bicampeão do Brasileiro.

"Treinar o Flamengo e jogar no Flamengo é diferente. A cobrança é grande, mas gosto de desafios. Estou aqui para trabalhar e conquistar. Reforços, todo treinador gosta de ter, mas nem sempre é possível. Importante é trabalhar com o que a gente tem aqui. Mas o grupo é maravilhoso, é muito forte", disse Renato.

Ele ainda bateu papo individualmente com os atacantes Gabigol e Rodrigo Muniz e acompanhou atentamente a atividade em campo. Como os atletas que jogaram na vitória por 2 a 1 sobre a Chapecoense no domingo (11) fizeram trabalho mais leve, os demais disputaram um coletivo contra os jovens do sub-20.

"Gosto de trabalhar com os garotos. Ainda no Maracanã, eu falei com as pessoas e pedi para marcarem um coletivo contra os garotos. Não tenho medo de lançar um garoto, mas tem de ser na hora certa e no momento certo. Gosto de dar oportunidades", ressaltou.

Já nesta terça (13), Renato comandou sua primeira atividade com todos os rubro-negros à disposição. O treino ocorreu durante a manhã, horas antes de a delegação embarcar para a Argentina, onde haverá o jogo contra o Defensa y Justicia (ARG) nesta quarta (14), 21h30, pelas oitavas de final da Libertadores.

Para sua estreia, o técnico já terá de quebrar a cabeça para montar a equipe. Sem William Arão, que cumpre suspensão, ele vai estudar alternativas para montar um meio-campo que já anda bastante desfalcado desde a saída de Gerson e a lesão de Diego.

Com lesão na coxa, Bruno Henrique também está fora de combate para o confronto. Além dele, o zagueiro Rodrigo Caio, com edema na panturrilha, foi vetado da lista de relacionados para a estreia de Renato à frente do Flamengo.

Estádio: Norberto Tomaghello, em Florencio Varela (ARG)
Horário: 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (14)
Árbitro: Eber Aquino (PAR)
VAR: Derlis López (PAR)
Transmissão: Fox Sports