Redação 

Natália Steiner, de 15 anos, começou na natação ainda bebê, por lazer e pela saúde, por incentivo dos pais, Frederico e Larissa. Aos 9, passou a competir e, desde então, vem colecionando conquistas. A mais recente foi no Brasileiro Juvenil, em Recife, no domingo, quando venceu os 200m peito, 2min43s, a melhor marca de sua carreira.

- Treino isso durante anos e anos e consegui bater este meu objetivo, mas foi muito difícil chegar lá – conta Natália.

Apesar da pouca idade, Natália, resiliente, tem consciência do que está plantando nas piscinas:

- Treino de manhã até de noite, também malho. É uma rotina muito complicada, não é uma vida de adolescente normal, igual à que os outros têm. Mas tudo tem um propósito e eu amo muito o que faço e tenho certeza de que nunca vou me arrepender do que estou ‘perdendo’ – analisa.

E a atleta do Flamengo tem um grande parceiro para aliar os treinos, competições e estudos: o CEL Intercultural School, onde cursa a 1ª série do Ensino Médio:

- Treino três vezes por semana de madrugada, em torno das 5h, e acabo perdendo o primeiro ou segundo tempo da escola. Mas o CEL tem sido muito parceiro, vem abrindo muitas portas para mim, está se formando uma amizade muito boa entre a gente. Porque eles me ajudam quando preciso. Às vezes viajo para competir e tenho que faltar uma aula ou outra.

Em 2020, a filha de Frederico e Larissa foi, nas tomadas de tempo, tetracampeã brasileira nos 100m peito e 200m peito, além dos 200m medley e 400m medley.

Com convocações frequentes para a seleção de base do Brasil há dois anos, Natália mostra personalidade ao ser perguntada sobre quem é sua maior inspiração no esporte.

- Tenho um ídolo que é o (Michael) Phelps (americano), admiro muito as pessoas, mas eu me inspiro em mim mesma. Eu não falo: ‘quero ser tal pessoa’. Quero ser eu, fazer o meu melhor, mas admiro muitos. Dentre eles, o Phelps.

Folhapress

Com as duas medalhas conquistadas nesta quinta-feira (29), na ginástica e no judô, o Brasil chegou ao fim do nono dia de competições nos Jogos Olímpicos de Tóquio com sete medalhas (uma de ouro, três de prata e três de bronze).

O primeiro brasileiro a subir ao pódio no Japão foi Kelvin Hoefler, 28, no domingo (25). Ele, que na infância era o "menino maluquinho" e ganhou o skate para gastar energia, ficou com a medalha de prata no skate street.

Horas depois foi a vez de Daniel Cargnin, 23. O gaúcho conquistou o bronze no judô, na categoria até 66 kg. Ele conseguiu o feito mesmo tendo sua preparação para os Jogos prejudicadas por ter contraído coronavírus.

Já nas primeiras horas de segunda-feira (26), Rayssa Leal, 13, fazia história e se tornava a medalhista mais jovem do Brasil. Conhecida como Fadinha, ela ficou com a prata na disputa do skate street.

No mesmo dia, foi a vez do nadador Fernando Scheffer, 23, conquistar o bronze nos 200 m livre. Durante sua preparação para Tóquio, ele chegou a treinar num açude, por causa das restrições impostas durante a pandemia.

Veio então o surfe, na terça (27), e com ele a primeira medalha de ouro, de Ítalo Ferreira, 27. O menino potiguar que pegava ondas numa tampa de isopor venceu o japonês Kanoa Igarashi, 23, na final da modalidade. Gabriel Medina, cotado como favorito, acabou ficando em quarto lugar.

Nesta quinta (28), a judoca Mayra Aguiar, 29, ganhou o bronze na categoria até 78 kg. Ela é a primeira atleta brasileira a ganhar três medalhas num esporte individual. Também foi medalhista de bronze em Londres-2012 e nos Jogos do Rio-2016. O judô é o esporte que mais deu medalhas a brasileiros na história das Olimpíadas. Já são 24. Relembre aqui todas elas.

Horas depois, foi a vez de Rebeca Andrade ganhar a prata na ginástica na modalidade individual geral, a primeira do Brasil no feminino. Ela encerrou sua apresentação com uma performance no solo ao som de "Baile de Favela".

Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, o Brasil terminou com 19 medalhas (7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze). O país vai bem também nos esportes estreantes nas Olimpíadas de Tóquio, já que 3 das 7 medalhas vêm do skate e do surfe, que debutam nos Jogos.

Luciano Trindade (Folhapress)

Adversário do Brasil na semifinal do futebol masculino nos Jogos de Tóquio, o México já foi responsável por adiar o sonho da medalha de ouro brasileira. Em Londres, em 2012, o time formado por nomes como Neymar, Oscar, Lucas Moura, Ganso, Hulk, Thiago Silva e Marcelo foi superado na final pelos mexicanos.

A inédita medalha dourada na modalidade só seria conquistada nos Jogos do Rio, em 2016, quando o país superou a Alemanha na decisão. Mas aquela derrota para o México ainda ecoa.
"O México costuma ser sempre uma pedra no sapato do Brasil. É uma equipe difícil de jogar, tem grandes jogadores e grandes talentos. Vamos estudar a equipe deles para saber o que a gente pode aproveitar e o que temos que anular. Vai vir um grande jogo", disse o volante Bruno Guimarães.

A chance da vingança será nesta terça-feira (3), às 5h (de Brasília), no Estádio de Kashima. A TV Globo, o SporTV e o BandSports transmitem o confronto. A outra semifinal será entre Japão e Espanha.

Além do histórico favorável, o México conta com um poderoso ataque e vem embalado após a goleada por 6 a 3 sobre a Coreia do Sul. O Brasil, por sua vez, passou pelo Egito com uma vitória por 1 a 0, apesar de ter dominado a partida.

Como fator para tornar ainda mais difícil a tarefa brasileira, o técnico André Jardine não deverá contar com Matheus Cunha, artilheiro do time no ciclo olímpico, com 18 gols em 20 jogos. Ele sofreu uma lesão na coxa esquerda. Ainda assim, sua presença não está totalmente descartada, mesmo que inicie no banco de reservas. Caso não jogue, o treinador tem opções como a entrada de Malcom –com Claudinho mais próximo de Richarlison– e Martinelli.

Sem confirmar a escalação, Jardine afirmou que tentará surpreender. "Vamos nos preparar nos treinamentos, apesar do pouco tempo, ensaiar alguns movimentos e dar aos atletas alguns caminhos que, acreditamos, possam nos dar a vitória." Por enquanto, a seleção brasileira está invicta nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Foram três vitórias e um empate.

Redação

A pesquisadora Jamila Perini, da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) e do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), ambos no Rio de Janeiro, estuda qual o impacto da pandemia em atletas brasileiros. Cerca de 600 atletas, entre 18 e 45 anos, de mais de 20 diferentes modalidades esportivas participam da pesquisa. 

O estudo analisa a repercussão biológica, psicológica e social da covid-19 em atletas brasileiros, com o intuito de avaliar a prevalência da doença e identificar os fatores epidemiológicos, clínicos, atléticos, estilo de vida e de saúde associados à doença provocada pelo vírus SARS-CoV2 nesses indivíduos, incluindo o impacto financeiro e também psicológico.

No primeiro inquérito realizado por entrevistas online, no período de agosto a novembro de 2020, foram recrutados 414 atletas, após divulgação em redes sociais, e mais de 680 clubes e federações. Os primeiros resultados já foram publicados, neste ano, no periódico Biology of Sport. As análises sobre o impacto psicológico da pandemia, da quarentena e das dificuldades dos atletas em treinar e da falta de patrocínio estão em finalização. Mas os pesquisadores já identificaram que, durante a pandemia, os sintomas como ansiedade, insônia, depressão ou estresse foram autodeclarados por cerca de 80% dos 578 atletas que já responderam o questionário. Dentre esses, 513 (88,7%) relataram sintoma de estresse, 420 (72,7%) insônia, 268 (46,4%) ansiedade e 157 (27,2%) depressão.

Entre os dados já publicados, a investigação mostrou que menos de 50% dos atletas fizeram testes para covid no período. O baixo índice ocorre porque muitos dos entrevistados são de baixa renda, ficaram sem patrocínio durante a pandemia e utilizam o SUS. Dentre aqueles que fizeram teste de covid-19, 8,5% tiveram a doença. Mais de 25% dos atletas com teste negativo ou não testado relataram mais de três sintomas característicos do covid-19, e 11% dos atletas com teste positivo para doença eram assintomáticos.

Durante a pandemia, os atletas perderam patrocínios e tiveram que readaptar seus treinos, incluindo locais inadequados e a falta de treinadores. Com isso, quase 20% dos entrevistados relataram lesões musculoesqueléticas durante o período.

A pesquisadora Jamila Perini é Jovem Cientista do Nosso Estado e recebe apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. O estudo faz parte de uma linha de pesquisa da Uezo, Into e da Fiocruz, envolvendo o projeto de doutorado do Lucas Lopes (bolsista Capes) e da estudante de iniciação científica (CNPq) Giuliana de Souza.

Redação

Ana Sátila fez história ao se tornar a primeira mulher brasileira classificada para uma final olímpica na canoagem. Na prova decisiva do C1 Slalom, disputada na madrugada desta quinta-feira (29/07), a atleta foi punida por não ter passado por uma das 25 balizas obrigatórias do circuito e terminou na décima colocação. A canoísta fez boa parte de sua preparação no Parque Radical de Deodoro, que considera a melhor pista do mundo.

– É a minha favorita. Nos deixa preparados para o que der e vier – disse Ana Sátila antes do embarque para o Japão. No currículo, ela tem os títulos de campeã mundial, sul-americana e brasileira de canoagem.

 

Pepê fez sua preparação para os Jogos de Tóquio no Parque Radical de Deodoro – Divulgação/COB

 

Outros dois atletas que disputam a Olimpíada de Tóquio também têm suas carreiras conectadas a equipamentos esportivos da Prefeitura do Rio.  O canoísta Pedro Gonçalves, que treinou com Ana Sátila no Parque Radical de Deodoro, está classificado para as semifinais do Slalom, na madrugada desta sexta-feira (30/07). Antes da viagem, ele fez em suas redes sociais uma homenagem aos funcionários de Deodoro pela dedicação e pelo carinho.

– É uma energia que vou levar para Tóquio e para a minha vida – escreveu Pepê, como o canoísta é mais conhecido.


Chayenne é esperança no atletismo

Mulher, negra, situação financeira difícil e moradora da Zona Oeste. Com apenas 21 anos e a mais rápida do país (55s15) nos 400m com barreiras, Chayenne Silva vai estrear nesta sexta-feira (30/07) nos Jogos, em fase classificatória. Ela deu os primeiros passos no atletismo na Vila Olímpica Oscar Schmidt, em Santa Cruz, onde também se preparou para o megaevento.

– É a minha casa. Faço questão de treinar aqui para as pessoas da área verem que podem ter um caminho vitorioso também.

 

Chayenne treinou na pista da Vila Olímpica Oscar Schmidt – Alexandre Macieira/Prefeitura do Rio

 

Atualmente, são cerca de 25 mil alunos inscritos nas 26 vilas olímpicas espalhadas pelo Rio, que oferecem aulas gratuitas de  futebol, basquete, natação, futsal e ginástica, entre outras modalidades.